sábado, 17 de outubro de 2009

Descobertas Assustadoras...

Postado por Vanessa Kairalla às 10/17/2009 08:47:00 PM
É engraçado como em diferentes épocas de nossas vidas, quase inevitavelmente, sofremos uma série de descobertas que - dependendo de como são feitas - podem nos dar o maior susto.
Por exemplo, perto dos 50 anos, quando a mulher começa a sentir calores infernais em dias congelantes, ela acha que todos estão exagerando, não está tão frio assim, além do mais ela sempre foi calorenta. Até que no mês seguinte, PUF! Ela simplesmente parou de menstruar... primeiro pensa: "Meu Deus! O que é que eu tenho na cabeça?! Um filho, nesta idade! Merda!", daí a preocupação é tão grande que a mulher PRECISA ir no ginecologista na mesma hora, de qualquer jeito, e, depois de muitos exames, ela tem a grande notícia: "A SENHORA NÃO ESTÁ GRÁVIDA! ISSO É MENOPAUSA!". Pronto, é o fim. A mulher, que antes apenas achava, agora tem CERTEZA de que SIM! Ela está velha! As reclamações aumentam, a frequência sexual diminui e, certamente, o mundo desaba.

Outro exemplo, também com as mulheres, esse pode se dar em diversos momentos, em idades diferentes, e - se em grande quantidade - ouso chamar de sem vergonhice, é quando, também de repente, ela começa a sentir sono exageradamente, enjoa por cheiros e gostos, e - outra vez - no mês seguinte, PUF! A menstruação não dá às caras novamente. Daí ela louca da vida pensa: "Ai que MERDA! Não acredito! Eu usei camisinha! Só comigo isso acontece! Se eu tiver grávida FUDEU! Ah! Eu não quero saber! Eu não vou ser mãe solteira!", daí ela vai até a farmácia e com a maior paciência do mundo pede: "-MOÇA! DÁ PRA ME ATENDER? FAZ FAVOR DE ME DAR UM TESTE DE GRAVIDEZ DOS BONS! O MAIS CARO! NÃO QUERO POUPAR DINHEIRO! OU MELHOR... ME VÊ CINCO! E ME DÁ ÁGUA TAMBÉM! GARRAFA DE UM LITRO! E RÁPIDO!". Na mesma paciência, ela volta pra casa e, já tirando a roupa dentro do elevador, corre para o banheiro para mijar naqueles malditos palitos da verdade. A mulher - ainda super paciente - espera os, também malditos, 5 minutos, sempre pensando em algo mais positivo do que a gravidez não esperada: "Não é nada! Só atrasou 7 dias!", "Não deve ser gravidez! A tia Magnólia não menstruava desde os 21 anos... Talvez eu também tenha o mesmo tipo de câncer que ela!", "Não é nada! Não está sequer atrasado! É o calendário que está errado!", e após a espera vem o grande resultado: "A SENHORA REALMENTE ESTÁ GRÁVIDA!". Pronto! É o fim. E o mundo dela, naquele minuto, desaba. Logicamente, depois ela curte, mas na hora...

Bom, outro momento que fazemos uma descoberta assustadora é por volta dos 11 anos de idade. A jovem, chega da escola, mal humorada, querendo chutar o cachorro, socar a empregada, torcer o pescoço da mãe, chutar o saco do pai e matar o irmãozinho. Vai até o seu quarto, senta na cama e, quando levanta vê uma poça vermelha. Ela fica ainda mais irritada e pensa: "AI MERDA! NÃO ACREDITO QUE EU MENSTRUEI! AI QUE INFERNO! EU NÃO MEREÇO ISSO! EU QUERO MORRER! MINHA MÃE NÃO PODE VER ISSO! QUE SACO!! ELA VAI CONTAR PRO MUNDO INTEIRO!". No desespero, a menina começa a pensar em algo melhor que menstruar: "Não deve ser isso! Eu tive aula de educação física, devo ter levado uma bolada e me machucado!", "Não é menstruação! Eu deve estar com uma hemorragia interna! Aquela minha dieta de Internet disse que eu podia sofrer uns efeitos estranhos!", e quando ela menos espera, seu irmãozinho - ainda mais desesperado, pois nunca tinha visto tanto sangue - já gritou chamando socorro. Daí aparece a pior pessoa do mundo - naquela hora -, a mãe. E após tanto nervoso, vem a grande notícia: "FILHA! VOCÊ ESTÁ MENSTRUADA!". E é o fim, o seu mundo desaba.

Mas a descoberta, que deve ter sido a mais assustadora de todas, que ocorreu essa semana aqui em casa foi, sem duvidas, a mais engraçada de todas. Aliás, quem fez essa descoberta - pessoal - foi minha sobrinha de 2 anos, Beatriz. Aqui em casa, a cadeira do meu computador é daquelas giratórias com rodinhas, minha sobrinha, querendo brincar, se debruçou e começou a girar, no meio da sala. Enquanto ela girava, eu, minha irmã e meu cunhado preparavamos o almoço, e meu pai, recém chegado, assistia televisão. De repente, a Beatriz disse gritando: "AAAAH! SOCORRO! EU TÔ CAINDO! EU TÔ CAINDOOOO!" e começou a chorar, todos nos assustamos e saímos correndo para ver. Chegamos na sala e ela estava deitada no chão e ainda gritando/chorando "AAAAAAAAH! EU TÔ CAINDO! EU TÔ CAINDOOOOO!!", eu peguei ela no colo e a acalmei, depois deixei ela brincando com a cadeira, e voltei para a cozinha para ajudar com o almoço. Mais 5 minutos se passaram, novamente ela estava grintando por socorro, chorando, só que dessa vez de pé, com as duas pernas e os dois braços abertos. Nos achamos muito estranho, até que, enfim, me caiu a ficha: ELA NÃO SABE O QUE É TONTURA! Gente, mas eu ri tanto! Ela girava na cadeira e caia, ela já estava caida mas, como tudo à sua volta ainda girava, ela achava que ainda estava caindo e fazia um escândalo. É maldade rir, mas eu precisei! Só quem viu sabe o quão engraçado foi. E depois que ela descobriu que girando demais a gente fica tonto, que tudo ao nosso redor continua girando por mais um tempo e que, na verdade, ela já estava parada, daí sim, foi o fim. E o mundo dela, aparentemente, realmente desabou!


Apenas compartilhando momentos, ao menos para mim, memoráveis.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

"Você é tão útil quanto uma lâmpada queimada!" - disseram em coro a ela...

Postado por Vanessa Kairalla às 9/17/2009 10:30:00 AM
... e certamente aquilo não era um elogio. Não se sabia ao certo o que tinha acontecido, mas o fato era: ela odiava o mundo, que também a odiava. E a reciprocidade era tão natural que, mesmo nos dias privilegiados pelo bom humor, ambos evitavam se enconstar, pois já era sabido que, no final, um lado estaria fatalmente ferido. Sempre foi assim, desde o seu nascimento, e sempre seria, até que sua morte chegasse, era o que ela pensava. Sempre foi assim, desde o nascimento dela, e sempre será, até que a morte dela chegue, era o que dizia o mundo.

E a guerra, constante e sangrenta, não cessava, nem mesmo na hora de dormir. O mundo dispunha dos agentes secretos que figiam perfeitamente o amor e o carinho por ela, mas ela - que nunca foi boba - sabia que, se deixasse que eles percebessem o conhecimento que ela tinha daquilo, estaria encrencada, afinal, não há maior injustiça do que lutar só contra um imenso e repugnante mundo. Ela estava sendo sempre vigiada, mas - fazendo-se de tonta - também vigiava.

A inteligência e observação sempre foram seus pontos fortes, porém ela não conseguia entender porque, dentre tantas pessoas, ela era a única diferente... era a única "lâmpada queimada".

domingo, 13 de setembro de 2009

Televisão, para que te quero?

Postado por Vanessa Kairalla às 9/13/2009 01:50:00 AM
Caracas, não passa nada de bom na tv!

O remédio chamado tempo.

Postado por Vanessa Kairalla às 9/13/2009 01:29:00 AM
Nível de estresse alto ultimamente.
Ando nervosa, querendo sumir, pelo menos para algumas pessoas.
Ou talvez, não sumir, mas aparecer.
Tudo bem! O mundo não totalmente injusto, afinal, ele criou um remédio chamado tempo.

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Precisando viajar. Quem topa?

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O olho da cara.

Postado por Vanessa Kairalla às 9/07/2009 11:45:00 AM
A natureza é tão perfeita que colocou, estrategicamente, os olhos bem presos na frente de nossas cabeças, de uma altura em que ele possa ver tudo menos as partes mais perigosas, pois assim eles não se assustam e, por esse motivo, não fogem.

Imaginem que terrível seria se os olhos enxergassem a maldita boca? Eles se assustariam com a quantidade de besteira que ela fala e, certamente fugiriam, se esconderiam em algum lugar em que não fossem atingidos por aquela imensidão desgovernada, de palavras terríveis que somente a boca pode proferir.
E como não seria se os olhos vissem os pobres coitados ouvidos que, acostumado com ouvir o que a sua prima boca tem a dizer, se fecharam para todas as outras bocas do mundo, inclusive para aquelas que falam coisas boas e acrescem à vida.

Mas o perigo estava mesmo se os olhos vissem o topo da cabeça, aquela caixa de Pandora, a caixa craniana que guarda uma massa cinzenta e frágil de boas e más idéias. Aquela caixa onde fica o emaranhado de nós que chamamos de pensamentos. Se olhos a vissem, quando inutilizada, certamente chorariam. A cabeça, quando vista por fora, quando vista pelos olhos que - com certeza - não são os seus, é impressionante, fascina e apaixona os olhos alheios que, sentem tanta emoção, explodem em brilhos eternos de admiração.
Porém, se os olhos vissem suas próprias cabeças, ah! Ai sim estaria feito o caos. Imaginem o que não seria a autoflagelação do idiota quando descobrisse com seus próprios olhos o quão patético era. E como não seria intocável o esperto quando visse seu próprio brilho?

Bem, não é apenas no mal que o mundo é feito! Como já havia escrito, os olhos foram divinamente posicionados para verem somente aquilo que não pode lhes assustar. Por isso, quando olhamos para baixo, vemos ao fundo de uma extensa paisagem corporal os pés. Os pés são uma espécie rara de "força de vontade", onde não importa o quanto eles doam e estejam cansados, sempre darão um jeito de - ao menos tentar - levar todo o corpo para onde a (escondida) cabeça quiser.
Olhando um pouco mais para cima, a alguns palmos dos incansáveis pés, estão os joelhos, que se classificam como suportes. Os joelhos não são capazes de levar o corpo para onde à cabeça manda, mas somente eles conseguem segurar firme todo o peso do corpo e da cabeça deixando, dessa forma, os pés leves o suficiente para realizar seu serviço.

Continuando a subida, saímos da zona locomotora e entramos na zona satisfatória. É aí que entra a virilha capaz de proporcionar os melhores segundos de sua vida quando dão espaço para que nos livremos de todo o líquido extra. Mais um palmo acima se encontra o abdômen que é o responsável pelas eternas gargalhadas daqueles que sentem cócegas. E outro palmo para cima chegou, finalmente, a melhor parte de nossos corpos! O peito! O peito, tórax, seio, teta, não importa o nome que damos a essa parte do corpo, ela SEM SOMBRA DE DÚVIDAS é a melhor de todas. Porque é dentro desse espaço que guardamos o órgão que alimenta nosso corpo, e que pensamos guardar todos os tipos de sentimentos. E é nessa parte do corpo em que descobrimos como é maravilhosa a função dos nossos olhos, pois eles não enxergam só o lado de fora do peito, eles enxergam dentro também.

Quando o coração toma um susto, são os olhos que se arregalam. Quando o coração está triste, magoado, quebrado, são os olhos que choram. Quando o coração está feliz são os olhos que piscam. E quando o coração está amando são os olhos que brilham.

Certamente a natureza sabe onde põe os olhos. E não notar como isso é bom, pode custar o olho da cara.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O dom da atuação...

Postado por Vanessa Kairalla às 8/27/2009 11:08:00 AM
Certos tipos de coisas nem mesmo a ciência explica. Ontem aluguei um filme chamado ALMAS PERDIDAS, que é suspostamente um terror. Eu sempre alugo filmes desse tipo na esperança de que se trate MESMO de um filme de TERROR, quero - há anos - um filme que me dê tanto medo que eu não consiga dormir por uma semana depois de vê-lo, até porque, gosto de ver gente morrendo de jeitos bizarros, e como já deu pra perceber que não obtive êxito na minha busca. Bom, isso não vem ao caso.

O que realmente importa é que o filme é simplesmente IRRITANTE! Primeiro porque é o terror mais parado que eu já vi na minha vida! Quero dizer, o suspense mais chato e parado do mundo é "A VILA" e o terror mais chato e parado do mundo é "ALMAS PERDIDAS", ou seja, imaginem a graça que não foi ver isso.

Segundo que a personagem principal se tratava, no máximo, de um rosto bonito e uma bunda durinha, porque a atuação dela era terrível. Ela atuava tão bem que até doía... As expressões dela era PERFEITAS (¬¬), ela deveria ganhar, inclusive, um OSCAR.
Aliás, é o que eu sempre digo, atuar é um DOM. Ou você nasce com ele, ou você é a atriz principal do filme ALMAS PERDIDAS!
Ela atuava tão bem que, ela tinha pesadelos em que TUDO de PIOR acontecia com ela, e ela despertava desse maravilhoso sonho como? Linda e alegre, parecia que ela tinha sonhado que estava no Caribe tomando um drinque com vários gatos envolta dela...

Como se não bastasse a boa atuação e a história tocante, o filme tem um fim que deixa a entender que haverá uma possível piorada continuação... Esse foi, literalmente, o TOQUE FINAL.
Eu ainda não entendo por que raios fazem continuações piores de filmes que já são ruins! Seguindo a lógica é quase impossível fazer uma continuação boa para algo que COMEÇOU mal. E o que me indigna ainda mais é: Eu reclamo, mas EU PAGO para ver isso!
Tá certo que dessa vez eu fui enganada! Aliás, eu tenho que parar de aceitar conselhos de filmes de pessoas avulsas...

É basicamente isso.
Não vejam ALMAS PERDIDAS, não vale seu tempo nem dinheiro, fica a dica.

Juro que, se cada minuto de aborrecimento me subtraisse anos de vida, eu estaria morta depois de dez minutos de filme...

Fim da reclamação. OPS! Do Post... Fim do Post... ahuauhauhauha

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

instável como o tempo...

Postado por Vanessa Kairalla às 8/26/2009 10:48:00 AM
Tá bom! Tá bom! Já sabemos que estragamos o mundo! Já sabemos que graças ao nosso polegar opositor e a maldita racionalidade inventamos ou descobrimos coisas que, obrigatoriamente, só podemos utilizar extraindo algo da natureza.
Aliás, me chocou saber que o Brasil, que era até então um país cheio de verde e - talvez - a esperança do mundo (pelo menos para mim), agora desmata demais e está se tornando um dos países mais poluidores...
Estamos agindo impulsivamente. A gana, a vontade de crescer, desenvolver é tão grande que simplesmente ignoramos toda e qualquer consequencia, pelo menos até o dia em que ela venha a surtir o efeito indesejado, para que só a partir daí comecemos a nos preocupar em resolver os problemas que poderiamos ter evitado.

Digamos que, tudo o que estamos fazendo é: cavar a nossa própria cova, em outras palavras, esquecemos que o mundo é constituido, antes de mais nada pela natureza, olha, de verdade, não sou NEM perto de uma ambientalista neurótica que acha que todo mundo tinha que parar de comer carne, de sair de carro, de tomar banho... PELO CONTRÁRIO, eu morro sem banho, eu não consigo andar longas distâncias... Meu HELLOOOW! Ninguém precisa parar de ter uma vida normal... mas, fala pra mim: Dói separar o lixo? Dói não pegar o carro para ir na padaria da esquina de casa? Dói demais parar de desmatar? NÃO! Não dói...
Mas a gente tem que cagar na amizade, claro que temos! Afinal de contas a gente tem que querer TUDO, mesmo não merecendo nada...
Honestamente, se eu fosse aqueles bichinhos que a gente tá matando ou deixando sem ter onde morar, eu fazia uma puta rebelião! Meu a gente não se tocaa!
Tá me dando raiva como os seres humanos acham que são donos do mundo... Tá louco!
E olha que eu amo ser dona das coisas, dona da razão, dona de qualquer coisa... mas assim já é demais!!

Hahaha, desculpem... estou instável como o tempo.

domingo, 23 de agosto de 2009

Postado por Vanessa Kairalla às 8/23/2009 03:13:00 AM
Pois é!
Hoje a gente foi na Cristal :D Foi divertido e tal, matei saudades de uns, amei ver novamente outros...
Hm, amo algumas pessoas... e elas sabem :)
:*

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

esgotada.

Postado por Vanessa Kairalla às 8/19/2009 03:15:00 PM
Certamente eu me sentiria assim, cedo ou tarde. Mas jamais pensei em o quanto isso poderia ser ruim. Quero dizer, eu sabia que não ia agüentar por muito tempo, afinal, nunca fui forte, não mesmo, mas também nunca imaginei que seria assim, tão fraca.

Cheguei num estágio em que tudo me faz mal. A minha cabeça explode até mesmo com melodias doces e suaves, meus olhos ardem com a mais fraca luz, minhas pernas então, doem no primeiro passo. Estou numa fase do jogo da minha vida que não sei se consigo passar. Aliás, algo me diz que minhas vidas vão acabar muito antes de eu conseguir fechar esse jogo.

Eu devia estar acostumada. Mas essa minha mania estúpida otimista de ter esperança e acreditar no mundo, deixar ele me surpreender sempre me carrega para o mesmo fundo do poço, e esse fundo do poço é de areia movediça, se você tenta sair dele ele te engole, te puxa cada vez mais pra baixo.
Aliás, não sei porque raios eu teimo em achar as pessoas pensam ou agem como eu?! É mais uma mania imbecil de achar que as pessoas vão utilizar do bom e velho valor moral. Elas nem sabem o que é isso, mas eu, trouxa, sonho que elas sabem e espero que elas ajam conforme o que a moral diz. Não quero que as pessoas sejam quadradas ou antiquadas, mas seria ótimo se elas tivessem o mínimo do senso crítico, sabem!? Melhor dizendo, não queria que as pessoas tivessem o mínimo do senso crítico, pois sei que as pessoas tem senso crítico, eu gostaria somente que elas usassem ele com um pouco mais de freqüência!

E neste exato momento, observando bem a angustia do meu esgotamento, percebo que na verdade não são as pessoas o problema. O que me incomoda, o que me irrita, o problema em si, na realidade sou eu. Olha para mim! Veja como eu sou uma estúpida! Olhe bem! Isso mesmo, encare! Eu sou muito rídicula. Quero o mundo, mas não consigo sequer sair debaixo das asas dos meus pais. Quero gritar, mas mal consigo sussurrar o que me incomoda. Quero agir! Quero fazer, falar, ser, mas não tenho coragem nem mesmo de tentar. Eu sou o cumulo do estagnado, do alienado, do nada.
Não tenho perfil de alguém assim, infelizmente pra mim.

Esgotada.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Desmontando a peça teatral em que protagonizo minha própria desgraça...

Postado por Vanessa Kairalla às 7/14/2009 10:35:00 PM
Não se assemelham em nada. Não a mim! Não aos meus sonhos, desejos, anseios, vontades, assim, tão mundanos.
Não digo, nem sequer penso que são – também – superiores, pois de fato, para mim, não são. Mas há de ser comentado aos surdos ouvidos dos ignorantes, o quão prazeroso é aos racionais órgãos humanos, estar presente entre os geniais murmúrios daqueles que tem os lábios ressecados pelo tempo.
É uma experiência absurda por si, e dói a fundo naquela parte da alma que não sabe se convencer da anormalidade essencial da inteligência. O estranhamento do comum se torna, novamente, de muito mal grado, e aqueles anos de saber acumulados em tão pouca mente gritando pelas grandes controvérsias de tão pequenos e – aparentemente inofensivos – dilemas, e sussurram a simplicidade de imensos enigmas, subitamente dissolve o aroma doce da intelectualidade.
E tudo isso, toda essa imensidão de intelecto, não se mistura, não se toca, não tange aos menores, como eu. Nada daquilo é meu, nem eu pertenço a nada daquilo. Simplesmente não me alcança. É como se a ausência me tornasse maior que tudo isso, e menor que eu mesma.
É como se todo esse excesso fosse à aurora boreal que ilumina o pobre céu ártico da minha lúcida ignorância, que me permitia o luxo de imaginar o ar gélido e amargo da arrogância que vinha de cada palavra dita, a escuridão do meu desconhecimento que consumia tudo ao meu redor, tornando pleno o breu da noite, e por fim, tinha a macia neve, que me consolava – esta era em parte eu, e em parte o mundo que conspirava a meu favor.
As alucinações, desde então, se intensificaram, ficaram constantes, e agora povoam a minha mente, me impulsionando a – quem sabe um dia – vir a ser um deles, pois disse uma vez Clarice Lispector em sua obra A Hora da Estrela “Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam”. E nela, eu mesma acredito.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A sensação das palavras.

Postado por Vanessa Kairalla às 6/19/2009 06:11:00 PM
As palavras são criadas a partir das impressões que elas passam. Quero dizer que, a palavra FEIÚRA nos passa uma sensação de algo desagradável aos olhos, o FEDOR, algo desagradável ao olfato, etc. As palavras descrevem exatamente aquilo o que elas querem nos dizer, por isso, embora muito claras, devem ser utilizadas com sabedoria, afinal, às vezes não devemos dizer exatamente o que queremos, e para isso, existem as palavras certas.

Em parte, fico feliz em saber que o direito à liberdade de expressão está sendo acariciada pelo governo que diz não ser mais necessário obter o diploma do curso superior em jornalismo para gritas aos quatro cantos pelas folhas de jornais e revistas. O problema é que a outra parte de mim, essa fica triste, pois sei o quanto o uso errado das palavras podem trazer um efeito inesperado para o bem e para mal. Acho o curso de jornalismo importante, justamente por isso, é lá que se aprende a sentir as palavras, a saber como elas vão repercutir na sociedade, dando assim menos margem de erro à má interpretação. Porém também acho que, para assuntos mais específicos, não é exatamente necessário esse tipo de diploma, ora, para falar de direito você tem que saber a linguagem do ramo jurídico apenas, bem como, para matérias sobre medicina é necessário saber a linguagem técnica da medicina, e assim segue.

As palavras têm poderes que podem ter efeitos devastadores, são tão poderosas que convencem, iludem, ludibriam, encantam, nos transformam. Não sei se concordo com a desnecessidade desse curso, mas sei que com certeza à uma salva ao direito à liberdade de expressão.


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Raios, não me acostumo com a nossa nova ortografia

Depois escrevo algo interessante :)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Postado por Vanessa Kairalla às 6/17/2009 07:15:00 AM
louca. estressada. São as palavras do momento.
Sejam bem vindos à minha cabela enrolada!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Trechos.

Postado por Vanessa Kairalla às 6/08/2009 02:36:00 PM
Lembram? Estou tentando escrever um livro.
Não está bom, sei que não. Mas estou caminhando. Resolvi separar em capítulos, para me ajudar a não confundir demais ao longo das páginas. Aliás, tem apenas um capítulo e meio pronto.

Vou colocar o começo do segundo capítulo, por favor, me corrijam, me dêem idéias, dicas e se estiver chato demais, me mandem parar! Obrigada :D

"II- CAINDO NA TEIA DOS SONHOS.

Estava abafado demais para permanecer dentro da tenda do circo itinerante, foi assim que decidiu se esgueirar até a porta em busca de ar fresco. A cada passo em direção a porta Abigail crescia mais e mais, e quando finalmente chegava ao lado de fora estava tão alta que precisava se agachar para passar pelas árvores cobertas de flores, algo que parecia não lhe importar. O calor só parecia aumentar, mesmo agora que estava do lado de fora, longe daquela lona grossa e pesada, então continuou a buscar um local mais fresco e arejado para recostar.

Foi, então, para debaixo de um imenso arco-íris que faiscava suas cores fortes e brilhantes no céu. Sentou ao lado de um pequeno pote dourado que reluzia – tão forte que parecia cegá-la – admirando sua bela vista do arco-íris flamejante no céu, Abigail então segurou um gravetinho – minúsculo em sua mão – e começou a arrastar pequenas nuvens, contornando-as, moldando-as, as fazendo parecer o que quisesse. Ora um coelho, ora uma caveira, da maneira que bem entendia ela brincava com aqueles pequenos pedaços de algodão.

– Mademoiselle! Está na hora – vinha gritando um palhaço desajeitado chamando a atenção de Abigail, que não fazia idéia do que se tratava.

– Hora? Hora de que? – perguntava a menina sem saber o que deveria fazer.

– Não seja tola mademoiselle! Está na hora da apresentação, vamos daminha! – dizia o palhaço fazendo estripulias.

O corpinho cheio e macio de Abigail levantou-se sem que seu cérebro o mandasse fazê-lo, e com apenas dois passos estava posta ao lado do – agora irritante – palhaço. Seu corpo movia-se sem que ela quisesse e em instantes a levara para uma parte do picadeiro onde o sol não a alcançava, e agora estava em seu tamanho normal. De repente duas mulheres ridiculamente lindas entraram e começaram a ajeitá-la para o espetáculo que ocorreria em um breve espaço de tempo. Antes que pudesse perceber estava maquiada, com roupas dignas de uma rainha, seu vestidinho era de seda branca, tão macia que tocava delicado sua pela tomada de feridinhas próprias de quem aprontava demais.

“Respeitável público!”, ouvia o Mestre de Cerimônia apresentando o próximo espetáculo enquanto era empurrada por entre os meios da lona escura e mal cheirosa que dividia o picadeiro.

– Onde estão me levando? O que devo fazer? Esperem! Estão me confundindo! – esbravejava Abigail que tinha seu corpo totalmente desvencilhado de seu cérebro.

Enquanto caminhava Abigail sentia uma sensação terrivelmente única, seu corpo vibrava de uma felicidade cruel, mas sua cabeça chorava de dor e tristeza, como se ela soubesse que o corpinho miúdo e infantil de Abigail estava a levando para um caminho sofrido e sem volta. Era como se fossem independentes, a cabeça era sensata, prudente, já o corpo era moleque, despreocupado e completamente impulsivo, e um não ligava para o outro. Como se o corpo ansiasse por aventura, enquanto a cabeça implorava pela sabedoria e cautela.

– Para onde vou? O que devo fazer? – perguntava tão confusa com a explosão de perguntas que sua cabeça formulava que mal sabia quando era sua boca e quando era sua mente falando.

– Vamos depressa daminha! A mademoiselle não pode se atrasar! Todos a esperam! Vamos, vamos! – diziam as duas mulheres que a ajudaram a se ornar.

Não demorou até que Abigail chegasse ao centro do palco redondo onde havia uma grande poltrona tão branca quanto seu impecável vestidinho de seda indiana, era acolchoada e revestida dum veludo macio, parecido com a pelugem de um leão albino. Quando se aproximou da poltrona pode ouvir os murmúrios inquietantes da platéia alvoroçada para ver o número o qual Abigail fazia parte."



(...)


Estou testando minha própria paciência. E não estou indo muito longe com isso. Preciso aprender a ser paciente. Mas a ansiedade é mais forte, bem como o tempo é mais forte a que a vontade... "Ah! Vamos Vanessa! Vamos! Não seja impaciente!", diz minha cabeça. "Já sei! Já ouvi! Sou paciente! Sou! Vamos logo com isso!", pensa meu coração! É um pé de guerra único, é um pé de guerra meu. E o ponto de choque entre minha cabeça e meu coração fica bem no meio da boca. Daí eu desembesto, falo demais, falo o tempo todo, encho todos com a minha cabeça cheia de caraminholas, minha boca cheia de palavras e meu coração cheio de vontades. Ai que confusão é esse meu pobre corpo humano!


Definitivamente, digna de realeza!


beijos meus corações ;*

Susto!

Postado por Vanessa Kairalla às 6/08/2009 01:28:00 PM
Gente!
Ontem eu resolvi dormir no sofá da sala, porque eu enjoei de dormir no quarto. Daí eu estava tendo um sonho legal até... mas não lembro dele direito, porque quando deu umas 3 da manhã eu ouvi um barulho MUITO, mas MUITO alto. Sério, muito alto mesmo.
Acordei assustada. Um acidente.

Fui até a varanda para ver, pois pensei logo na minha irmã que tinha saído, mas ela já havia chegado e eu não tinha visto. Continuei na varanda, preocupada, e se alguém estivesse muito ferido?
Em poucos minutos muitas pessoas, surgidas do nada, cercavam o local do acidente. Como se fosse um enxame de abelhas cercando um animal invasor de colméia.

O motorista havia virado em alta velocidade na esquina da minha casa, batera na lateral de três carros estacionados na minha rua, ultrapassou o canteiro da avenida atingindo mais dois carros estacionados no outro lado da praia, colidindo com mais um - afinal, estava na contra mão -, deixou um dos dois carros (que pertencia a um vizinho meu) por cima da calçada completamente amassado.
Pelo que pudemos notar - eu e minha irmã, que agora estava acorda e também assustada - o motorista ficou por um tempo desmaiado por cima do volante, uma vez que a buzina estava disparada, como se algo estivesse a apertando constantemente.
Depois ouvimos dizer que ele estava bêbado, sacou uma arma e ameaçou o rapaz do meu prédio que foi desesperado olhar seu carro. Mas acho que não era um fato muito real, quero dizer, pelo menos sobre a arma...

Apenas vinte minutos depois a CET, os bombeiros e a policia chegaram para dar assistência.

Ouvi minha sobrinha chorar e entrei, minha irmã veio logo atrás. Resolvi não voltar mais para a varanda, mas acho que - por sorte - ninguém se machucou. Isso me deixou mais aliviada.

Só sei que passei um baita SUSTO!




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Comentário:

Notem como funcionam as coisas... Todos os dias morrem milhares de pessoas no mundo por conta de acidente de trânsito, e somente os mais próximos ligam para tal tragédia, mas, quando se trata de um acidente aéreo, é sempre muito mais traumatizante. Quero dizer, o fato de quase trezentas pessoas morrerem juntas em condições tão inevitáveis torna a morte, sem dúvida, cruel demais.

Vejam bem, o acidente com o Airbus da Air France foi tão trágico quanto qualquer outro acidente que dê ensejo à vítimas. Acharam apenas 16 corpos, e isso, é ainda mais triste, pois imagino que os parentes, familiares, amigos, estejam todos arrasados e, pior do que saber da morte de um ente querido, é não ter certeza dessa morte, ou melhor, não ver o corpo morto de seu ente amado. Acontece que quando vemos o corpo morto, nos obrigamos a aceitar que aquilo aconteceu. Mas quando não temos o corpo para lamentar, a esperança fica latente, gritando, explodindo, querendo escapar do peito. O coração bate forte a cada notificação de mais um corpo encontrado, e quando não é o corpo esperado, o coração vai parar na boca, que se controlar para não vomitar toda aquela ansiedade.

É sempre trágico. A perda nunca é boa. Mas com certeza, pior do que a perda, é a esperança que não se acaba, mesmo quando tudo indica que àqueles presentes no vôo não voltarão mais em vida.

Eu sinto, de verdade, por todos aqueles que estavam no vôo AF 447, e sinto igualmente por aqueles que tiveram pedaços de si desmanchados pelo mesmo vôo.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Grilo falante...

Postado por Vanessa Kairalla às 6/05/2009 03:28:00 PM
Gosto de pseudônimos. Eles erram e não levam a culpa por nada, acertam e ainda sim te dão o prazer do orgulho próprio pela fama, esbravejam sem serem cobrados pela ausência da educação, e ainda sim, quando choramingam suas tristezas, sentem o carinho dos que lhe aconselham tocando n'alma. Os pseudônimos são a consciência reprimida, o super-ego que brada aos ventos aquilo que inconscientemente não deixamos escapar pelos lábios que apertamos antes mesmo de pensar naquilo que - sabemos - nunca diremos.

Os pseudônimos não possuem aquilo que chamamos de várias formas, aquela coisa que - para as crianças - foi ilustrada como o Grilo Falante para Pinocchio, que os novos conformistas chamam de Trato Social, e que - o resto do mundo - chama de consciência. Alcunhas nos dão a liberdades que sequer imaginamos. Sem epitetos não temos românticos, sonhadores, corajosos. Afinal, não se trata de ausência de coragem temer aquilo que pode ser punido, é apenas auto-preservação. Agir com temeridade quando se está revestido de uma camada protetora tão inquebrável é muito mais aceitável. É certo que o velho ditado diga para não agir com temeridade e sim com coragem, uma vez que a primeira é afoita, enquanto a segunda é prudente, mas de certo todos somos, mesmo que no fundo, ousados e imprudentes demais para sermos corajosos.

Utilizar-se de algo que não é seu, nem de ninguém, para abrir portas que escondem toneladas de insultos não proferidos, elogios que não viram oportunidade para escapar por entre os lábios, brados raivosos que não puderam bloqueados pela parede da educação chamada de educação de berço; nunca é algo errado demais. Afinal, quantas não foram as vezes que brilhou nos olhos um desejo incontrolável de despejar algumas infinidades de estupidez e grosseria em cima de outrem? Esses desejos são comuns à todos, ele devem ser. Pois não há no mundo quem jamais passou por situação que abalasse sua estrutura física ou mental. Mas, todos somos educados, todos temos que engolir algumas coisas que não nos agradam, pois não queremos decepcionar nossas fontes criadoras, afinal, elas são nossos pilares, e a decepção corrói.

Seja como for, desejo uma alcunha, e que só ela carregue minha má fama.

# ________.


Não tentem entender, talvez nem eu entenda hahaha :D



Bem, sabem quando desperta - quase de repente - aquela terrível vontade de salvar o mundo? Quero dizer... Não exatamente de salvá-lo, mas sim carregá-lo nas costas, sabem?! Pois bem, mais uma vez fui atingida. Andei doando alguns trocados, muitas roupas, participando de movimentos (de longe) para salvarmos o que ainda resta do nosso pobre maravilhoso meio ambiente, e todo o tipo de coisa que posso. Não tenho ficado tempo demais no banho, continuo separando o lixo reciclável (e minha empregada continua juntado tudo o que eu separei), tenho andado mais a pé e estou decidida a criar uma ONG, agora só me falta um tema concreto, pois tudo o que penso abrange coisa demais, tenho que ser mais especifica.

Acho que ganhei meu próprio Grilo Falante. E estou feliz com ele. Tenho ajudado mais as pessoas na rua, para para escutá-las, mesmo quando não tenho dinheiro para dar em troca. Bom, é claro que isso aumenta o risco de me assaltarem, mas com certeza, das vezes que não me assaltaram fiquei muito feliz - exceto pelo velhinho que vende lenços de papel no Gonzaga que jogou uma caixa de lenços na minha cara e me chamou de pobre desgraçada, mas isso não vem ao caso -, o importante é: estou finalmente me sentindo importante. Fui votar no novo conselheiro tutelar e, mesmo sem estudar, estou melhorando na faculdade. Não sei como, nem por que, mas minha concentração para algumas coisas melhorou muito - para outras não só não melhorou, como está pior -, minha memória continua ruim e estou fazendo questão de sorrir mais para as pessoas na rua. Algumas não gostam, outras ignoram, alguns fazem cara de nojo, outros me acham louca e alguns - poucos e raros - me sorriem de volta. Vou continuar tentando, quem sabe um dia a cidade de Santos se torne a mais cortês e feliz e eu terei orgulho de saber que eu posso ter ajudado um pouco nisso!
Estou tentando ignorar aquilo de me irrita, para não forçar a criação de uma alcunha precoce, e estou tentando absorver as coisas que me agradam. Descobri que amo todas as pessoas, exatamente todas, e por isso, às vezes, penso em odiá-las. Gosto de observá-las, gosto do cheiro das pessoas, das cores, da imagem delas, das vozes, de tudo nelas. Acho que estou vivendo em uma casa de bonecas no tamanho real, e estou amando. Não consigo achar mais nenhum ser humano que vejo feio, são todos tão diferentes e peculiares, que não consigo me encantar.
Aliás, tenho evitado o espelho, ele me lembra que ler revista para adolescentes dos 13 aos 15 anos não me fez bem. Depois de muitas Caprichos, Atrevidas, e outras revistas das quais nem lembro mais o nome, descobri que elas te destroem por dentro, sugam sua auto-estima e fazem seu amor-próprio despedaçar em pedaços ínfimos e irrecuperáveis. Bem, como eu já não era provida de grandes auto-estima e amor-próprio, a irrecuperabilidade se tornou infinitas vezes maior. Mas não ligo. Toda regra tem exceções, e eu sou a exceção a minha própria regra de que não consigo achar as pessoas feias. Até porque, ultimamente não tenho gostado de algumas atitudes que venho tomando e, meu Grilo Falante que me perdoe, mas tenho que me policiar mais.
Descobri que amo quase todas as ciências e vou querer estudar muitas coisas diferentes até o dia da minha, enfim, morte. Quero saber mais do que jamais saberei à vida toda. Estou mais eclética com tudo, e isso é bom. Quero dizer, antes eu pensavam "Ah! Ecléticos amam tudo, e quem ama tudo não tem tempo para amar nada direito!" e, acreditem em mim, eu estava errada! Ser eclética é uma delicia! Se você quiser você pode experimentar de tudo um pouco e depois apenas não repete aquilo que não te agrada, imagino que é um efeito muito próximo das drogas, mas ser eclética com certeza não vai destruir meu corpo a longo prazo.
Resumo do post: De bem comigo e com a vida, mais uma vez! :)


Observações:
1. Preciso reduzir meus posts.
2. Preciso reler o que eu escrevo.
3. Não reparem nos excessivos erros, digamos que eu andei brigando com o bom e velho português ;P


Beijos pessoas maravilhosas que, com certeza, eu adoro. :*

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Se assustou e, num pulo, pôs o pé sem querer naquele mundo que era e não era seu...

Postado por Vanessa Kairalla às 6/01/2009 04:00:00 PM
Esfregava e abria com força os olhos. Não conseguia acreditar, mas era tudo muito real - o beliscão que dera em si doía demais para não ser real. Os ouvidos estavam atentos, assim como os olhos, as mãos e o nariz. É, era mesmo real.

Era capaz de ver a música tocando, as notas corriam como crianças que brincam de pega-pega, os tons graves eram vozes grossas de pai repreendendo, os agudos eram mães murmurando palavras doces. Sua mãos eram capazes de pegar os cheiros, e eram muitos. O cheiro do caramelo era pegajoso e melado, mergulhava as mãos até os cotovelos no crítico do limão, e podia até mesmo banhar-se completamente no delicioso cheiro da manga depositada na banca de frutas do outro lado da rua. Era tudo mágico demais. E como era!
Sentia gostos, cheiros, ouvia, tocava, tudo era sentido, e tudo era sentimento. Pensou que teria uma overdose deliciosa de emoção, e estava preparada para isso, aliás, nunca esteve preparada para nada, nunca em toda a sua vida, até aquele momento. Não sabia o que faria, mas sabia que faria algo, dessa vez tinha de fazer.

Sentiu de repente algo tomar-lhe debaixo para cima com muita força, era intenso e estranho. Num susto deu um pulo para frente colocando, sem querer, o pé naquele mundo que era e não era seu. Em muito se parecia com seu mundo, as ruas eram iguais, as lojas eram as mesmas e nos mesmos lugares, as árvores eram tão verdes e resplandecentes ao sol quanto as de seu mundo, mas eram diferentes. Olhou para os pés tentando enxergar o que lhe assustara, mas nada via. Quando olhou de volta para frente, finalmente, percebeu que não haviam pessoas ali - exceto por ela mesma -, não haviam sequer animais, fazendo um sentimento forte de solidão surgir e tomar conta do coração, que logo se afundou nas lágrimas que não conseguiram escapar pelos olhos.
A tristeza invadiu - ao mesmo tempo - ela e esse mundo estranho, que logo se encontrou em tons cinzas e azulados, com nuvens carregadas que indicavam uma tempestade terrível. Foi tão simultâneo, tão inesperado quanto aquele sentimento que lhe atingiu, e então ela percebeu: esse mundo - que era e não era seu - era ela, esse era o mundo dela. Logo seu coração - que por pouco não se afogara - estava seco e flutuando com a leveza de uma fada, novamente, no mesmo instante, o tempo clareou, as nuvens foram embora e o sol brilhou; agora tudo resplandecia, bem como ela própria.

Deu mais alguns passos para frente, e foi correndo se perdendo nas profundezas de sua própria felicidade.



***

Apenas deu vontade de escrever. Nada à reclamar ou a comentar.
beijos :*

terça-feira, 26 de maio de 2009

Apaga tudo!

Postado por Vanessa Kairalla às 5/26/2009 02:04:00 PM
Com papel, lápis e uma - já gasta - borracha, comecei a jornada. Era, inicialmente, uma idéia de prazer, onde tudo o que já havia passado seria revisto com apenas meus olhos. Seria só de um ponto de vista e, certamente inquestionável. Estaria tudo certo, o meu certo.
Se o vento soprasse brando demais para os outros, pouco importaria, seria a minha tempestade. E somente eu a enfrentaria tão bravamente, daquela mesma forma de antes. Acontece que no meio dos meus pensamentos, de todos eles, eu achei que o meu ponto de vista sobre mim seria o deturpado, me favorecendo, me vangloriando dos meus imaginados feitos; na verdade não era. Nada era imaginado, e como isso doía. A minha personagem interpretada por mim era fraca, estúpida, mal educada, repleta de defeitos, exatamente igual à realidade. Meus olhos não eram mais vivos, tampouco mais bonitos. Meus cabelos não brilhavam mais, se quer eram mais lisos. Meu amor-próprio também era fictício, e minhas qualidades inexistentes.

Imaginei que o braço seria forte, capaz de atitudes hercúleas, mas era franzinos e sequer levantavam o mesmo lápis usado para escrever. As minhas tempestades eram devastadoras; as lágrimas começaram a escorrer diante de tamanha desgraça, e logo estava formada a minha enchente particular, e ela parecia sentir um prazer absurdo em me sufocar. Engoli litros de lágrimas até que, enfim, me afoguei, morrendo dolorosamente.

Senti que qualquer resquício de felicidade que pudesse estar presente em qualquer célula escondida de meu corpo, fugia e escapava com muita facilidade, por entre meus dedos, através de meus olhos, ouvidos ou boca, sumindo à cada respiração. Apertei meus braços e pernas e eram reais, o papel estava vazio, assim como eu. As letras se contorciam entre pequenas expressões de dor, os "ais" ficavam mais freqüentes, até que não mais me incomodavam.

Fechei os olhos com força, tomando o cuidado de esfregá-los bem forte antes de abri-los novamente, mas tudo estava embaçado demais. As cores escapavam para longe o mais rápido que podiam. E tudo que me rodeava morria rapidamente. O cheiro era tão podre quanto a aparência, era tudo desagradável aos sentidos. Nada prestava, e em nada eu era boa. Corria para todos os lados implorando ajuda, mas tudo o que eu tocava morria, e - antes que fosse perceptível - eu também já estava morta. Eu havia apodrecido, igual ao meu cenário macabro e solitário, e de dentro para fora.

O medo finalmente passava, e agora não era possível ouvir mais som algum, tudo estava sem cor, sem cheiro, sem vida. Minha pele era pálida e fria, meus olhos fundos e opacos e minha mente, agora, era inerte. O meu ponto de vista era realmente só meu.

Larguei o lápis. Peguei a borracha mínima e apaguei tudo.



(esqueçam... desisto de escrever... ahahaha)

Tenho uma nova teoria. Uma nova equação. Família + TPM = depressão profunda e amarga.

Implorando por um minuto de esquecimento.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Volta pra tua turma!!!

Postado por Vanessa Kairalla às 5/22/2009 02:01:00 PM
Pois é, hoje fiquei indignada com a capacidade das pessoas de serem tão ESTÚPIDAS! Ocorre que, sabe-se lá o motivo, cerca de 10 alunos da outra turma vieram assistir aula na minha sala hoje, até aí tudo ótimo, afinal de contas, acho que quanto mais as salas estiverem unidas mais divertido é.

Bom, primeira dica para quem vai assistir aula em outra turma: NÃO FAÇAM PERGUNTAS QUE NÃO CONDIGA COM A MATÉRIA, porra! Se a aula é de MEDICINA LEGAL, pelo amor de DEUS não me faça pergunta de penal! Puta quem me pariu, por mais que tenha o LEGAL depois de MEDICINA, não quer dizer que envolva DIREITO PENAL! Com todo o respeito, mas POUCO FODA-SE se a pessoa matou alguém por motivo torpe... o que importa para MEDICINA LEGAL é: MORREU.

Segunda dica: NÃO CONVERSEM MAIS QUE OS PRÓPRIOS ALUNOS DA TURMA QUE VOCÊ INVADIU! Desculpa gente, mas se EU que sou dessa TURMA não estou conversando (no caso gritando) não serão vocês que o farão, não é mesmo?!

Terceira dica: NÃO IMPORTA SE O PROFESSOR É O SEU MELHOR AMIGO, PELAMORDEDEUS NÃO PUXE-LAMBA-SUGUE-SACO EM AULAS ALHEIAS! Quer coisa mais irritante que puxa-saco? PUXA-SACO INVASOR! Porra, de boa, eu adorooo fazer amizade, mas é uma puta chatice ter que aguentar gente elogiando exageradamente o professor para que ele note nem que seja por segundos a presença do maldito ser escroto naquela sala de aula repleta de aula.

Hahaha, tá, talvez eu esteja sendo muito radical, aliás, eu geralmente nem presto atenção nas aulas, mas me irrita ver que a matéria empaca naquele mesmo ciclo de perguntas idiotas o tempo inteiro. E me irrita mais ainda saber que as pessoas simplesmente vão para a sala alheia para brincar, fofocar, puxar-lamber-sugar-saco do professor ou fazer perguntas que não tem nada a ver com a matéria. É que me irrita tanto quando é gente da minha turma, imagina o quanto não me irrita quando é um forasteiro, né?!

Não tô achando ruim de terem ido, mas tô achando ruim as atitudes estúpidas ou infantis que as pessoas têm.

Ah! Preciso voltar a falar de coisas interessantes né?! Quem concorda levanta a mão! o/o/o/o/o/o/o/o/

Promessa: Próximo post, esforço máximo para texto interessante :)

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Reclamando de barriga cheia...

Postado por Vanessa Kairalla às 5/21/2009 01:20:00 PM
Para os místicos, seria o cosmo. Para os religiosos, vontade de Deus. Para os neuróticos, uma conspiração. Para os pessimistas, o óbvio. Para os otimistas, uma fase. Para os que sofreram, uma dor. Para os que não sofreram, só mais um caso com mais alguém.

Seja lá como for, as pessoas gostam de arranjar explicações para as coisas que acontecem. Por que chove, do que são feitas as coisas, por que existimos, gostamos de saber tudo. Mas algumas coisas não são fáceis de serem entendidas e, simplesmente não merecem o esforço da nossa compreensão.

Ocorre que pessoas (estou falando de mim, certamente) que têm tudo o que querem sempre dão um jeito de reclamar do seu excessivo conforto. E esse post não é uma reclamação. Talvez dessa vez eu cumpra as promessas que faço à mim sempre que posso. Sempre prometo muitas coisas à mim, mas não cumpro quase nenhuma delas, digamos que - quando se trata de eu prometer a mim - eu não consigo honrar as minhas palavras.
Prometo sempre: "Esse ano! É esse ano! Esse é o ano que eu vou estudar!" ou então "Esse ano terei uma vida mais saudável!", ou ainda "Eu prometo que vou parar de reclamar da minha vida!", essas promessas são as mais frenquentes que jamais cumpri, em 20 anos de vida.

Acontece que estudar e ter uma vida mais saudável é, obviamente, uma questão de esforço, o qual a minha preguiça ataca com unhas e dentes, atando meus braços e pernas para que eu JAMAIS me deixe cair na tentação. Agora a RECLAMAÇÃO, essa não é assim tão fácil. Como já diz meu pai "Reclamar é um vício!", e de fato é!
A minha vida sempre foi ÓTIMA, nunca passei fome; fico doente facilmente, mas por sorte, meu pai sempre teve dinheiro para bancar bons médicos e bons remédios para mim; sempre estudei em colégio particular e bons; sempre ganhei presentes o ano inteiro; sempre saí para onde eu quisesse; sempre esbanjei o suor do rosto do meu pai. Não me orgulho de ser assim, aliás, fui criada assim. Mas a minha "vergonha-na-cara" me permite ter a decência de retribuir todo esse esforço do meu pai, lhe proporcionando uma futura velhice confortável.

Mesmo com essa vida perfeita, cheia de familiares, amigos e tudo - ou muito próximo de tudo - o que quero, eu sempre reclamei. Reclamo porque meus familiares folgam comigo, e porque não me ouvem. Reclamo porque as coisas simplesmente não saem como eu quero, e porque odeio determinadas coisas. Mas ontem, ontem eu estava feliz. Ô! Como estava! Não tinha do que reclamar! Meu sorriso - que ia de orelha a orelha - era tão grande que meus lábios sumiam acima dos dentes amarelados e levemente entortados. E quando tudo vai muito bem, certamente algo irá piorar.

Meu pai chegou em casa, faltavam 20 minutos para meia-noite. Ele estava, visivelmente, cansado da viagem que teve de fazer à trabalho na cidade de Avaré no interior do interior de São Paulo. Ele sentou na sua cadeira de rodas estrategicamente posicionada em frente ao elevador e se arrastou até a sala, onde pude notar os olhos vermelhos chorosos e decepcionado. Fiquei olhando para ele, sem dizer nada, esperando ele começar. Logo ele estava falando:

"- Sabe filha, hoje me ocorreu uma coisa que, NUNCA, em minha vida eu achei que fosse acontecer..."

Quando ele disse essa primeira frase pensei "Fudeu! Meu pai matou alguém atropelado!", mas antes que eu pudesse dar um salto do sofá para acudi-lo ele retornou a falar e dizia:

"- Eu havia ido até o meu cliente em Avaré, e ele me perguntou se eu preferia receber em dinheiro ou em depósito, eu pedi em dinheiro, porque dá última vez ele teve problemas com o depósito. Bem, antes de sair de lá, ele me pediu que - no caminho de volta - passasse em na casa da filha dele em São Paulo para deixar com ela uma caixa... Bom, era caminho, eu disse que tudo bem, e fui deixar a caixa para a menina."

Doía cada palavra, eu sei que doía. Meu pai não uma pessoas transparente, ele sabe disfarçar os problemas, as tristezas. Ele - mesmo quando está perdido demais - não dá nenhum sinal do seu estado emocional, mas ontem estava visível.

"-Deixei a caixa na casa dela, virei numa rua para pegar a marginal e vir para Santos, quando avistei - lá do começo da quadra - três crianças e uma mulher. Eu sou desconfiado, já fui assaltado muitas vezes, e geralmente paro no meio da quadra e espero o sinal abrir. Mas hoje, filha, eu parei no sinal certinho, pois achei que eles iriam querer esmola, e eu tinha separado 20 reais para lhes dar. Quando eu parei, um dos menininhos apontou uma arma na minha cabeça, e os outros dois ficaram revistando o carro. O menininho que estava armado me pediu para descer, e eu disse que sou deficiente físico e o tempo que eu demoraria para descer do carro poderia chegar alguém e pegá-los, a mulher ficava gritando para o menino atirar, ela dizia: "ATIRA! ATIRA! ELE ESTÁ ESCONDENDO O DINHEIRO! ATIRA NA CARA DELE!", e eu estava tão chocado e não sabia o que fazer... Entreguei meus celulares, todo o meu dinheiro e eles se afastaram..."

Quando ele me contou eu fiquei estática, eu queria chorar, não pelo assalto, mas pelo medo. Eu estava sentindo o medo passando por cima da minha pele, ele me tocava em todas as partes que podia. Não tenho muitos medos, mas os poucos que tenho fazem meu coração parar de bater. Eu sentia que minha cabeça gritava quase explodindo, meu coração já havia ido parar na boca e haviam muitas borboletas sapateando em meu estômago.

"- Com certeza aquela vaca não era mãe daqueles garotinhos! Não tem como uma mãe fazer isso..." - meu pai xingou a mulher, ele realmente a odeia, deu para sentir. Meu pai raramente xinga, mas dessa vez não era uma xingamento simples, era uma expressão de ódio.

"- Depois passei em frente a um posto Ipiranga que estava na esquina oposta a do meu assalto e o frentista que viu tudo disse que eles ficam ali de 2 à 3 vezes por semana assaltando as pessoas! Voltei até a casa da filha do meu cliente para pedir dinheiro emprestado para pagar o pedágio... Parece que quando as coisas vão mal, Deus sempre dá um jeito de mostrar para nós que pode piorar!"

Foi assim que meu pai terminou de me contar o seu assalto.

Quando ele terminou pensei em como eu sou sortuda! Imaginem o que seria de mim se meu pai, meu herói não tivesse entregado o dinheiro àquelas crianças. Imaginem se as crianças seguissem o conselho daquela nojenta e atirassem na cabeça do meu pai!? Acho que eu morreria.

Mas como já diziam os sábios "Quando se está no fundo do poço a única saída que tem é por cima!"

É irritante e incompreensível como as pessoas fazem esse tipo de coisa! Quero dizer, com certeza a miséria nos deixa desesperados, mas ameaçar atirar na cabeça de alguém por causa de dinheiro, é simplesmente horripilante. Até porque, sabem que o povo brasileiro é bom, sabemos que as pessoas dão dinheiro para os pedintes no trânsito. Sei de casos que tiram 4 mil reais por mês só de esmola.
Dá raiva! Raiva da falta de segurança brasileira. Dá raiva, de como pagamos uma taxa tributária de 38,5% da nossa renda e ainda temos que sofrer esse tipo de coisa. Mas, aconteceu e, ainda bem, já passou. Espero que daqui só seja para melhor!

Desculpem o texto não interessante, mas meu coração falou para desabafar antes que meu peito ficasse pequeno demais para conter o meu medo.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Feliz para toda a vida!

Postado por Vanessa Kairalla às 5/20/2009 07:06:00 PM
Todas as quartas-feiras eu participo de um Grupo de Estudos de Direito Marítimo, e hoje - como de costume - eu fui à faculdade para participar de mais uma reunião.

No caminho de volta para casa encontrei duas senhoras que perguntaram se a Igreja do Embaré era muito longe, bem estávamos na Conselheiro Nébias com a Bartolomeu de Gusmão e, certamente, não era longe. Bom fui caminhando junto com as senhoras, afinal íamos na mesma direção, em silêncio. Certa hora, quando fomos atravessar a rua e uma das senhoras não viu o sinal fechado, puxei-a pelo braço e ela logo agradeceu. Esse foi o meu primeiro minuto de plena felicidade, ajudei alguém.

Depois de ter me agradecido, as senhoras começaram a conversar comigo. Primeiro me perguntaram se eu estudava à noite - pois observaram que eu carregava uma enorme mochila -, respondi educadamente que não, estudo no período da manhã, pois não funciono muito bem à noite. Depois me perguntaram em que série eu estava, respondi que na verdade faço faculdade. Em seguida, qual faculdade e em que ano estou, respondi em seqüencia: Direito, 4º ano. Foi quando uma das senhoras - parecendo chocada - me perguntou minha idade, respondi 20 anos. Nesse exato momento veio o minuto que me deixou feliz para toda vida, com uma das senhoras dizendo "JURA?! VOCÊ TEM CARA DE SER TÃO NOVINHA! PENSEI QUE TIVESSE 16 ANOS!". Foi espontâneo e tão natural que até doeu um pouco.

Continuei o caminho até em casa conversando com as senhoras, e estou agora feliz para toda a vida :)

# Mudando o assunto...

Estou assistindo "Brilho Eterno de uma mente sem lembranças" e, sabem, eu amo esse filme. É uma forma doentia de mostrar o que as decisões são capazes de fazer conosco.
Tenho reparado que penso demais nos filmes, livros, contos, histórias, tudo. Tudo que tiver personagens, tudo isso me atraí, tudo isso fascina, encanta e, por isso, me faz pensar.
Imaginei se eu gostaria de apagar as lembranças de alguém, e se me arrependeria disso, e descobri que não. Não quero apagar nada, nem as boas nem as ruins, nada. Imagino que se pudéssemos escolher as lembranças que gostaríamos de apagar, muitas pessoas iriam implorar para apagar os ex-namorados, os ex-amigos, etc. Mas fico pensando, uma memória ruim apagada deixa um buraco na nossa mente, fica faltando algo, é uma peça perdida do quebra-cabeça, e o quebra-cabeça só fica bonito quando tem todas as peças. Definitivamente eu quero ter o brilho eterno de minha mente com lembranças.

Foi mesmo só um comentário perdido. Mas, afinal, eu não disse que esse seria um post interessante, não é mesmo!? Hahaha

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Brasil. Meu Brasil brasileiro...

Postado por Vanessa Kairalla às 5/14/2009 12:53:00 PM
Em momento de extrema nostalgia, ousei lembrar uma infância que não me pareceu muito distante - nem poderia, pois seria desaforo dizer que minhas lembranças de menos de 20 anos atrás são distantes, enquanto outros lembram de 50 anos atrás -, onde algumas dúzias de crianças estavam, uniformizadas, mal humoradas, enfileiradas, com a mão direita devidamente colocada sobre o lado esquerdo do peito, de costas erguidas e cantando (certamente de má vontade) o nosso belíssimo Hino Nacional.

A fileira, que a cada dia tinha um aluno diferente como guia - e este obviamente deveria fingir felicidade e orgulho, que ficava a frente dos coleguinhas, ao lado do professor respectivo a sua série -, era (geralmente) irregular e totalmente desleixada. Às 7 horas e 30 minutos, com todos devidamente à postos, o hino começava a ecoar pelas paredes da escola, e logo se ouvia um ruído forte seguido pelas (desesperadoras) palavras "ouviram do Ipiranga às margens plácidas, de um povo heróico o brado retumbante (...)", e todos imediatamente se endireitavam e começavam a cantar. Alguns, realmente empolgados, gritavam o hino, enquanto os menos contentes com aquela situação - chamada por muitos de - constragedora, se aproveitando do bufante orgulho brasileiro alheio, somente moviam os lábios, dando a entender que estavam cantando. Claro que isso ocorria entre os menores, os mais medrosos. O maiores, mais indiscretos, sequer se davam ao trabalho de fingir alegria, quero dizer, eles estavam partes felizes, pois suas aulas começariam alguns minutos mais tarde, mas não gostavam da forma como o tempo extra que lhes era dado estava sendo utilizado.

Me permiti sentir saudades do hino de cada manhã. Todos os dias, a partir das 7h30 da manhã, havia pequenas filas de moleques cantando descontentes o hino nacional. Depois, ao invés de todos os dias, os hinos passaram a ser de segunda, quarta e sexta. Depois de terça e quinta. Até que, "finalmente", acabou-se a tradição de cantar o hino nacional.

A parte de mim que sentia saudade, logo saiu daquele passadinho breve, e me trouxe ao presente. Daí estive pensando, alguns dizem que os brasileiros só sabem reclamar e falar mal do nosso Brasil, dizem que não somos nem perto de patriotas, que quase todos dariam tudo para ser de outra nacionalidade. Ora, sejamos francos, nós humanos somos 10% instinto e 90% aprendizagem, como esperam patriotismo se não se ensina a ser patriota?

Honestamente, sou muito brasileira, e muito reclamona também, mas isso não me torna menos brasileira ou menos amante do meu país. Há "brasileiros" que não sabem SEQUER o Hino Nacional, isso é ofensivo. Você assiste uma partida de futebol entre o Brasil e qualquer outro país, os jogadores sabem cantar o hino de seu país, menos os jogadores brasileiros, que fazem que nem a minha turminha de criança na escola, e fica rebolando a boca pra dizer que sabe. Ou pior, ACHA que sabe, mas canta tudo TOTALMENTE errado. Eu sou patriota, não gostaria de não ser brasileira. Aliás ser brasileira é ser tudo. É ser portuguesa, espanhola, africana, é ser estados unidense, é ser inglesa, é ser francesa, japonesa, tudo. Nossa nacionalidade é a mistura de todas as outras nacionalidades.

Nossa terra tem todos os climas, e em si, plantando, tudo dá. Temos terra fértil, povo hospitaleiro, calor pra dar e vender, e a felicidade é tão grande que mesmo tendo muitos problemas conseguimos sair para tomar uma cervejinha gelada! Temos braço forte, não gostamos de trabalhar muito, porque tudo em excesso mata, mas com certeza o pouco que gostamos de trabalhar fazemos bem, obrigada! E se esse país é uma bagunça, com certeza o sonho de muito gringo era tá nessa marofa.

Desculpem, mas fiquei - com o perdão da palavra - puta de ser taxada de "não patriota", se eu não fosse patriota eu já tinha me mudado clandestina para qualquer outro lugar que não o Brasil. Sou patriota sim! E não porque vejo jogos da seleção em copas mundiais, ou em torço para o Brasil nas olimpíadas. Sou patriota porque - mesmo sendo mais afortunada que muita gente por aí - estou aqui e aqui permanecerei. O Brasil tá uma merda? Tá! Mas eu tô nessa merda também!
O Brasil tá crescendo? Tá! E eu tô crescendo também!
Agora não me venha com essa palhaçada de que nós somos um povo apatriotizado, que temos vergonha do nosso país e que só reclamamos e nada fazemos para mudar!

Brasil! Meu Brasil brasileiro... É assim que sempre foi e assim sempre será. Batendo a mão no peito só pra constar que sou casada com esse país faz 20 anos, e estou/estarei com ele, na felicidade e na tristeza, na saúde ou na doença, e nem a morte nos separa.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Próxima parada: Mundo.

Postado por Vanessa Kairalla às 5/12/2009 01:43:00 PM
"Acabou?", era um pensamento, certamente, apavorante.
"Acabou de começar", dizia se auto-reconfortando. "Acabou de começar", repetia inúmeras vezes, até que enfim absorvia e se acalmava.

É assim que fica meu coração cada dia que peso as coisas que quero fazer e aquelas que já fiz. Já dizia mamãe "duas medidas, dois pesos", não se pode comparar a vontade ao feito. Mas, sabem, não aprendo muito bem os ditados.

Entrei, quase que de supetão, em minha envelhecida e fraca memória - sabem, gosto de pensar que ela está gasta pelo excesso de uso, mesmo sabendo que não é verdade -, e vasculhei porta por porta, eram infinidades de inutilidades, montes e montes de cultura inútil acumuladas. Mas num cantinho escuro e embolorado, fora de todas as portas, em uma caixa de papelão um pouco destruída pela umidade, tinha algumas idéias, promessas, sonhos que precisavam ser lavados, secados, polidos e, enfim, guardados em prateleiras dignas de grandes obras de arte.

No meio dessas idéias, sonhos e promessas tinha um papel amarelado e enrolado, escrito com letras infantis diversas coisas a se fazer, a se ter, a se conquistar. Depois pude ver um pequeno caderninho, com letras já melhoradas pela prática de escrever, com outras listas, maiores e mais ambiciosas. Depois achei outro caderno, agora maior e com uma lista quase infinita e ainda mais ambiciosa que última. E por último um livro, grosso, com listas tão grandes que cansavam a vista, tinham letra mais legível e, as palavras utilizadas agora, mais madura e bem pensada.


Saí correndo pela porta dos fundos de minha memória, que passava pelo meu sistema límbico me arrastando pelo forte sentimento de vergonha e frustração. Pulei para fora de minha cabeça e fique me lamentando por dias a fio. Deixei a auto-piedade me acariciar devagar, mesmo sabendo o asco que sentia ao ser tocada por ela, deitei a cabeça sobre os seios do amor-próprio, deixando de ele me erguesse e me livrasse das falsidades incessantes da auto-piedade, senti que o amor-próprio empurrava, lenta e despercebidamente, aquelas mãos repugnantes que, aos poucos, sentindo que não era bem vinda, se afastou.
Logo o amor-próprio deu espaço para que o ego - o eu melhor que eu - levantasse minha cabeça e deixasse que algumas gotas de vigor tocasse minha pele em forma de raios solares. E pouco tempo depois, minha humildade - fiel companheira e prestimosa conselheira - me disse que eu já podia espalhar aos quatro ventos a minha terrível sensação de que tudo estaria acabado antes de cumprir a minhas promessas feitas a mim mesma, afinal se em 20 anos, nada fiz, o que me garante que viverei até os 50 para fazer algo?!

"Acabou?", pensava inevitavelmente, "Acabou?". Mas logo ecoava nas paredes dos ouvidos "Acabou de começar!"

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Num mundo sem saída.

Postado por Vanessa Kairalla às 5/11/2009 08:09:00 PM
"Escolhi certo!" - Logo pensei. Não podia ser melhor, não podia estar errada, não quanto aquilo que parecia e era tão bom. Era um mundo muito bem visto, principalmente pelos mais velhos e sábios - e isso era fato, afinal, pude ver nos olhos daqueles que sabiam pelo menos 30 ou 40 anos mais. Aquele mundo era muito diferente, quer dizer, podia ser muito diferente, mas com toda a certeza poderia ser igual - para o bom ou para o mau - a este mundo aqui.

Se essa decisão tivesse que ser tomada há alguns poucos anos atrás, certamente teria hesitado e talvez não passaria para o "lado de lá", mas esperei o tempo certo para me dar a chance de optar entre me perder por "lá" ou permanecer para sempre somente aqui.

Acontece que não existe exatamente o "lá" e o "aqui", pois tudo é "aqui", mas era difícil demais notar, até porque somente, nos breves momentos de página em página, o "lá" era muito mais palpável e concreto que o "aqui", mas quando as páginas - feito uma enorme porta pesada que fecha rudemente na cara de convidados - se fechava entre duas capas, ora grossa e dura, ora fina e maleável. Escolhi certamente as incertezas das páginas desconhecidas. Para chegar "lá" existem vários caminhos, e só se volta após o último ponto final da última página. A forma que mais gosto de viajar até lá é dentro do meu (suposto) refúgio.

Minha casa fica em frente à praia, quando você entra tem uma enorme varanda de vidro que forma um "L", saindo do elevador há um pequeno hall de entrada com uma porta de madeira - que raramente é fechada -, saindo do hall, logo em frente, se encontra a (quase extensa) sala, que se divide pela mobília entre sala de jantar (à esquerda) e sala de estar (à direita). Virando à direita, passando à sala de estar há uma porta branca - também raramente fechada - que dá para um curto corredor que leva aos quartos. A primeira porta à esquerda é um quarto pequeno, de paredes azuis claras, à direita há um armário embutido na parede em cor marfim, seguido de uma cama de solteiro que termina na outra parede, onde fica a janela. No canto direito, ao lado da janelinha de vidro, há um velho e turbulento ar-condicionado, na parede, logo abaixo dele, há uma mesinha cinza. Acima dela há um suporte de televisão - momentaneamente vazio, muito embora não me faça falta - ao lado da mesa cinza há uma sapateira e acima dela prateleiras onde ponho livros e alguns bichos de pelúcia nostálgicos. E é bem no meio, no chão, que eu gosto de sentar e caminhar para o outro mundo. O meu outro mundo.

Quando começo a caminhar para "lá", as coisas concretas à minha volta se corroem, como se apodrecessem, e caem quase estantaneamente. É como se um terremoto, abalasse tão somente meu quarto. E logo um novo cenário está posto. Às vezes como uma pequena sacada onde se ouvem serenatas, outras como um castelo esplendoroso coberto de ouro por todos os lados, certas vezes como as profundezas oceânicas e em algumas como enormes e assustadoras florestas. Aos poucos as palavras se tornavam exatamente aquilo que queria dizer, sendo tão concreta e real que o pequeno quarto parecia ainda menor com tantas coisas novas entrando e saindo dele.

Mas não se pareciam com as coisas comummente tocáveis, os cheiros tinha cores que deixavam transparecer do outro lado. Os gostos possuíam formas, e os sons eram exteriorizados conforme o trimbe. Os pios dos pássaros era cristais cumpridos, enquanto o ronco de um motor eram pedaços broncos de metal enferrujado.


Entrei, dentro do mesmo quarto pequeno, muitas portas diferentes, nelas conheci alguns que - de longe - mesmo parecendo loucura posso até chamar de "amigos", pois essa é uma boa palavra, ô se é! Pois eles, raramente, me decepcionam ao fim, e certamente me ensinam lições valiosas, e sofro com eles, bem como divido as felicidades, sei os segredos deles, e com certeza se tivesse algum segredo, com eles estariam seguros. São pessoas de caráter duvidoso, outras firmes e dignas, alguns jovens demais, outro de menos, mas todos especiais, pois se fossem reais, seriam como qualquer um de nós.

Optei, e não me arrependo. E agora estou perdida, novamente, dentro das fantasias, de onde não sei se tem volta, mas com certeza - se não tiver - não me fará falta.





* Viciei.
Me perdi, novamente.
Dessa vez para sempre.
Sumirei na fantasia.
Talvez seja esse o meu país das maravilhas.
Apaixonada por pedaços de papel, com meia dúzia de letras.

domingo, 10 de maio de 2009

O motivo perfeito para todos os outros motivos...

Postado por Vanessa Kairalla às 5/10/2009 06:57:00 PM
Ter um dia apenas seu. É... Acho que isso apetece as todos nós. Ser especial. Ser lembrado.

"Ora! Vanessa! É para isso que existem aniversários! Tolinha..." - pensam os raros leitores.

"Oh! Tola, eu?!" - pensa Vanessa aborrecida - "Ora! Aniversário não é tão especial assim! Vejam só! É um dia em que apenas lembram que você nasceu. Isso não significa de forma alguma merecimento!"

Foi assim que comecei a imaginar o motivo perfeito para entender o DIA DAS MÃES. Daí então a minha imaginação - a mesma da qual falei post passado - começou a se movimentar, como se fossem moléculas de água agitadas pelo calor excessivo. Logo imaginei que o dia poderia representar os sentimentos e a pessoa homenageada poderiam ser os sentidores.

De repente - em minha cabeça - estavam mulheres, muitas delas, em uma enorme sala totalmente branca e vazia. Estavam em pé, deitadas, sentadas e encostadas pelas paredes. Suas roupas também eram brancas, e estavam todas estáticas e sem afeições, não estavam tristes, estavam apenas sem sentimentos. As mulheres estavam fechadas e - embora tivessem diversas nacionalidades - todas sem cor. O silêncio era mortal, não se ouvia sequer as respirações, mas no instante seguinte, ouviu um riso pequeno e desajeitado. Ecoou pelas paredes até que, finalmente, caiu no chão e quebrou em milhões de pedaços. Os pequenos pedaços mancharam o chão branco de diversas cores, chamando a atenção daquelas mulheres. E novamente ouvi-se outro riso desajeitado, e foi acontecendo a mesma coisa repetidamente. Logo o chão estava coberto de cores. As mulheres pareciam nervosas, agitadas - bem como a minha imaginação - e logo começaram a tagarelar.

As vozes eram diferentes, umas roucas, outras agudas, outras graves e algumas suaves e aveludadas. Enquanto conversavam outro riso as pegou de sopetão, mas desta vez os pedacinhos cairam sobre as roupas das mulheres, e daí veio outro, mais outro e mais outro, em instantes estavam todas mergulhadas em cor. Partes que nem sabiam que existiam estavam sendo tocadas, de tal forma que parecia que partes muito intímas estavam sendo despidas. As cores invadiram com força as mulheres, que logo estavam reagindo à tanta mudança. Mergulhavam-se em lágrimas, ficavam sem ar de tanto rir, desvairavam-se em gritos e até mesmo agoniavam. As cores se misturavam e pulavam de mulher em mulher. Minutos depois cada cor era uma criança e, cada criança, tinha sua mulher.

As mulheres estavam tão ocupadas com suas crianças que não puderam perceber que a sala - antes vazia - agora estava dividida, separando cada uma delas. O vazio já havia passado e era tudo puro sentimento. Eram tantas sensações que inflavam cada célula do corpo, acelerava os corações e enchia os estomagos de borboletas. Estava tudo tão cheio que explodiu em forma de felicidade, que impregnou n'alma que todas elas.

Mães,

Imagino que - quando deram a luz - sentiram a explosão de felicidade tocar fundo dentro de si. Não sei como é ser mãe, nem como será, mas tenho certeza que é muito especial.
Nós - filhos - temos certeza de que somos suas cores, bem como vocês são as nossas. Sabemos que somos sentimentos, bem como vocês são. Sabemos que são especiais, e por isso merecem TODOS os dias.

Mamães, vocês são o motivo perfeito para todos os outros motivos que deram origem a esse dia tão especial. Vocês são o motivo perfeito para nossa existência, para nossa felicidade e para tudo.

FELIZ DIA PARA VOCÊS.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Dançando sobre a linha tênue que divide a minha realidade de toda e qualquer fantasia...

Postado por Vanessa Kairalla às 5/08/2009 04:12:00 PM
... acho que está passando. O meu receio quanto a minha própria forma de escrever, finalmente, está passando!

Não digo que estou escrevendo bem, pois mamãe sempre dizia que "Mentir é feio, menina!", mas com certeza agora não me repugno tanto. Erro, e não me xingo mais por isso. É como se o "Grilo Falante" tivesse se disvenciliado de Pinócchio e passasse a ser agora - somente - minha consciência, e ao invés de me mandar parar de mentir, ele me diz para não me martirizar por tão pouco.

E isso desde que me encantei pela trilogia "Fronteiras do Universo" - muito embora eu esteja ainda no segundo livro - de Philip Pullman. Depois que conheci a história da menina chamada Lyra - a qual me identifiquei muito - minha mente desvairada não para de fantasiar. E tudo o que vejo, ouço, cheiro, como, tudo se tornou surtos fantásticos de imaginação. Depois que li o primeiro (dos três) livros, comecei a escrever uma histórinha que ficou - inevitavelmente - parecida. Daí então os surtos imaginativos viraram pânico.
"Como ser tão sem criatividade" repetia a mim mesma. "Obviamente, é por isso não escrevo bem", tornava a me chicotear. Mas os surtos que viraram pânico passou - imperceptível - a nada. Sabe quando todos os picos de violentas emoções negativas passam a exatamente NADA, e você simplesmente não percebe?! Pois bem, isso me ocorreu. E foi tão rápido e faceiro que sequer notei quando.

Daí, a linha tênue entre realidade e todas as fantasia - onde eu me encontrava sentada, estagnada e completamente estática - começou lentamente a se movimentar, e antes que pudesse me dar conta eu estava de pé, em cima dela, dançando em ritmo lento, como se uma valsa vienense tocasse branda me convidando para dançar. Conforme meu corpo - ainda duro - se mexia e rodopiava, seguindo o clássico "dois para cá, dois para lá", podia ver dum lado a realidade e doutro a fantasia. Era a dança mais deliciosa da qual pude participar.

Do meu lado direito havia o carregado cinza das coisas concretas, eu via as possibilidades, sentia a firmeza das coisas que eu sabia, que se quisesse, podia tocar e carregar comigo para onde fosse. Eu via as tristezas e as felicidades, elas também eram concretas e - estranhamente - andavam de mãos dadas, mas eram simples passageiras, por isso, a cada volta dada elas iam e vinham de formas diferentes, dissipando-se no ar cada vez que eu lhes dava as costas.

Já o lado esquerdo as cores se confrontavam o tempo todo e formavam um tecido degrade brilhante, que podia ser mais bonito que a própria aurora boreal. Havia animais e monstros que jamais se poderiam ver do lado direito, o lado real. Algumas fumaças caiam do céu com cheiros de avelã, outros rios subiam para o céu, formando uma cachoeira anti-gravitacional. Os cheiros eram fortes e completamente distintos daqueles que vinham do lado oposto. Eram tudo completamente intocável, nada podia ser carregado ou guardado. E, coincidentemente, no lado da fantasia também haviam tristezas e felicidades. Elas também andavam de mãos dadas e se dissipavam ao dar as costas, mas elas não impregnavam na roupa, como as da realidade faziam.

De repente, aquilo que era uma valsa, explodiu em forma de samba - e as músicas vinham de ambos os lados - e a linha, que já era tênue, se tornava cada vez mais invisível e indesejável. Conforme meus pés dançavam por contra própria, o cinza era encharcado pelas cores da fantasia, e essas impregnavam de tal forma que me deixava com a certeza de que nunca mais sairiam. O tecido degrade e brilhantes de cores começaram a tocar tudo o que havia na minha realidade. O samba aumentava o ritmo cada vez mais, e a linha ia se apagando.

Quando o samba passou a ballet já era tarde demais, a fronteira que a minha realidade havia criado para afastar a insanidade da minha fantasia já havia desaparecido, como se um muro tivesse sido derrubado, sem dó ou piedade.
Os cheiros - todos eles - se intensificaram. Os perfumes cítricos eram puro limão, os doces eram o mel recém-fabricado. Os sons estão mais nítidos, o pio dos pássaros são óperas bem cantadas, e o ranger de peças enferrujadas de metal é o rock mais pesado de todos.

Foi a melhor coisa que eu fiz. Abrir as porteiras da minha fantasia. Até os meus momentos de insanidade me rendem deliciosos momentos de sonhos e, na maior parte deles eu estou incrivelmente acordada.


Chega né!? ahahaha parei de viajar. :B

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Descrições.

Postado por Vanessa Kairalla às 5/06/2009 04:19:00 PM
Eu gosto de acreditar que há em meu - já adormecido - cérebro uma nítida divisão (sem ser a de lobos e sulcos), onde 90% está reservado - por tempo indeterminado - para futilidades, enquanto os outros 10% aguardam instruções para receptar sinais de maturidade e responsabilidade.

Bem, os 90% são - obviamente - mais utilizados. E acabo de descobrir que eles amam descrições e odeiam nomes, compreendam que o amor e o ódio estão sempre muito próximo. Uma vez me disseram (não me lembro quem), que a maior dificuldade de compreensão dos homens surgem a partir do momento que ele dá nome às coisas. A partir do exato momento em que o local onde sentamos, que possui quatro matrizes de sustentação e pode ser de madeira, metal ou até mesmo plástico, passa a ser uma simples "cadeira", a filosofia morre e apenas somam-se números.

É como se, só pelo fato de saber que o lugar onde eu sento, que tem quatro matrizes de sustentação e pode ser de madeira, metal ou plástico, se chama cadeira, eu não precisasse mais entendê-la. Porque é o que acontece! Nós paramos de querer entender depois que sabemos o nome. Eu não preciso saber o que é um sapato, porque eu já sei que aquilo que eu ponho em meus pés para caminhar se chama sapato. Daí ficamos estagnados, porque somos apenas informantes de pontos de referência. Não precisamos saber o que são as coisas, desde que possamos apontá-las.

Logo pensa-se que "apenas uma descrição à menos, não fará mal algum", mas fará, as pessoas precisam de nomes, não as coisas, na verdade não se aprende mais a descrever e pensar nas coisas, elas aprendem a decorar nomes, e isso deixa meus 90% simplesmente irados. Porque dói saber que a cansativa base da nossa vida, a bendita filosofia, se perde entre curtas frases mencionadas raramente pelos que ainda se lembram que - algum dia há muito tempo - algumas filosofavam e pensavam sobre tudo, todos, todo o tempo. Porque o que agora é simplesmente ridículo, um dia foi uma descoberta impressionante, pois se "no meio do caminho havia uma pedra, havia uma pedra no meio do caminho" é porque um dia Carlos Drummond de Andrade pensou muito. E, como já dizia Socrates, "Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância."

Também não estudo nunca, e sequer me dou ao trabalho de pensar o tempo inteiro, mas as pessoas apertaram um botão de "pause" muito grande e - pelo visto - ele travou, ou será que é o play que não quer funcionar?! Agora, preciso pensar.




*~ Mudando de assunto.

Nomes de pessoas. Preciso de nomes bonitos, fortes e MUITO brasileiros.

domingo, 26 de abril de 2009

As curtas palavras feias de parabenização...

Postado por Vanessa Kairalla às 4/26/2009 06:50:00 AM
... Sofro um dos males que parecem estar quase extintos hodiernamente, o mal da falta de afeição pública. Notem que o mundo passou a amar demais e demonstrar isso demais, porém, algumas pessoas - como eu - continuam ridiculamente contaminadas pelo mal das curtas palavras feias.

Exemplificando o mundo enxerga melhor, então vamos lá. Hoje é aniversário de meu pai, e tenho certeza que alguém com certeza escreveu um SUPER cartão ou irá dar um belíssimo discurso, mas eu... Ah! Eu não! Eu empaco.
Não sei dizer as palavras lindas dentro de imensos textos de gratidão. Não mesmo. Também não sei abraçar alguém por mais do que dois minutos enquanto recito poemas de amores infindáveis, não dá! Não passa! Não sei dizer que amo alguém, escrever eu consigo, mas dizer, nunca. Não saí!

Eu tentei escrever um cartão lindo, daqueles que nos fazem chorar, peguei uns papéis e um lápis velho e mal apontado, sentei e rascunhei algumas frase, mas de que adianta?! Sou seca, e não consigo me expressar sem me sentir no mínimo ridícula.

Todas as vezes que penso em dizer para as pessoas - como hoje por exemplo, no aniversário do meu pai - o quão elas são importantes para mim tudo o que se passa em minha mente são frases completamente clichês. E, sempre me vem a cabeça que é óbvio que não consigo explicar para as pessoas o quanto eu gosto delas, uma vez que não importa o quanto e sim o porque... Quem disse que consigo?! É claro que não consigo! Como é que vou explicar hoje pro meu pai que eu não amo ele mais que alguma coisa... Porque eu amo ele. É tipo, ridículo, ninguém ama uma pessoa mais que algo, as pessoas amam por motivos... E para minha infelicidade, não sei quais são os motivos.

Daí minhas parabenizações ficam assim, pobres, mixurucas, curtas com palavras feias.
Preciso umedecer a esponja que chamo de coração, porque seca desse jeito, nunca sairei dos "Parabéns! Felicidades! Tudo de bom".

Mas... C'est la vie.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Mitos que não são tão mitícos assim...

Postado por Vanessa Kairalla às 4/17/2009 02:22:00 PM
Sabem aquelas piadas que deixam as mulheres azuis de raiva? Exatamente as machistas do tipo "Mulher no volante, perigo constante" ou "Pra saber se é mulher dirigindo conte o número de buzinadas que à segue"?

Então, eu gostaria de dizer que: Meninas! Eles estão certos! Pelo menos em razão a mim.

Gente, sem brincadeira fiz três dias de aula já, e juro por Deus que eu simplesmente não consigo me manter em linha reta! Meu carro faz zigue-zagues involuntários, o tempo inteiro. Quando eu me irrito eu tiro as mãos do volante (e se ele não reto com as mãos no voltante, imagine sem elas lá), eu sou o típico MITO FEMININO DE FALTA DE HABILIDADES AUTOMOBILÍSTICAS! Chega a ser ridículo!
Eu faço todas as cagadas que os homens - injustamente - atribuem às mulheres. Eu faço JUS a nossa má fama!

Por isso... CUIDADO AO SAIR NA RUA!


Mudando de assunto: Tá rendendo!
Isso mesmo, minha histórinha já está na 34º página - mesmo que a fonte seja média e que eu pule linhas, está grande, afinal eu sempre começava e parava no máximo na terceira página... sem contar que eu só escrevo quando dá tempo (quase nunca ultimamente, afinal tenho provas, trabalhos, o estágio, etc).
E até que eu estou enrolando bem XD tipo, não parece TÃO cansativa hahaha

Acho que já deu :D

Obs: Pupo, no seu níver vai ser um post meio a meio, meio "MEU AMIGO PUPO" e meio "MINHA AMIGA MAIRA" :D

terça-feira, 14 de abril de 2009

Hoje é dia de... LORRAINE!!

Postado por Vanessa Kairalla às 4/14/2009 12:57:00 PM
Como diria a Xuxa Meneguel:
"Hoje vai ter uma festa, bolo e guaraná, muitos doces pra você-ê!
É o seu aniversário, vamos festejar e os amigos recebe-er!
Que felicidade, o amor no coração, que a sua vida seja sempre doce emoção!
Bate, bate palmas que é hora de cantar... Agora todos juntos vamos lá!

PARABÉNS! UHUL
PARABÉNS! UHUL

Hoje é o seu dia que dia mais feli-iz!

PARABÉNS! UHUL
PARABÉNS! UHUL

Cante novamente que a gente pede bi-iz!"


Pois é gente (vocês já notaram como eu escrevo como se milhões de pessoas lessem isso aqui?! hahahaha) hoje (14 de abril de 2009) a minha amiga linda completa 21 primaveras.
Dessas 21 primaveras de existência linda e feliz, tive o prazer de participar das últimas 7.

Eu falei com a Lorraine pela primeira vez no primeiro dia de aula do primeiro ano colegial no Jean Piaget! Ela tava fazendo aqueles desenhos fofinhos que ela sempre faz de mangá (que eu amo e tenho vários guardados há tempos) e eu vi - e logicamente babei um ovo fodido né!? - daí eu comecei a falar com ela... Aposto que ela se assustou, afinal de contas quem era aquela menina louca que sentou do lado dela e começou a falar coisas desinteressantes no primeiro dia de aula?! EU, CLARO!

Daí a gente passou os três anos do colegial (que não sei mais que séries são... tá mó complexo agora) juntas, aprontando, rindo, indo ali e aqui, e quando acabou o colegial eu pensei "Ai, será que a gente vai se ver menos?" e fiquei meio pra baixo, mas no finalzinho do 3º colegial a Lo me mandou uma mensagem assim no celular "Van, tenho uma notícia, não sei se vc vai gostar... bjo Lo", daí eu pensei "O que será que é?! Pra eu não gostar, ela deve ter cagado no meu travesseiro", daí no dia seguinte ela veio na minha casa MUITO envergonhada e disse que achava que tá grávida, mas não tinha certeza e não sabia que teste era melhor comprar... daí a gente perguntou pra minha irmã mais velha, porque a amiga dela já tinha ficado grávida e ela quem tinha comprado o teste... daí minha irmã comprou o teste e em alguns minutinhos
TCHÃ-RÃ! CONFIRMADO.
Esse foi o maior e melhor presente que eu tinha ganhado - depois teve meu segundo maior e melhor presente que veio só dois meses depois que foi a minha irmã me dizer que também tava grávida.

Daí no dia 28 de setembro de 2006, eu estava no primeiro ano da faculdade e era dia de prova, eu recebi outra mensagem da Lo assim "Nasceu!", gente, eu gritava tanto, todo mundo já sabia que a minha amiga linda estava grávida, e pelos berros que eu estava soltando todos já sabiam que uma menininha muito linda e graciosa tinha nascido!

Mas eu ainda ficava pensando "Mas será!? Será que a gente vai continuar se falando que nem no colegial? Cada um escolheu um caminho, uma faculdade, será que vamos ter tempo?" E adivinhem! Tivemos e temos! Esse foi o outro enorme presente que eu ganhei da Lorraine (da Maira também), e a gente continua se falando SEMPRE, todo fim de semana a gente faz alguma coisa e quando dá durante a semana também! E eu amo isso!
E agora eu posso dizer com muito orgulho de nesses 7 anos que eu conheço a Lorraine eu vi grandes mudanças que tornaram ela uma mulher e mãe muito forte e especial. :D

Lo, parabéns!
Que você esteja e seja muito feliz e tudo de bom e melhor aconteça e venha para você!
Te amoooo (hahaha acho que deu pra notar já né?!)
Beijos no seu coração :D

segunda-feira, 6 de abril de 2009

(entre parenteses) ?

Postado por Vanessa Kairalla às 4/06/2009 02:39:00 PM
Pois bem, não sou tão adaptável quanto eu imaginava...
Pelo que tenho visto e escrito, naturalmente, já sei que não vou me adaptar nem um pouco as novas regras ortográficas... CARA! EU GOSTO DE ACENTUAR! Desculpa, mas a minha crase faz falta quando eu leio. E quando eu tenho uma idÉia, ela tem ACENTO, porque é uma idÉia, senão seria "idÊia" e isso nada se parece com uma representação mental de algo concreto ou abstrato...
Vai ser difícil escrever sem acentuar as palavras, é quase impossível, pois eu - o que faz me sentir uma idosa - acostumei assim, é automático. É como se te dissessem de repente para não por mais pingos em I's... É estranho.

Ai que saudade de todos os acentos retirados. Todos eles. Até os que não sabia onde colocar ou porque estavam ali. Saudade até mesmo daqueles que nunca utilizava, como a pobre trema que, em meus textos defasados em gramática, era tão esquecida quanto Macaulay Culkin em todos os três mil e duzentos "Esqueceram de mim".

Mas a dó fica para os Portugueses, tadinhos, perderam alguns "C's" por aqui e por ali... Imaginem vocês se do nada a palavra FATO virasse "faCto", agora inverta a situação e sinta-se um português com a nova reforma ortográfica. Entendo a importância dessa reforma, unificar a língua portuguesa vai trazer mais importância internacional a língua e tudo o mais, mas que vai ser difícil, isso vai.

segunda-feira, 30 de março de 2009

curtindo um pouquinho xD

Postado por Vanessa Kairalla às 3/30/2009 03:27:00 PM
Até que tô curtindo a histórinha que estou fazendo... quero dizer não está boa, mas estou gostando de ver que ela está rendendo, mesmo que por pura enrolação...
Vou por uns pedaços (ok, vou por o começo mesmo hahaha) só pra me sentir uma super escritora dando uma pequena prévia de seu futuro lançamento haahahaha

"Foi fácil demais até mesmo para Abigail, tão fácil quanto andar. Nunca havia atravessado tão rapidamente de um lado para o outro daquela quadra, tampouco chego com fôlego, como desta vez. Geralmente era o inverso, Abigail se esforça terrivelmente e só chegava ao outro lado cansada, brava e sem ar. Em dias normais ela estaria comemorando junto de Conrado – que também chegara pela primeira vez ao outro lado daquela imensa quadra sem dar nenhum tropeção – mas nenhum dos dois tinham motivos para comemorar, não enquanto ainda estivessem lá dentro.

- Corra Abigail, vamos! Corra! – dizia Conrado desesperadamente enquanto a puxava pela manga do casaco de veludo escuro e já meio surrado.

- Estou tentando, não tenho mais forças! Minhas pernas! Mal posso senti-las... Conrado, precisamos parar um pouco – implorava Abigail enquanto bufava meio raivosa.

- Ora Abigail! Qual é o seu problema?! Até parece que não viu as mesmas coisas que eu lá dentro! Se eles te pegarem... se eles nos pegarem... se souberem o que vimos... Ah! Estamos mortos entendeu?! – dizia Conrado ainda mais irritado que a própria Abigail.

Se tudo estivesse ocorrendo cerca de três ou quatro meses atrás ambos estariam mais tranqüilos, afinal, a mãe de Abigail ainda estaria viva e os protegeria no Parlamento Brasileiro – até porque a influência de sua mãe era a maior jamais vista –, mas com certeza, agora o máximo de proteção que conseguiriam seria um abrigo abandonado perto de algum armazém ruído no porto."



Pois é... um começo ruim para uma história ruim, mas quem liga?! Tá rendendo hahaahahaha
Ai ai, eu sei EU PROMETI ESCREVER ALGO LEGAL... mas a criatividade me falha por esses dias xD
futuramente, quem sabe!?

beeeeijoooos :**

sexta-feira, 27 de março de 2009

abando, retorno, abando, retorno, abandono, refaço.

Postado por Vanessa Kairalla às 3/27/2009 02:12:00 PM
pois é... eu tinha dado um tempo aqui né?!
E pelo visto darei muitos outros tempos.
Bom, lembram que eu tinha comentado (séculos atrás) que eu estava escrevendo (tentando) uma hitórinha? Pois bem, eu havia desistido dela, não que tivesse muitas páginas, só tinha três folhinhas mal escritas - e sem nada de bom sendo contado. Daí então, ontem eu resolvi começar outra história que - para a minha NÃO surpresa - está bem inspirada em "A bússola de Ouro" de Philip Pullman... e essa histórinha, não sei como, em menos de um dia já tem 11 páginas, que não estão tão chatas quanto as três da história anterior... mas também não me dão orgulho, afinal, estão tão sem criatividade, é como se eu tivesse fazendo uma quase-cópia do Philip Pullman... quero dizer... não está igual, não mesmo. Mas também não está muito criativo.
É esse tipo de situação que me faz acreditar fielmente na minha inabilidade para esrever coisas, ou até mesmo para criar coisas inovadoras. Sim, isso me frustra.
Mas quem se importa? Eu é que não. Pelo menos tento não me importar. Só que... AH! Como odeio me frustrar e não saber fazer nada direito, pelo menos nada do que eu queria saber fazer...
Meu português é nojento, bem como todo o resto necessário para a composição de um livro bom, e isso me dá tanta raiva!!

Tenho que parar de fazer reclamações desse tipo aqui... Tenho que parar de fazer reclamações. xD

PRONTO! Parei.

Vejamos algo bom... Quem está afim de sair comigo esse fim de semana?
Me liguem :)

Bom... tenho que ir trabalhar :/
beijos :***

sexta-feira, 13 de março de 2009

Não quero calor, não quero chuva, o que faço em santos?!

Postado por Vanessa Kairalla às 3/13/2009 04:20:00 PM
essa minha terra é fogo viu!?
Se não está um calor infernal, está chovendo... Será que algum dia Santos vai estar no meio termo?!
Posts curtos por falta de tempo... depois posto algo mais legal :D

quinta-feira, 12 de março de 2009

Ficando LOUCA...

Postado por Vanessa Kairalla às 3/12/2009 04:44:00 PM
Gente tô ficando LOUCA!
Meu pai acha que eu sou o Magaiver ou Highlander, sei lá... ele acumulou acho que uns 5 anos de papel pra arquivar e agora ele me deu TUDO de uma única vez, e ainda me chamou de DESORGANIZADA, só porque eu não consigo achar um documento no meio de 3 montanhas de papel!
Ai socorro!!! ;_;

quarta-feira, 4 de março de 2009

Vende-se bom senso à preço de custo!

Postado por Vanessa Kairalla às 3/04/2009 03:24:00 PM
"Tente colocar bom senso na cabeça de um tolo e ele dirá que é tolice."
(Eurípedes)

"O bom senso existia; mas estava escondido, por medo do senso comum." (Alessandro Manzoni)

Eis logo acima duas frases que me agradam nesse exato momento. Ocorre que minha professora de Prática Jurídica Cívil pediu que a classe fizesse em grupos um trabalho sobre "O Sistema de Cotas para Universidades", e adivinhe se eu me irritei com esse tema? Obviamente, ora, com todo o respeito aos que concordam com essa idéia demasiada estúpida de que é necessário - para quebrar o preconceito - a criação de COTAS que facilitem a entrada de negros, pardos, mestiços, pobres e deficientes nas universidades. De certo, alguns devem estar lendo esse primeiro parágrafo pensando que quem necessita de um pouco de bom senso ou eu, mas sei que não preciso e explicarei porque.

A população negra - com razão - se sente (desde sempre) marginalizada e sofredora de grande preconceito, porque de fato era mesmo, mas NUNCA houve preconceito para o ingresso nas universidades, uma vez que no sistema Brasileiro são feitas provas onde não há nenhum tipo de indicação ou analise a não ser a quantidade de conhecimento ou de acertos do candidato. Bom, de qualquer forma, há 121 anos o Brasil aboliu a escravidão e transformou o afro-brasileiro de objeto à ser humano, sem dar nenhum tipo de assistência depois - fato contra a minha revolta eu sei - mas em contra-ponto é visto que no Brasil a falta de apoio educacional não é apenas para os negros, é também à toda a população pobre "Ora Vanessa, mas você disse que o decreto-lei também ampara o pobre, o mestiço, etc...", pois é, ampara mesmo, mas nosso sistema jurídico existe uma hierarquia de leis, sendo a lei suprema a Constituição Federal, e essa mesma lei diz que se ela não discriminar nada nenhuma outra lei poderá discriminar, ou seja, se a Constituição Federal não diz "DEVEM EXISTIR COTAS NAS UNIVERSIDADES PARA A POPULAÇÃO NEGRA, MESTIÇA, POBRE E PARDA", então nenhuma outra lei poderá dizer...

E não é só isso, mais ou menos 63 anos depois do fim da escravidão no Brasil, houve na Africa do Sul - se não me engano - um fenômeno chamado APARTHEID, onde tudo era divido entre os negros e os brancos, os ônibus tinham acentos para negros e para brancos, as ruas eram um lado pra negros outro pra brancos, as escolas ou eram de negros ou eram de brancos, exatamente tudo era dividido, como se uma das duas "raças" - que era claramente a negra, sofrendo mais uma vez preconceito - fosse uma praga. Bom, para o azar da pessoa que instaurou esse regime político bizarro, no mesmo ano (1948 se não me engano)foi criada a Declaração Internacional dos Direitos Humanos que diz que TODOS são iguais e devem agir uns com os outros com espírito de fraternidade. Bom, alguns anos depois -acho que em 1973 ou algo assim - a Europa chocada com o Apartheid (chega a ser engraçado, afinal cerca de 28 anos antes eles haviam sofrido com a presença devastadora do Nazismo Hitlerista praticante de um genocídio assustado, mas isso não vem ao caso) resolveu criar uma CONVENÇÃO DE PUNIÇÃO E SUPRESSÃO DO CRIME DO APARTHEID, e essa convenção diz no seu primeiro artigo que seja para PREJUDICAR ou para BENEFICIAR qualquer "raça", ou seja, as ações afirmativas criadas nos EUA e adaptadas para o Brasil não são apenas inconstitucionais como também uma ofensa à uma Convenção Internacional - que aqui é mais fraca que a constituição obviamente.

De qualquer forma, as únicas cotas que defendo são as cotas para deficientes, pois segundo o princípio da Igualdade (art.5 da CF "caput" e inciso I) nós devemos "tratar desigualmente os desiguais para que possamos igualá-los no plano jurídico", ou seja, exigir que um deficiente tenha a mesma capacidade de uma pessoa considerada dentro dos padrões de normalidade é querer demais, mas virar pra mim e dizer que o negro não se iguala ao branco e por isso precisa de cotas é simplesmente revoltante, é tão preconceituoso quanto tratar os negros como objetos - como era feito na escravidão - pois dizer para minha pessoa que eles estão marginalizados e por isso merecem tratamento especial é cuspir e pisotear o bom senso.

E o pior, eles pedem 'CHEGA DE RACISMO! CHEGA DE PRECONCEITO' mas vestem a camisa de "sabemos menos que vocês, nos deêm cotas" é simplesmente se desdizer... para mim, o sistema de cotas universitárias não passa de mais uma política "cala boca" do governo, é mais uma forma de fazer as pessoas esquecerem que era pro ensino fundamental e ginasial estar em ótimas condições... ora pra que bom ensino médio se eu sou da cota universitária né?!

Desculpem, mas esse trabalho me irritou demais! Precisava desabafar hahaaha
Juro que não falarei mais de Direito :D

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Santa Paciência...

Postado por Vanessa Kairalla às 2/26/2009 12:22:00 PM
... cara, eu não nasci pra trabalhar sabe?! E mesmo assim trabalho, trabalho pra ouvir merda de quem não trabalha, e isso me deixa bem aborrecida. Fico azeda, fico sem saco para nada.
As pessoas são mal agradecidas, são estúpidas e me aborrecem...
Fico pensando, nos tempos de hoje - eu que não nasci para o trabalho - não tenho dinheiro e, portanto, preciso trabalhar, se fosse na antiguidade - eu que também não teria nascido para o trabalho - seria uma camponesa mal acabada com doze filhos que precisava limpar a bunda dos nobres e ainda levar uma cusparada na cara por isso. Hahaha ok, foi meio dramático, mas acontece que quando não se deseja trabalhar, mas mesmo assim tem que se fazê-lo, tudo fica mais asqueroso. É como se os dias sol, com pássaros cantando, flores perfumadas, animais e crianças brincando virassem dias infernais de calor escaldante com pássaros grunhindo, flores enfestando o ar com um cheiro nojento, animais e crianças se atacando...
E toda essa minha revolta surgiu apenas pela crítica de meu trabalho... SIM! Mimada?! SIM! Fresca?! SIM!... Ora! Já não desejo trabalhar, já o faço com a menor vontade, e ainda ousam me criticar?! Ora, faço não faço?! Mesmo contrariada, faço! Pra que vem me criticar não é!? ¬¬
Ai que saco viu!?
Não gosto de ser empregada, não gosto de fazer aquilo que não quero, portanto, não me perturbem!

Pronto acabou meu post mal criado de menina mimada contrariada.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Três passos em direção ao paraíso...

Postado por Vanessa Kairalla às 2/17/2009 04:28:00 PM
... sonhei que escrevia um livro, não qualquer livro, um bom, ou melhor, um ÓTIMO livro. Daqueles que as pessoas se apaixonam, sentem o cheiro, a emoção, daqueles que as pessoas ouvem as palavras que estão escritas, vêem os objetos que estão descritos. E meu livro se tornava um BEST-SELLER, e eu me lembro que no meu sonho eu doava 70% do valor que eu recebia, mas não para instituições, mas para pessoas que moravam em palafitas, favelas e ruas, e uma das pessoas para quem eu doava uma quantia em dinheiro, ao invés de torrar tudo em roupas, carros, etc., investia o que sobrará da reforma de sua casa, em sua educação. E eu ficava tão feliz que me tornara amiga pessoal daquela menina fofa e muito inteligente.

Depois de muitos anos - eu, agora velha, em meu sonho - ela escrevia então um livro, e eu - já perto da cegueira da morte - pedia para que ela (agora em sua melhor idade) lesse o tal livro, que também se tornara um best-seller. Lembro que ela começava a ler - enquanto minhas palpebras relutavam para se manterem erguidas - e era um livro sobre mim, mas não uma biografia, somente um livro sobre mim. Mas antes que ela o terminasse eu morria e, depois de alguns anos, eu (detalhe : eu já havia morrido! mas tudo bem, era um sonho mesmo xD) escrevia um livro chamado "Três passos em direção ao paraíso". E esse livro, era outro best-seller, e daí eu acordei.

Eu acho que estava na hora de eu não ter mais sonhos estranhos. xD
Não sei porque meus sonhos são tão bizarros - deve ser a minha imaginação pedindo socorro! hahaahaha

:*

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

"O poeta é um fingidor,finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente." ( Fernando Pessoa)

Postado por Vanessa Kairalla às 2/12/2009 01:41:00 PM
Ando com vontade de escreve coisas sem nexo, sem elo, sem verdade, e não sei como fazer isso porque a cada passo que minha estúpida e lúcida cabeça dá, minha consciência - essa sim, maldita - me lembra de quão ridículo é tudo aquilo que escrevo ou jamais pensei em escrever.

Uma voz, minha própria voz, ecoa nojentamente por todos os cantos de minha cabeça me dizendo que não importa o quanto eu pense, escreva, diga ou faça, jamais serei tão boa quanto desejo, minto para mim mesma dizendo "Ora! Que bobagem!" ou "Isso é ótimo, pois jamais deixarei de me superar!", mas em seguida - assim, de sopetão - vem aquele estalo que me faz perceber que era só eu mesma, mais uma vez me enganando. E não para por aí, de forma alguma! Minha estúpida e ridícula consciência sempre me lembra de que não importa o quanto eu tente eu jamais escreverei como Shakespeare, ou como Fernando Pessoa, diz que não tenho talento nem para José das Couves que por vezes ousa escrever suas próprias cartas de amor à Mariazinha! Sempre chega sorrateira e me dá um tapa com luvas de pelica me dizendo que meu português é ruim, me falta organização e não sei me utilizar muito bem de parágrafos.

Daí então, revirando meu arquivo, por vezes falho, de bons escritores e sempre paro nessa mesma frase de Fernando Pessoa, nesse mesmo versos que me faz pensar que até mesmo alguém como eu pode ser um poeta, adormecido pela covardia da consciência. Pense bem, eu também finjo tão completamente, que finjo sentir uma dor, a dor que devo sentir... é basicamente dizer que estou vivendo no tédio pelo prazer da tortura Oswaldiana, pela necessidade de complicações prazerosamente doloridas, pela vontade da marca. E nessas horas penso eu "Lispector que se cuide!", afinal, qualquer é um o poeta de sua própria dor surreal.

E assim, sem notar, aquela dor que não passa de mais uma inverdade, vai sumindo levemente, assim como os ruídos e barulhos insuportáveis das cidades poluídas que passam à sinfonias orquestradas por Joãos e Marias, e conforme essa e aquela sensação ruim vão passando lenta e quase imperceptivelmente, a cabeça e o corpo vão implorando por mais sensações boas, transforma o terrível cheiro de vala e doce cheiro de flora, e aquelas ridículas construções acinzentadas viram lindas campinas verdes, o povo feio e maltratado se passa facilmente por realeza e, no fim dessa história, aquela dor imaginada some tão completamente que os antigos poetas fingidores deixam sua poesia para viver a sua incrível e repulsiva realidade, até outra dor - tão falsa quanto a anterior - venha bater à porta inesperadamente, em busca de um novo poeta.

Por isso, aqui, sentada em cima de um sofá embolorado e desconfortável de tédio, espero ouvir o som do fingimento poético a quem tanto aguardo, e depois de me satisfazer das delícias da boa escrita, vou poder - enfim - esperar o despertar de minh'alma para a minha incrível e repulsiva realidade, repleta das doces distorções surgidas da total ausência de minha própria consciência. ¦}

Descobertas Assustadoras...

É engraçado como em diferentes épocas de nossas vidas, quase inevitavelmente, sofremos uma série de descobertas que - dependendo de como são feitas - podem nos dar o maior susto.
Por exemplo, perto dos 50 anos, quando a mulher começa a sentir calores infernais em dias congelantes, ela acha que todos estão exagerando, não está tão frio assim, além do mais ela sempre foi calorenta. Até que no mês seguinte, PUF! Ela simplesmente parou de menstruar... primeiro pensa: "Meu Deus! O que é que eu tenho na cabeça?! Um filho, nesta idade! Merda!", daí a preocupação é tão grande que a mulher PRECISA ir no ginecologista na mesma hora, de qualquer jeito, e, depois de muitos exames, ela tem a grande notícia: "A SENHORA NÃO ESTÁ GRÁVIDA! ISSO É MENOPAUSA!". Pronto, é o fim. A mulher, que antes apenas achava, agora tem CERTEZA de que SIM! Ela está velha! As reclamações aumentam, a frequência sexual diminui e, certamente, o mundo desaba.

Outro exemplo, também com as mulheres, esse pode se dar em diversos momentos, em idades diferentes, e - se em grande quantidade - ouso chamar de sem vergonhice, é quando, também de repente, ela começa a sentir sono exageradamente, enjoa por cheiros e gostos, e - outra vez - no mês seguinte, PUF! A menstruação não dá às caras novamente. Daí ela louca da vida pensa: "Ai que MERDA! Não acredito! Eu usei camisinha! Só comigo isso acontece! Se eu tiver grávida FUDEU! Ah! Eu não quero saber! Eu não vou ser mãe solteira!", daí ela vai até a farmácia e com a maior paciência do mundo pede: "-MOÇA! DÁ PRA ME ATENDER? FAZ FAVOR DE ME DAR UM TESTE DE GRAVIDEZ DOS BONS! O MAIS CARO! NÃO QUERO POUPAR DINHEIRO! OU MELHOR... ME VÊ CINCO! E ME DÁ ÁGUA TAMBÉM! GARRAFA DE UM LITRO! E RÁPIDO!". Na mesma paciência, ela volta pra casa e, já tirando a roupa dentro do elevador, corre para o banheiro para mijar naqueles malditos palitos da verdade. A mulher - ainda super paciente - espera os, também malditos, 5 minutos, sempre pensando em algo mais positivo do que a gravidez não esperada: "Não é nada! Só atrasou 7 dias!", "Não deve ser gravidez! A tia Magnólia não menstruava desde os 21 anos... Talvez eu também tenha o mesmo tipo de câncer que ela!", "Não é nada! Não está sequer atrasado! É o calendário que está errado!", e após a espera vem o grande resultado: "A SENHORA REALMENTE ESTÁ GRÁVIDA!". Pronto! É o fim. E o mundo dela, naquele minuto, desaba. Logicamente, depois ela curte, mas na hora...

Bom, outro momento que fazemos uma descoberta assustadora é por volta dos 11 anos de idade. A jovem, chega da escola, mal humorada, querendo chutar o cachorro, socar a empregada, torcer o pescoço da mãe, chutar o saco do pai e matar o irmãozinho. Vai até o seu quarto, senta na cama e, quando levanta vê uma poça vermelha. Ela fica ainda mais irritada e pensa: "AI MERDA! NÃO ACREDITO QUE EU MENSTRUEI! AI QUE INFERNO! EU NÃO MEREÇO ISSO! EU QUERO MORRER! MINHA MÃE NÃO PODE VER ISSO! QUE SACO!! ELA VAI CONTAR PRO MUNDO INTEIRO!". No desespero, a menina começa a pensar em algo melhor que menstruar: "Não deve ser isso! Eu tive aula de educação física, devo ter levado uma bolada e me machucado!", "Não é menstruação! Eu deve estar com uma hemorragia interna! Aquela minha dieta de Internet disse que eu podia sofrer uns efeitos estranhos!", e quando ela menos espera, seu irmãozinho - ainda mais desesperado, pois nunca tinha visto tanto sangue - já gritou chamando socorro. Daí aparece a pior pessoa do mundo - naquela hora -, a mãe. E após tanto nervoso, vem a grande notícia: "FILHA! VOCÊ ESTÁ MENSTRUADA!". E é o fim, o seu mundo desaba.

Mas a descoberta, que deve ter sido a mais assustadora de todas, que ocorreu essa semana aqui em casa foi, sem duvidas, a mais engraçada de todas. Aliás, quem fez essa descoberta - pessoal - foi minha sobrinha de 2 anos, Beatriz. Aqui em casa, a cadeira do meu computador é daquelas giratórias com rodinhas, minha sobrinha, querendo brincar, se debruçou e começou a girar, no meio da sala. Enquanto ela girava, eu, minha irmã e meu cunhado preparavamos o almoço, e meu pai, recém chegado, assistia televisão. De repente, a Beatriz disse gritando: "AAAAH! SOCORRO! EU TÔ CAINDO! EU TÔ CAINDOOOO!" e começou a chorar, todos nos assustamos e saímos correndo para ver. Chegamos na sala e ela estava deitada no chão e ainda gritando/chorando "AAAAAAAAH! EU TÔ CAINDO! EU TÔ CAINDOOOOO!!", eu peguei ela no colo e a acalmei, depois deixei ela brincando com a cadeira, e voltei para a cozinha para ajudar com o almoço. Mais 5 minutos se passaram, novamente ela estava grintando por socorro, chorando, só que dessa vez de pé, com as duas pernas e os dois braços abertos. Nos achamos muito estranho, até que, enfim, me caiu a ficha: ELA NÃO SABE O QUE É TONTURA! Gente, mas eu ri tanto! Ela girava na cadeira e caia, ela já estava caida mas, como tudo à sua volta ainda girava, ela achava que ainda estava caindo e fazia um escândalo. É maldade rir, mas eu precisei! Só quem viu sabe o quão engraçado foi. E depois que ela descobriu que girando demais a gente fica tonto, que tudo ao nosso redor continua girando por mais um tempo e que, na verdade, ela já estava parada, daí sim, foi o fim. E o mundo dela, aparentemente, realmente desabou!


Apenas compartilhando momentos, ao menos para mim, memoráveis.

"Você é tão útil quanto uma lâmpada queimada!" - disseram em coro a ela...

... e certamente aquilo não era um elogio. Não se sabia ao certo o que tinha acontecido, mas o fato era: ela odiava o mundo, que também a odiava. E a reciprocidade era tão natural que, mesmo nos dias privilegiados pelo bom humor, ambos evitavam se enconstar, pois já era sabido que, no final, um lado estaria fatalmente ferido. Sempre foi assim, desde o seu nascimento, e sempre seria, até que sua morte chegasse, era o que ela pensava. Sempre foi assim, desde o nascimento dela, e sempre será, até que a morte dela chegue, era o que dizia o mundo.

E a guerra, constante e sangrenta, não cessava, nem mesmo na hora de dormir. O mundo dispunha dos agentes secretos que figiam perfeitamente o amor e o carinho por ela, mas ela - que nunca foi boba - sabia que, se deixasse que eles percebessem o conhecimento que ela tinha daquilo, estaria encrencada, afinal, não há maior injustiça do que lutar só contra um imenso e repugnante mundo. Ela estava sendo sempre vigiada, mas - fazendo-se de tonta - também vigiava.

A inteligência e observação sempre foram seus pontos fortes, porém ela não conseguia entender porque, dentre tantas pessoas, ela era a única diferente... era a única "lâmpada queimada".

Televisão, para que te quero?

Caracas, não passa nada de bom na tv!

O remédio chamado tempo.

Nível de estresse alto ultimamente.
Ando nervosa, querendo sumir, pelo menos para algumas pessoas.
Ou talvez, não sumir, mas aparecer.
Tudo bem! O mundo não totalmente injusto, afinal, ele criou um remédio chamado tempo.

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Precisando viajar. Quem topa?

O olho da cara.

A natureza é tão perfeita que colocou, estrategicamente, os olhos bem presos na frente de nossas cabeças, de uma altura em que ele possa ver tudo menos as partes mais perigosas, pois assim eles não se assustam e, por esse motivo, não fogem.

Imaginem que terrível seria se os olhos enxergassem a maldita boca? Eles se assustariam com a quantidade de besteira que ela fala e, certamente fugiriam, se esconderiam em algum lugar em que não fossem atingidos por aquela imensidão desgovernada, de palavras terríveis que somente a boca pode proferir.
E como não seria se os olhos vissem os pobres coitados ouvidos que, acostumado com ouvir o que a sua prima boca tem a dizer, se fecharam para todas as outras bocas do mundo, inclusive para aquelas que falam coisas boas e acrescem à vida.

Mas o perigo estava mesmo se os olhos vissem o topo da cabeça, aquela caixa de Pandora, a caixa craniana que guarda uma massa cinzenta e frágil de boas e más idéias. Aquela caixa onde fica o emaranhado de nós que chamamos de pensamentos. Se olhos a vissem, quando inutilizada, certamente chorariam. A cabeça, quando vista por fora, quando vista pelos olhos que - com certeza - não são os seus, é impressionante, fascina e apaixona os olhos alheios que, sentem tanta emoção, explodem em brilhos eternos de admiração.
Porém, se os olhos vissem suas próprias cabeças, ah! Ai sim estaria feito o caos. Imaginem o que não seria a autoflagelação do idiota quando descobrisse com seus próprios olhos o quão patético era. E como não seria intocável o esperto quando visse seu próprio brilho?

Bem, não é apenas no mal que o mundo é feito! Como já havia escrito, os olhos foram divinamente posicionados para verem somente aquilo que não pode lhes assustar. Por isso, quando olhamos para baixo, vemos ao fundo de uma extensa paisagem corporal os pés. Os pés são uma espécie rara de "força de vontade", onde não importa o quanto eles doam e estejam cansados, sempre darão um jeito de - ao menos tentar - levar todo o corpo para onde a (escondida) cabeça quiser.
Olhando um pouco mais para cima, a alguns palmos dos incansáveis pés, estão os joelhos, que se classificam como suportes. Os joelhos não são capazes de levar o corpo para onde à cabeça manda, mas somente eles conseguem segurar firme todo o peso do corpo e da cabeça deixando, dessa forma, os pés leves o suficiente para realizar seu serviço.

Continuando a subida, saímos da zona locomotora e entramos na zona satisfatória. É aí que entra a virilha capaz de proporcionar os melhores segundos de sua vida quando dão espaço para que nos livremos de todo o líquido extra. Mais um palmo acima se encontra o abdômen que é o responsável pelas eternas gargalhadas daqueles que sentem cócegas. E outro palmo para cima chegou, finalmente, a melhor parte de nossos corpos! O peito! O peito, tórax, seio, teta, não importa o nome que damos a essa parte do corpo, ela SEM SOMBRA DE DÚVIDAS é a melhor de todas. Porque é dentro desse espaço que guardamos o órgão que alimenta nosso corpo, e que pensamos guardar todos os tipos de sentimentos. E é nessa parte do corpo em que descobrimos como é maravilhosa a função dos nossos olhos, pois eles não enxergam só o lado de fora do peito, eles enxergam dentro também.

Quando o coração toma um susto, são os olhos que se arregalam. Quando o coração está triste, magoado, quebrado, são os olhos que choram. Quando o coração está feliz são os olhos que piscam. E quando o coração está amando são os olhos que brilham.

Certamente a natureza sabe onde põe os olhos. E não notar como isso é bom, pode custar o olho da cara.

O dom da atuação...

Certos tipos de coisas nem mesmo a ciência explica. Ontem aluguei um filme chamado ALMAS PERDIDAS, que é suspostamente um terror. Eu sempre alugo filmes desse tipo na esperança de que se trate MESMO de um filme de TERROR, quero - há anos - um filme que me dê tanto medo que eu não consiga dormir por uma semana depois de vê-lo, até porque, gosto de ver gente morrendo de jeitos bizarros, e como já deu pra perceber que não obtive êxito na minha busca. Bom, isso não vem ao caso.

O que realmente importa é que o filme é simplesmente IRRITANTE! Primeiro porque é o terror mais parado que eu já vi na minha vida! Quero dizer, o suspense mais chato e parado do mundo é "A VILA" e o terror mais chato e parado do mundo é "ALMAS PERDIDAS", ou seja, imaginem a graça que não foi ver isso.

Segundo que a personagem principal se tratava, no máximo, de um rosto bonito e uma bunda durinha, porque a atuação dela era terrível. Ela atuava tão bem que até doía... As expressões dela era PERFEITAS (¬¬), ela deveria ganhar, inclusive, um OSCAR.
Aliás, é o que eu sempre digo, atuar é um DOM. Ou você nasce com ele, ou você é a atriz principal do filme ALMAS PERDIDAS!
Ela atuava tão bem que, ela tinha pesadelos em que TUDO de PIOR acontecia com ela, e ela despertava desse maravilhoso sonho como? Linda e alegre, parecia que ela tinha sonhado que estava no Caribe tomando um drinque com vários gatos envolta dela...

Como se não bastasse a boa atuação e a história tocante, o filme tem um fim que deixa a entender que haverá uma possível piorada continuação... Esse foi, literalmente, o TOQUE FINAL.
Eu ainda não entendo por que raios fazem continuações piores de filmes que já são ruins! Seguindo a lógica é quase impossível fazer uma continuação boa para algo que COMEÇOU mal. E o que me indigna ainda mais é: Eu reclamo, mas EU PAGO para ver isso!
Tá certo que dessa vez eu fui enganada! Aliás, eu tenho que parar de aceitar conselhos de filmes de pessoas avulsas...

É basicamente isso.
Não vejam ALMAS PERDIDAS, não vale seu tempo nem dinheiro, fica a dica.

Juro que, se cada minuto de aborrecimento me subtraisse anos de vida, eu estaria morta depois de dez minutos de filme...

Fim da reclamação. OPS! Do Post... Fim do Post... ahuauhauhauha

instável como o tempo...

Tá bom! Tá bom! Já sabemos que estragamos o mundo! Já sabemos que graças ao nosso polegar opositor e a maldita racionalidade inventamos ou descobrimos coisas que, obrigatoriamente, só podemos utilizar extraindo algo da natureza.
Aliás, me chocou saber que o Brasil, que era até então um país cheio de verde e - talvez - a esperança do mundo (pelo menos para mim), agora desmata demais e está se tornando um dos países mais poluidores...
Estamos agindo impulsivamente. A gana, a vontade de crescer, desenvolver é tão grande que simplesmente ignoramos toda e qualquer consequencia, pelo menos até o dia em que ela venha a surtir o efeito indesejado, para que só a partir daí comecemos a nos preocupar em resolver os problemas que poderiamos ter evitado.

Digamos que, tudo o que estamos fazendo é: cavar a nossa própria cova, em outras palavras, esquecemos que o mundo é constituido, antes de mais nada pela natureza, olha, de verdade, não sou NEM perto de uma ambientalista neurótica que acha que todo mundo tinha que parar de comer carne, de sair de carro, de tomar banho... PELO CONTRÁRIO, eu morro sem banho, eu não consigo andar longas distâncias... Meu HELLOOOW! Ninguém precisa parar de ter uma vida normal... mas, fala pra mim: Dói separar o lixo? Dói não pegar o carro para ir na padaria da esquina de casa? Dói demais parar de desmatar? NÃO! Não dói...
Mas a gente tem que cagar na amizade, claro que temos! Afinal de contas a gente tem que querer TUDO, mesmo não merecendo nada...
Honestamente, se eu fosse aqueles bichinhos que a gente tá matando ou deixando sem ter onde morar, eu fazia uma puta rebelião! Meu a gente não se tocaa!
Tá me dando raiva como os seres humanos acham que são donos do mundo... Tá louco!
E olha que eu amo ser dona das coisas, dona da razão, dona de qualquer coisa... mas assim já é demais!!

Hahaha, desculpem... estou instável como o tempo.
Pois é!
Hoje a gente foi na Cristal :D Foi divertido e tal, matei saudades de uns, amei ver novamente outros...
Hm, amo algumas pessoas... e elas sabem :)
:*

esgotada.

Certamente eu me sentiria assim, cedo ou tarde. Mas jamais pensei em o quanto isso poderia ser ruim. Quero dizer, eu sabia que não ia agüentar por muito tempo, afinal, nunca fui forte, não mesmo, mas também nunca imaginei que seria assim, tão fraca.

Cheguei num estágio em que tudo me faz mal. A minha cabeça explode até mesmo com melodias doces e suaves, meus olhos ardem com a mais fraca luz, minhas pernas então, doem no primeiro passo. Estou numa fase do jogo da minha vida que não sei se consigo passar. Aliás, algo me diz que minhas vidas vão acabar muito antes de eu conseguir fechar esse jogo.

Eu devia estar acostumada. Mas essa minha mania estúpida otimista de ter esperança e acreditar no mundo, deixar ele me surpreender sempre me carrega para o mesmo fundo do poço, e esse fundo do poço é de areia movediça, se você tenta sair dele ele te engole, te puxa cada vez mais pra baixo.
Aliás, não sei porque raios eu teimo em achar as pessoas pensam ou agem como eu?! É mais uma mania imbecil de achar que as pessoas vão utilizar do bom e velho valor moral. Elas nem sabem o que é isso, mas eu, trouxa, sonho que elas sabem e espero que elas ajam conforme o que a moral diz. Não quero que as pessoas sejam quadradas ou antiquadas, mas seria ótimo se elas tivessem o mínimo do senso crítico, sabem!? Melhor dizendo, não queria que as pessoas tivessem o mínimo do senso crítico, pois sei que as pessoas tem senso crítico, eu gostaria somente que elas usassem ele com um pouco mais de freqüência!

E neste exato momento, observando bem a angustia do meu esgotamento, percebo que na verdade não são as pessoas o problema. O que me incomoda, o que me irrita, o problema em si, na realidade sou eu. Olha para mim! Veja como eu sou uma estúpida! Olhe bem! Isso mesmo, encare! Eu sou muito rídicula. Quero o mundo, mas não consigo sequer sair debaixo das asas dos meus pais. Quero gritar, mas mal consigo sussurrar o que me incomoda. Quero agir! Quero fazer, falar, ser, mas não tenho coragem nem mesmo de tentar. Eu sou o cumulo do estagnado, do alienado, do nada.
Não tenho perfil de alguém assim, infelizmente pra mim.

Esgotada.

Desmontando a peça teatral em que protagonizo minha própria desgraça...

Não se assemelham em nada. Não a mim! Não aos meus sonhos, desejos, anseios, vontades, assim, tão mundanos.
Não digo, nem sequer penso que são – também – superiores, pois de fato, para mim, não são. Mas há de ser comentado aos surdos ouvidos dos ignorantes, o quão prazeroso é aos racionais órgãos humanos, estar presente entre os geniais murmúrios daqueles que tem os lábios ressecados pelo tempo.
É uma experiência absurda por si, e dói a fundo naquela parte da alma que não sabe se convencer da anormalidade essencial da inteligência. O estranhamento do comum se torna, novamente, de muito mal grado, e aqueles anos de saber acumulados em tão pouca mente gritando pelas grandes controvérsias de tão pequenos e – aparentemente inofensivos – dilemas, e sussurram a simplicidade de imensos enigmas, subitamente dissolve o aroma doce da intelectualidade.
E tudo isso, toda essa imensidão de intelecto, não se mistura, não se toca, não tange aos menores, como eu. Nada daquilo é meu, nem eu pertenço a nada daquilo. Simplesmente não me alcança. É como se a ausência me tornasse maior que tudo isso, e menor que eu mesma.
É como se todo esse excesso fosse à aurora boreal que ilumina o pobre céu ártico da minha lúcida ignorância, que me permitia o luxo de imaginar o ar gélido e amargo da arrogância que vinha de cada palavra dita, a escuridão do meu desconhecimento que consumia tudo ao meu redor, tornando pleno o breu da noite, e por fim, tinha a macia neve, que me consolava – esta era em parte eu, e em parte o mundo que conspirava a meu favor.
As alucinações, desde então, se intensificaram, ficaram constantes, e agora povoam a minha mente, me impulsionando a – quem sabe um dia – vir a ser um deles, pois disse uma vez Clarice Lispector em sua obra A Hora da Estrela “Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam”. E nela, eu mesma acredito.

A sensação das palavras.

As palavras são criadas a partir das impressões que elas passam. Quero dizer que, a palavra FEIÚRA nos passa uma sensação de algo desagradável aos olhos, o FEDOR, algo desagradável ao olfato, etc. As palavras descrevem exatamente aquilo o que elas querem nos dizer, por isso, embora muito claras, devem ser utilizadas com sabedoria, afinal, às vezes não devemos dizer exatamente o que queremos, e para isso, existem as palavras certas.

Em parte, fico feliz em saber que o direito à liberdade de expressão está sendo acariciada pelo governo que diz não ser mais necessário obter o diploma do curso superior em jornalismo para gritas aos quatro cantos pelas folhas de jornais e revistas. O problema é que a outra parte de mim, essa fica triste, pois sei o quanto o uso errado das palavras podem trazer um efeito inesperado para o bem e para mal. Acho o curso de jornalismo importante, justamente por isso, é lá que se aprende a sentir as palavras, a saber como elas vão repercutir na sociedade, dando assim menos margem de erro à má interpretação. Porém também acho que, para assuntos mais específicos, não é exatamente necessário esse tipo de diploma, ora, para falar de direito você tem que saber a linguagem do ramo jurídico apenas, bem como, para matérias sobre medicina é necessário saber a linguagem técnica da medicina, e assim segue.

As palavras têm poderes que podem ter efeitos devastadores, são tão poderosas que convencem, iludem, ludibriam, encantam, nos transformam. Não sei se concordo com a desnecessidade desse curso, mas sei que com certeza à uma salva ao direito à liberdade de expressão.


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Raios, não me acostumo com a nossa nova ortografia

Depois escrevo algo interessante :)
louca. estressada. São as palavras do momento.
Sejam bem vindos à minha cabela enrolada!

Trechos.

Lembram? Estou tentando escrever um livro.
Não está bom, sei que não. Mas estou caminhando. Resolvi separar em capítulos, para me ajudar a não confundir demais ao longo das páginas. Aliás, tem apenas um capítulo e meio pronto.

Vou colocar o começo do segundo capítulo, por favor, me corrijam, me dêem idéias, dicas e se estiver chato demais, me mandem parar! Obrigada :D

"II- CAINDO NA TEIA DOS SONHOS.

Estava abafado demais para permanecer dentro da tenda do circo itinerante, foi assim que decidiu se esgueirar até a porta em busca de ar fresco. A cada passo em direção a porta Abigail crescia mais e mais, e quando finalmente chegava ao lado de fora estava tão alta que precisava se agachar para passar pelas árvores cobertas de flores, algo que parecia não lhe importar. O calor só parecia aumentar, mesmo agora que estava do lado de fora, longe daquela lona grossa e pesada, então continuou a buscar um local mais fresco e arejado para recostar.

Foi, então, para debaixo de um imenso arco-íris que faiscava suas cores fortes e brilhantes no céu. Sentou ao lado de um pequeno pote dourado que reluzia – tão forte que parecia cegá-la – admirando sua bela vista do arco-íris flamejante no céu, Abigail então segurou um gravetinho – minúsculo em sua mão – e começou a arrastar pequenas nuvens, contornando-as, moldando-as, as fazendo parecer o que quisesse. Ora um coelho, ora uma caveira, da maneira que bem entendia ela brincava com aqueles pequenos pedaços de algodão.

– Mademoiselle! Está na hora – vinha gritando um palhaço desajeitado chamando a atenção de Abigail, que não fazia idéia do que se tratava.

– Hora? Hora de que? – perguntava a menina sem saber o que deveria fazer.

– Não seja tola mademoiselle! Está na hora da apresentação, vamos daminha! – dizia o palhaço fazendo estripulias.

O corpinho cheio e macio de Abigail levantou-se sem que seu cérebro o mandasse fazê-lo, e com apenas dois passos estava posta ao lado do – agora irritante – palhaço. Seu corpo movia-se sem que ela quisesse e em instantes a levara para uma parte do picadeiro onde o sol não a alcançava, e agora estava em seu tamanho normal. De repente duas mulheres ridiculamente lindas entraram e começaram a ajeitá-la para o espetáculo que ocorreria em um breve espaço de tempo. Antes que pudesse perceber estava maquiada, com roupas dignas de uma rainha, seu vestidinho era de seda branca, tão macia que tocava delicado sua pela tomada de feridinhas próprias de quem aprontava demais.

“Respeitável público!”, ouvia o Mestre de Cerimônia apresentando o próximo espetáculo enquanto era empurrada por entre os meios da lona escura e mal cheirosa que dividia o picadeiro.

– Onde estão me levando? O que devo fazer? Esperem! Estão me confundindo! – esbravejava Abigail que tinha seu corpo totalmente desvencilhado de seu cérebro.

Enquanto caminhava Abigail sentia uma sensação terrivelmente única, seu corpo vibrava de uma felicidade cruel, mas sua cabeça chorava de dor e tristeza, como se ela soubesse que o corpinho miúdo e infantil de Abigail estava a levando para um caminho sofrido e sem volta. Era como se fossem independentes, a cabeça era sensata, prudente, já o corpo era moleque, despreocupado e completamente impulsivo, e um não ligava para o outro. Como se o corpo ansiasse por aventura, enquanto a cabeça implorava pela sabedoria e cautela.

– Para onde vou? O que devo fazer? – perguntava tão confusa com a explosão de perguntas que sua cabeça formulava que mal sabia quando era sua boca e quando era sua mente falando.

– Vamos depressa daminha! A mademoiselle não pode se atrasar! Todos a esperam! Vamos, vamos! – diziam as duas mulheres que a ajudaram a se ornar.

Não demorou até que Abigail chegasse ao centro do palco redondo onde havia uma grande poltrona tão branca quanto seu impecável vestidinho de seda indiana, era acolchoada e revestida dum veludo macio, parecido com a pelugem de um leão albino. Quando se aproximou da poltrona pode ouvir os murmúrios inquietantes da platéia alvoroçada para ver o número o qual Abigail fazia parte."



(...)


Estou testando minha própria paciência. E não estou indo muito longe com isso. Preciso aprender a ser paciente. Mas a ansiedade é mais forte, bem como o tempo é mais forte a que a vontade... "Ah! Vamos Vanessa! Vamos! Não seja impaciente!", diz minha cabeça. "Já sei! Já ouvi! Sou paciente! Sou! Vamos logo com isso!", pensa meu coração! É um pé de guerra único, é um pé de guerra meu. E o ponto de choque entre minha cabeça e meu coração fica bem no meio da boca. Daí eu desembesto, falo demais, falo o tempo todo, encho todos com a minha cabeça cheia de caraminholas, minha boca cheia de palavras e meu coração cheio de vontades. Ai que confusão é esse meu pobre corpo humano!


Definitivamente, digna de realeza!


beijos meus corações ;*

Susto!

Gente!
Ontem eu resolvi dormir no sofá da sala, porque eu enjoei de dormir no quarto. Daí eu estava tendo um sonho legal até... mas não lembro dele direito, porque quando deu umas 3 da manhã eu ouvi um barulho MUITO, mas MUITO alto. Sério, muito alto mesmo.
Acordei assustada. Um acidente.

Fui até a varanda para ver, pois pensei logo na minha irmã que tinha saído, mas ela já havia chegado e eu não tinha visto. Continuei na varanda, preocupada, e se alguém estivesse muito ferido?
Em poucos minutos muitas pessoas, surgidas do nada, cercavam o local do acidente. Como se fosse um enxame de abelhas cercando um animal invasor de colméia.

O motorista havia virado em alta velocidade na esquina da minha casa, batera na lateral de três carros estacionados na minha rua, ultrapassou o canteiro da avenida atingindo mais dois carros estacionados no outro lado da praia, colidindo com mais um - afinal, estava na contra mão -, deixou um dos dois carros (que pertencia a um vizinho meu) por cima da calçada completamente amassado.
Pelo que pudemos notar - eu e minha irmã, que agora estava acorda e também assustada - o motorista ficou por um tempo desmaiado por cima do volante, uma vez que a buzina estava disparada, como se algo estivesse a apertando constantemente.
Depois ouvimos dizer que ele estava bêbado, sacou uma arma e ameaçou o rapaz do meu prédio que foi desesperado olhar seu carro. Mas acho que não era um fato muito real, quero dizer, pelo menos sobre a arma...

Apenas vinte minutos depois a CET, os bombeiros e a policia chegaram para dar assistência.

Ouvi minha sobrinha chorar e entrei, minha irmã veio logo atrás. Resolvi não voltar mais para a varanda, mas acho que - por sorte - ninguém se machucou. Isso me deixou mais aliviada.

Só sei que passei um baita SUSTO!




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Comentário:

Notem como funcionam as coisas... Todos os dias morrem milhares de pessoas no mundo por conta de acidente de trânsito, e somente os mais próximos ligam para tal tragédia, mas, quando se trata de um acidente aéreo, é sempre muito mais traumatizante. Quero dizer, o fato de quase trezentas pessoas morrerem juntas em condições tão inevitáveis torna a morte, sem dúvida, cruel demais.

Vejam bem, o acidente com o Airbus da Air France foi tão trágico quanto qualquer outro acidente que dê ensejo à vítimas. Acharam apenas 16 corpos, e isso, é ainda mais triste, pois imagino que os parentes, familiares, amigos, estejam todos arrasados e, pior do que saber da morte de um ente querido, é não ter certeza dessa morte, ou melhor, não ver o corpo morto de seu ente amado. Acontece que quando vemos o corpo morto, nos obrigamos a aceitar que aquilo aconteceu. Mas quando não temos o corpo para lamentar, a esperança fica latente, gritando, explodindo, querendo escapar do peito. O coração bate forte a cada notificação de mais um corpo encontrado, e quando não é o corpo esperado, o coração vai parar na boca, que se controlar para não vomitar toda aquela ansiedade.

É sempre trágico. A perda nunca é boa. Mas com certeza, pior do que a perda, é a esperança que não se acaba, mesmo quando tudo indica que àqueles presentes no vôo não voltarão mais em vida.

Eu sinto, de verdade, por todos aqueles que estavam no vôo AF 447, e sinto igualmente por aqueles que tiveram pedaços de si desmanchados pelo mesmo vôo.

Grilo falante...

Gosto de pseudônimos. Eles erram e não levam a culpa por nada, acertam e ainda sim te dão o prazer do orgulho próprio pela fama, esbravejam sem serem cobrados pela ausência da educação, e ainda sim, quando choramingam suas tristezas, sentem o carinho dos que lhe aconselham tocando n'alma. Os pseudônimos são a consciência reprimida, o super-ego que brada aos ventos aquilo que inconscientemente não deixamos escapar pelos lábios que apertamos antes mesmo de pensar naquilo que - sabemos - nunca diremos.

Os pseudônimos não possuem aquilo que chamamos de várias formas, aquela coisa que - para as crianças - foi ilustrada como o Grilo Falante para Pinocchio, que os novos conformistas chamam de Trato Social, e que - o resto do mundo - chama de consciência. Alcunhas nos dão a liberdades que sequer imaginamos. Sem epitetos não temos românticos, sonhadores, corajosos. Afinal, não se trata de ausência de coragem temer aquilo que pode ser punido, é apenas auto-preservação. Agir com temeridade quando se está revestido de uma camada protetora tão inquebrável é muito mais aceitável. É certo que o velho ditado diga para não agir com temeridade e sim com coragem, uma vez que a primeira é afoita, enquanto a segunda é prudente, mas de certo todos somos, mesmo que no fundo, ousados e imprudentes demais para sermos corajosos.

Utilizar-se de algo que não é seu, nem de ninguém, para abrir portas que escondem toneladas de insultos não proferidos, elogios que não viram oportunidade para escapar por entre os lábios, brados raivosos que não puderam bloqueados pela parede da educação chamada de educação de berço; nunca é algo errado demais. Afinal, quantas não foram as vezes que brilhou nos olhos um desejo incontrolável de despejar algumas infinidades de estupidez e grosseria em cima de outrem? Esses desejos são comuns à todos, ele devem ser. Pois não há no mundo quem jamais passou por situação que abalasse sua estrutura física ou mental. Mas, todos somos educados, todos temos que engolir algumas coisas que não nos agradam, pois não queremos decepcionar nossas fontes criadoras, afinal, elas são nossos pilares, e a decepção corrói.

Seja como for, desejo uma alcunha, e que só ela carregue minha má fama.

# ________.


Não tentem entender, talvez nem eu entenda hahaha :D



Bem, sabem quando desperta - quase de repente - aquela terrível vontade de salvar o mundo? Quero dizer... Não exatamente de salvá-lo, mas sim carregá-lo nas costas, sabem?! Pois bem, mais uma vez fui atingida. Andei doando alguns trocados, muitas roupas, participando de movimentos (de longe) para salvarmos o que ainda resta do nosso pobre maravilhoso meio ambiente, e todo o tipo de coisa que posso. Não tenho ficado tempo demais no banho, continuo separando o lixo reciclável (e minha empregada continua juntado tudo o que eu separei), tenho andado mais a pé e estou decidida a criar uma ONG, agora só me falta um tema concreto, pois tudo o que penso abrange coisa demais, tenho que ser mais especifica.

Acho que ganhei meu próprio Grilo Falante. E estou feliz com ele. Tenho ajudado mais as pessoas na rua, para para escutá-las, mesmo quando não tenho dinheiro para dar em troca. Bom, é claro que isso aumenta o risco de me assaltarem, mas com certeza, das vezes que não me assaltaram fiquei muito feliz - exceto pelo velhinho que vende lenços de papel no Gonzaga que jogou uma caixa de lenços na minha cara e me chamou de pobre desgraçada, mas isso não vem ao caso -, o importante é: estou finalmente me sentindo importante. Fui votar no novo conselheiro tutelar e, mesmo sem estudar, estou melhorando na faculdade. Não sei como, nem por que, mas minha concentração para algumas coisas melhorou muito - para outras não só não melhorou, como está pior -, minha memória continua ruim e estou fazendo questão de sorrir mais para as pessoas na rua. Algumas não gostam, outras ignoram, alguns fazem cara de nojo, outros me acham louca e alguns - poucos e raros - me sorriem de volta. Vou continuar tentando, quem sabe um dia a cidade de Santos se torne a mais cortês e feliz e eu terei orgulho de saber que eu posso ter ajudado um pouco nisso!
Estou tentando ignorar aquilo de me irrita, para não forçar a criação de uma alcunha precoce, e estou tentando absorver as coisas que me agradam. Descobri que amo todas as pessoas, exatamente todas, e por isso, às vezes, penso em odiá-las. Gosto de observá-las, gosto do cheiro das pessoas, das cores, da imagem delas, das vozes, de tudo nelas. Acho que estou vivendo em uma casa de bonecas no tamanho real, e estou amando. Não consigo achar mais nenhum ser humano que vejo feio, são todos tão diferentes e peculiares, que não consigo me encantar.
Aliás, tenho evitado o espelho, ele me lembra que ler revista para adolescentes dos 13 aos 15 anos não me fez bem. Depois de muitas Caprichos, Atrevidas, e outras revistas das quais nem lembro mais o nome, descobri que elas te destroem por dentro, sugam sua auto-estima e fazem seu amor-próprio despedaçar em pedaços ínfimos e irrecuperáveis. Bem, como eu já não era provida de grandes auto-estima e amor-próprio, a irrecuperabilidade se tornou infinitas vezes maior. Mas não ligo. Toda regra tem exceções, e eu sou a exceção a minha própria regra de que não consigo achar as pessoas feias. Até porque, ultimamente não tenho gostado de algumas atitudes que venho tomando e, meu Grilo Falante que me perdoe, mas tenho que me policiar mais.
Descobri que amo quase todas as ciências e vou querer estudar muitas coisas diferentes até o dia da minha, enfim, morte. Quero saber mais do que jamais saberei à vida toda. Estou mais eclética com tudo, e isso é bom. Quero dizer, antes eu pensavam "Ah! Ecléticos amam tudo, e quem ama tudo não tem tempo para amar nada direito!" e, acreditem em mim, eu estava errada! Ser eclética é uma delicia! Se você quiser você pode experimentar de tudo um pouco e depois apenas não repete aquilo que não te agrada, imagino que é um efeito muito próximo das drogas, mas ser eclética com certeza não vai destruir meu corpo a longo prazo.
Resumo do post: De bem comigo e com a vida, mais uma vez! :)


Observações:
1. Preciso reduzir meus posts.
2. Preciso reler o que eu escrevo.
3. Não reparem nos excessivos erros, digamos que eu andei brigando com o bom e velho português ;P


Beijos pessoas maravilhosas que, com certeza, eu adoro. :*

Se assustou e, num pulo, pôs o pé sem querer naquele mundo que era e não era seu...

Esfregava e abria com força os olhos. Não conseguia acreditar, mas era tudo muito real - o beliscão que dera em si doía demais para não ser real. Os ouvidos estavam atentos, assim como os olhos, as mãos e o nariz. É, era mesmo real.

Era capaz de ver a música tocando, as notas corriam como crianças que brincam de pega-pega, os tons graves eram vozes grossas de pai repreendendo, os agudos eram mães murmurando palavras doces. Sua mãos eram capazes de pegar os cheiros, e eram muitos. O cheiro do caramelo era pegajoso e melado, mergulhava as mãos até os cotovelos no crítico do limão, e podia até mesmo banhar-se completamente no delicioso cheiro da manga depositada na banca de frutas do outro lado da rua. Era tudo mágico demais. E como era!
Sentia gostos, cheiros, ouvia, tocava, tudo era sentido, e tudo era sentimento. Pensou que teria uma overdose deliciosa de emoção, e estava preparada para isso, aliás, nunca esteve preparada para nada, nunca em toda a sua vida, até aquele momento. Não sabia o que faria, mas sabia que faria algo, dessa vez tinha de fazer.

Sentiu de repente algo tomar-lhe debaixo para cima com muita força, era intenso e estranho. Num susto deu um pulo para frente colocando, sem querer, o pé naquele mundo que era e não era seu. Em muito se parecia com seu mundo, as ruas eram iguais, as lojas eram as mesmas e nos mesmos lugares, as árvores eram tão verdes e resplandecentes ao sol quanto as de seu mundo, mas eram diferentes. Olhou para os pés tentando enxergar o que lhe assustara, mas nada via. Quando olhou de volta para frente, finalmente, percebeu que não haviam pessoas ali - exceto por ela mesma -, não haviam sequer animais, fazendo um sentimento forte de solidão surgir e tomar conta do coração, que logo se afundou nas lágrimas que não conseguiram escapar pelos olhos.
A tristeza invadiu - ao mesmo tempo - ela e esse mundo estranho, que logo se encontrou em tons cinzas e azulados, com nuvens carregadas que indicavam uma tempestade terrível. Foi tão simultâneo, tão inesperado quanto aquele sentimento que lhe atingiu, e então ela percebeu: esse mundo - que era e não era seu - era ela, esse era o mundo dela. Logo seu coração - que por pouco não se afogara - estava seco e flutuando com a leveza de uma fada, novamente, no mesmo instante, o tempo clareou, as nuvens foram embora e o sol brilhou; agora tudo resplandecia, bem como ela própria.

Deu mais alguns passos para frente, e foi correndo se perdendo nas profundezas de sua própria felicidade.



***

Apenas deu vontade de escrever. Nada à reclamar ou a comentar.
beijos :*

Apaga tudo!

Com papel, lápis e uma - já gasta - borracha, comecei a jornada. Era, inicialmente, uma idéia de prazer, onde tudo o que já havia passado seria revisto com apenas meus olhos. Seria só de um ponto de vista e, certamente inquestionável. Estaria tudo certo, o meu certo.
Se o vento soprasse brando demais para os outros, pouco importaria, seria a minha tempestade. E somente eu a enfrentaria tão bravamente, daquela mesma forma de antes. Acontece que no meio dos meus pensamentos, de todos eles, eu achei que o meu ponto de vista sobre mim seria o deturpado, me favorecendo, me vangloriando dos meus imaginados feitos; na verdade não era. Nada era imaginado, e como isso doía. A minha personagem interpretada por mim era fraca, estúpida, mal educada, repleta de defeitos, exatamente igual à realidade. Meus olhos não eram mais vivos, tampouco mais bonitos. Meus cabelos não brilhavam mais, se quer eram mais lisos. Meu amor-próprio também era fictício, e minhas qualidades inexistentes.

Imaginei que o braço seria forte, capaz de atitudes hercúleas, mas era franzinos e sequer levantavam o mesmo lápis usado para escrever. As minhas tempestades eram devastadoras; as lágrimas começaram a escorrer diante de tamanha desgraça, e logo estava formada a minha enchente particular, e ela parecia sentir um prazer absurdo em me sufocar. Engoli litros de lágrimas até que, enfim, me afoguei, morrendo dolorosamente.

Senti que qualquer resquício de felicidade que pudesse estar presente em qualquer célula escondida de meu corpo, fugia e escapava com muita facilidade, por entre meus dedos, através de meus olhos, ouvidos ou boca, sumindo à cada respiração. Apertei meus braços e pernas e eram reais, o papel estava vazio, assim como eu. As letras se contorciam entre pequenas expressões de dor, os "ais" ficavam mais freqüentes, até que não mais me incomodavam.

Fechei os olhos com força, tomando o cuidado de esfregá-los bem forte antes de abri-los novamente, mas tudo estava embaçado demais. As cores escapavam para longe o mais rápido que podiam. E tudo que me rodeava morria rapidamente. O cheiro era tão podre quanto a aparência, era tudo desagradável aos sentidos. Nada prestava, e em nada eu era boa. Corria para todos os lados implorando ajuda, mas tudo o que eu tocava morria, e - antes que fosse perceptível - eu também já estava morta. Eu havia apodrecido, igual ao meu cenário macabro e solitário, e de dentro para fora.

O medo finalmente passava, e agora não era possível ouvir mais som algum, tudo estava sem cor, sem cheiro, sem vida. Minha pele era pálida e fria, meus olhos fundos e opacos e minha mente, agora, era inerte. O meu ponto de vista era realmente só meu.

Larguei o lápis. Peguei a borracha mínima e apaguei tudo.



(esqueçam... desisto de escrever... ahahaha)

Tenho uma nova teoria. Uma nova equação. Família + TPM = depressão profunda e amarga.

Implorando por um minuto de esquecimento.

Volta pra tua turma!!!

Pois é, hoje fiquei indignada com a capacidade das pessoas de serem tão ESTÚPIDAS! Ocorre que, sabe-se lá o motivo, cerca de 10 alunos da outra turma vieram assistir aula na minha sala hoje, até aí tudo ótimo, afinal de contas, acho que quanto mais as salas estiverem unidas mais divertido é.

Bom, primeira dica para quem vai assistir aula em outra turma: NÃO FAÇAM PERGUNTAS QUE NÃO CONDIGA COM A MATÉRIA, porra! Se a aula é de MEDICINA LEGAL, pelo amor de DEUS não me faça pergunta de penal! Puta quem me pariu, por mais que tenha o LEGAL depois de MEDICINA, não quer dizer que envolva DIREITO PENAL! Com todo o respeito, mas POUCO FODA-SE se a pessoa matou alguém por motivo torpe... o que importa para MEDICINA LEGAL é: MORREU.

Segunda dica: NÃO CONVERSEM MAIS QUE OS PRÓPRIOS ALUNOS DA TURMA QUE VOCÊ INVADIU! Desculpa gente, mas se EU que sou dessa TURMA não estou conversando (no caso gritando) não serão vocês que o farão, não é mesmo?!

Terceira dica: NÃO IMPORTA SE O PROFESSOR É O SEU MELHOR AMIGO, PELAMORDEDEUS NÃO PUXE-LAMBA-SUGUE-SACO EM AULAS ALHEIAS! Quer coisa mais irritante que puxa-saco? PUXA-SACO INVASOR! Porra, de boa, eu adorooo fazer amizade, mas é uma puta chatice ter que aguentar gente elogiando exageradamente o professor para que ele note nem que seja por segundos a presença do maldito ser escroto naquela sala de aula repleta de aula.

Hahaha, tá, talvez eu esteja sendo muito radical, aliás, eu geralmente nem presto atenção nas aulas, mas me irrita ver que a matéria empaca naquele mesmo ciclo de perguntas idiotas o tempo inteiro. E me irrita mais ainda saber que as pessoas simplesmente vão para a sala alheia para brincar, fofocar, puxar-lamber-sugar-saco do professor ou fazer perguntas que não tem nada a ver com a matéria. É que me irrita tanto quando é gente da minha turma, imagina o quanto não me irrita quando é um forasteiro, né?!

Não tô achando ruim de terem ido, mas tô achando ruim as atitudes estúpidas ou infantis que as pessoas têm.

Ah! Preciso voltar a falar de coisas interessantes né?! Quem concorda levanta a mão! o/o/o/o/o/o/o/o/

Promessa: Próximo post, esforço máximo para texto interessante :)

Reclamando de barriga cheia...

Para os místicos, seria o cosmo. Para os religiosos, vontade de Deus. Para os neuróticos, uma conspiração. Para os pessimistas, o óbvio. Para os otimistas, uma fase. Para os que sofreram, uma dor. Para os que não sofreram, só mais um caso com mais alguém.

Seja lá como for, as pessoas gostam de arranjar explicações para as coisas que acontecem. Por que chove, do que são feitas as coisas, por que existimos, gostamos de saber tudo. Mas algumas coisas não são fáceis de serem entendidas e, simplesmente não merecem o esforço da nossa compreensão.

Ocorre que pessoas (estou falando de mim, certamente) que têm tudo o que querem sempre dão um jeito de reclamar do seu excessivo conforto. E esse post não é uma reclamação. Talvez dessa vez eu cumpra as promessas que faço à mim sempre que posso. Sempre prometo muitas coisas à mim, mas não cumpro quase nenhuma delas, digamos que - quando se trata de eu prometer a mim - eu não consigo honrar as minhas palavras.
Prometo sempre: "Esse ano! É esse ano! Esse é o ano que eu vou estudar!" ou então "Esse ano terei uma vida mais saudável!", ou ainda "Eu prometo que vou parar de reclamar da minha vida!", essas promessas são as mais frenquentes que jamais cumpri, em 20 anos de vida.

Acontece que estudar e ter uma vida mais saudável é, obviamente, uma questão de esforço, o qual a minha preguiça ataca com unhas e dentes, atando meus braços e pernas para que eu JAMAIS me deixe cair na tentação. Agora a RECLAMAÇÃO, essa não é assim tão fácil. Como já diz meu pai "Reclamar é um vício!", e de fato é!
A minha vida sempre foi ÓTIMA, nunca passei fome; fico doente facilmente, mas por sorte, meu pai sempre teve dinheiro para bancar bons médicos e bons remédios para mim; sempre estudei em colégio particular e bons; sempre ganhei presentes o ano inteiro; sempre saí para onde eu quisesse; sempre esbanjei o suor do rosto do meu pai. Não me orgulho de ser assim, aliás, fui criada assim. Mas a minha "vergonha-na-cara" me permite ter a decência de retribuir todo esse esforço do meu pai, lhe proporcionando uma futura velhice confortável.

Mesmo com essa vida perfeita, cheia de familiares, amigos e tudo - ou muito próximo de tudo - o que quero, eu sempre reclamei. Reclamo porque meus familiares folgam comigo, e porque não me ouvem. Reclamo porque as coisas simplesmente não saem como eu quero, e porque odeio determinadas coisas. Mas ontem, ontem eu estava feliz. Ô! Como estava! Não tinha do que reclamar! Meu sorriso - que ia de orelha a orelha - era tão grande que meus lábios sumiam acima dos dentes amarelados e levemente entortados. E quando tudo vai muito bem, certamente algo irá piorar.

Meu pai chegou em casa, faltavam 20 minutos para meia-noite. Ele estava, visivelmente, cansado da viagem que teve de fazer à trabalho na cidade de Avaré no interior do interior de São Paulo. Ele sentou na sua cadeira de rodas estrategicamente posicionada em frente ao elevador e se arrastou até a sala, onde pude notar os olhos vermelhos chorosos e decepcionado. Fiquei olhando para ele, sem dizer nada, esperando ele começar. Logo ele estava falando:

"- Sabe filha, hoje me ocorreu uma coisa que, NUNCA, em minha vida eu achei que fosse acontecer..."

Quando ele disse essa primeira frase pensei "Fudeu! Meu pai matou alguém atropelado!", mas antes que eu pudesse dar um salto do sofá para acudi-lo ele retornou a falar e dizia:

"- Eu havia ido até o meu cliente em Avaré, e ele me perguntou se eu preferia receber em dinheiro ou em depósito, eu pedi em dinheiro, porque dá última vez ele teve problemas com o depósito. Bem, antes de sair de lá, ele me pediu que - no caminho de volta - passasse em na casa da filha dele em São Paulo para deixar com ela uma caixa... Bom, era caminho, eu disse que tudo bem, e fui deixar a caixa para a menina."

Doía cada palavra, eu sei que doía. Meu pai não uma pessoas transparente, ele sabe disfarçar os problemas, as tristezas. Ele - mesmo quando está perdido demais - não dá nenhum sinal do seu estado emocional, mas ontem estava visível.

"-Deixei a caixa na casa dela, virei numa rua para pegar a marginal e vir para Santos, quando avistei - lá do começo da quadra - três crianças e uma mulher. Eu sou desconfiado, já fui assaltado muitas vezes, e geralmente paro no meio da quadra e espero o sinal abrir. Mas hoje, filha, eu parei no sinal certinho, pois achei que eles iriam querer esmola, e eu tinha separado 20 reais para lhes dar. Quando eu parei, um dos menininhos apontou uma arma na minha cabeça, e os outros dois ficaram revistando o carro. O menininho que estava armado me pediu para descer, e eu disse que sou deficiente físico e o tempo que eu demoraria para descer do carro poderia chegar alguém e pegá-los, a mulher ficava gritando para o menino atirar, ela dizia: "ATIRA! ATIRA! ELE ESTÁ ESCONDENDO O DINHEIRO! ATIRA NA CARA DELE!", e eu estava tão chocado e não sabia o que fazer... Entreguei meus celulares, todo o meu dinheiro e eles se afastaram..."

Quando ele me contou eu fiquei estática, eu queria chorar, não pelo assalto, mas pelo medo. Eu estava sentindo o medo passando por cima da minha pele, ele me tocava em todas as partes que podia. Não tenho muitos medos, mas os poucos que tenho fazem meu coração parar de bater. Eu sentia que minha cabeça gritava quase explodindo, meu coração já havia ido parar na boca e haviam muitas borboletas sapateando em meu estômago.

"- Com certeza aquela vaca não era mãe daqueles garotinhos! Não tem como uma mãe fazer isso..." - meu pai xingou a mulher, ele realmente a odeia, deu para sentir. Meu pai raramente xinga, mas dessa vez não era uma xingamento simples, era uma expressão de ódio.

"- Depois passei em frente a um posto Ipiranga que estava na esquina oposta a do meu assalto e o frentista que viu tudo disse que eles ficam ali de 2 à 3 vezes por semana assaltando as pessoas! Voltei até a casa da filha do meu cliente para pedir dinheiro emprestado para pagar o pedágio... Parece que quando as coisas vão mal, Deus sempre dá um jeito de mostrar para nós que pode piorar!"

Foi assim que meu pai terminou de me contar o seu assalto.

Quando ele terminou pensei em como eu sou sortuda! Imaginem o que seria de mim se meu pai, meu herói não tivesse entregado o dinheiro àquelas crianças. Imaginem se as crianças seguissem o conselho daquela nojenta e atirassem na cabeça do meu pai!? Acho que eu morreria.

Mas como já diziam os sábios "Quando se está no fundo do poço a única saída que tem é por cima!"

É irritante e incompreensível como as pessoas fazem esse tipo de coisa! Quero dizer, com certeza a miséria nos deixa desesperados, mas ameaçar atirar na cabeça de alguém por causa de dinheiro, é simplesmente horripilante. Até porque, sabem que o povo brasileiro é bom, sabemos que as pessoas dão dinheiro para os pedintes no trânsito. Sei de casos que tiram 4 mil reais por mês só de esmola.
Dá raiva! Raiva da falta de segurança brasileira. Dá raiva, de como pagamos uma taxa tributária de 38,5% da nossa renda e ainda temos que sofrer esse tipo de coisa. Mas, aconteceu e, ainda bem, já passou. Espero que daqui só seja para melhor!

Desculpem o texto não interessante, mas meu coração falou para desabafar antes que meu peito ficasse pequeno demais para conter o meu medo.

Feliz para toda a vida!

Todas as quartas-feiras eu participo de um Grupo de Estudos de Direito Marítimo, e hoje - como de costume - eu fui à faculdade para participar de mais uma reunião.

No caminho de volta para casa encontrei duas senhoras que perguntaram se a Igreja do Embaré era muito longe, bem estávamos na Conselheiro Nébias com a Bartolomeu de Gusmão e, certamente, não era longe. Bom fui caminhando junto com as senhoras, afinal íamos na mesma direção, em silêncio. Certa hora, quando fomos atravessar a rua e uma das senhoras não viu o sinal fechado, puxei-a pelo braço e ela logo agradeceu. Esse foi o meu primeiro minuto de plena felicidade, ajudei alguém.

Depois de ter me agradecido, as senhoras começaram a conversar comigo. Primeiro me perguntaram se eu estudava à noite - pois observaram que eu carregava uma enorme mochila -, respondi educadamente que não, estudo no período da manhã, pois não funciono muito bem à noite. Depois me perguntaram em que série eu estava, respondi que na verdade faço faculdade. Em seguida, qual faculdade e em que ano estou, respondi em seqüencia: Direito, 4º ano. Foi quando uma das senhoras - parecendo chocada - me perguntou minha idade, respondi 20 anos. Nesse exato momento veio o minuto que me deixou feliz para toda vida, com uma das senhoras dizendo "JURA?! VOCÊ TEM CARA DE SER TÃO NOVINHA! PENSEI QUE TIVESSE 16 ANOS!". Foi espontâneo e tão natural que até doeu um pouco.

Continuei o caminho até em casa conversando com as senhoras, e estou agora feliz para toda a vida :)

# Mudando o assunto...

Estou assistindo "Brilho Eterno de uma mente sem lembranças" e, sabem, eu amo esse filme. É uma forma doentia de mostrar o que as decisões são capazes de fazer conosco.
Tenho reparado que penso demais nos filmes, livros, contos, histórias, tudo. Tudo que tiver personagens, tudo isso me atraí, tudo isso fascina, encanta e, por isso, me faz pensar.
Imaginei se eu gostaria de apagar as lembranças de alguém, e se me arrependeria disso, e descobri que não. Não quero apagar nada, nem as boas nem as ruins, nada. Imagino que se pudéssemos escolher as lembranças que gostaríamos de apagar, muitas pessoas iriam implorar para apagar os ex-namorados, os ex-amigos, etc. Mas fico pensando, uma memória ruim apagada deixa um buraco na nossa mente, fica faltando algo, é uma peça perdida do quebra-cabeça, e o quebra-cabeça só fica bonito quando tem todas as peças. Definitivamente eu quero ter o brilho eterno de minha mente com lembranças.

Foi mesmo só um comentário perdido. Mas, afinal, eu não disse que esse seria um post interessante, não é mesmo!? Hahaha

Brasil. Meu Brasil brasileiro...

Em momento de extrema nostalgia, ousei lembrar uma infância que não me pareceu muito distante - nem poderia, pois seria desaforo dizer que minhas lembranças de menos de 20 anos atrás são distantes, enquanto outros lembram de 50 anos atrás -, onde algumas dúzias de crianças estavam, uniformizadas, mal humoradas, enfileiradas, com a mão direita devidamente colocada sobre o lado esquerdo do peito, de costas erguidas e cantando (certamente de má vontade) o nosso belíssimo Hino Nacional.

A fileira, que a cada dia tinha um aluno diferente como guia - e este obviamente deveria fingir felicidade e orgulho, que ficava a frente dos coleguinhas, ao lado do professor respectivo a sua série -, era (geralmente) irregular e totalmente desleixada. Às 7 horas e 30 minutos, com todos devidamente à postos, o hino começava a ecoar pelas paredes da escola, e logo se ouvia um ruído forte seguido pelas (desesperadoras) palavras "ouviram do Ipiranga às margens plácidas, de um povo heróico o brado retumbante (...)", e todos imediatamente se endireitavam e começavam a cantar. Alguns, realmente empolgados, gritavam o hino, enquanto os menos contentes com aquela situação - chamada por muitos de - constragedora, se aproveitando do bufante orgulho brasileiro alheio, somente moviam os lábios, dando a entender que estavam cantando. Claro que isso ocorria entre os menores, os mais medrosos. O maiores, mais indiscretos, sequer se davam ao trabalho de fingir alegria, quero dizer, eles estavam partes felizes, pois suas aulas começariam alguns minutos mais tarde, mas não gostavam da forma como o tempo extra que lhes era dado estava sendo utilizado.

Me permiti sentir saudades do hino de cada manhã. Todos os dias, a partir das 7h30 da manhã, havia pequenas filas de moleques cantando descontentes o hino nacional. Depois, ao invés de todos os dias, os hinos passaram a ser de segunda, quarta e sexta. Depois de terça e quinta. Até que, "finalmente", acabou-se a tradição de cantar o hino nacional.

A parte de mim que sentia saudade, logo saiu daquele passadinho breve, e me trouxe ao presente. Daí estive pensando, alguns dizem que os brasileiros só sabem reclamar e falar mal do nosso Brasil, dizem que não somos nem perto de patriotas, que quase todos dariam tudo para ser de outra nacionalidade. Ora, sejamos francos, nós humanos somos 10% instinto e 90% aprendizagem, como esperam patriotismo se não se ensina a ser patriota?

Honestamente, sou muito brasileira, e muito reclamona também, mas isso não me torna menos brasileira ou menos amante do meu país. Há "brasileiros" que não sabem SEQUER o Hino Nacional, isso é ofensivo. Você assiste uma partida de futebol entre o Brasil e qualquer outro país, os jogadores sabem cantar o hino de seu país, menos os jogadores brasileiros, que fazem que nem a minha turminha de criança na escola, e fica rebolando a boca pra dizer que sabe. Ou pior, ACHA que sabe, mas canta tudo TOTALMENTE errado. Eu sou patriota, não gostaria de não ser brasileira. Aliás ser brasileira é ser tudo. É ser portuguesa, espanhola, africana, é ser estados unidense, é ser inglesa, é ser francesa, japonesa, tudo. Nossa nacionalidade é a mistura de todas as outras nacionalidades.

Nossa terra tem todos os climas, e em si, plantando, tudo dá. Temos terra fértil, povo hospitaleiro, calor pra dar e vender, e a felicidade é tão grande que mesmo tendo muitos problemas conseguimos sair para tomar uma cervejinha gelada! Temos braço forte, não gostamos de trabalhar muito, porque tudo em excesso mata, mas com certeza o pouco que gostamos de trabalhar fazemos bem, obrigada! E se esse país é uma bagunça, com certeza o sonho de muito gringo era tá nessa marofa.

Desculpem, mas fiquei - com o perdão da palavra - puta de ser taxada de "não patriota", se eu não fosse patriota eu já tinha me mudado clandestina para qualquer outro lugar que não o Brasil. Sou patriota sim! E não porque vejo jogos da seleção em copas mundiais, ou em torço para o Brasil nas olimpíadas. Sou patriota porque - mesmo sendo mais afortunada que muita gente por aí - estou aqui e aqui permanecerei. O Brasil tá uma merda? Tá! Mas eu tô nessa merda também!
O Brasil tá crescendo? Tá! E eu tô crescendo também!
Agora não me venha com essa palhaçada de que nós somos um povo apatriotizado, que temos vergonha do nosso país e que só reclamamos e nada fazemos para mudar!

Brasil! Meu Brasil brasileiro... É assim que sempre foi e assim sempre será. Batendo a mão no peito só pra constar que sou casada com esse país faz 20 anos, e estou/estarei com ele, na felicidade e na tristeza, na saúde ou na doença, e nem a morte nos separa.

Próxima parada: Mundo.

"Acabou?", era um pensamento, certamente, apavorante.
"Acabou de começar", dizia se auto-reconfortando. "Acabou de começar", repetia inúmeras vezes, até que enfim absorvia e se acalmava.

É assim que fica meu coração cada dia que peso as coisas que quero fazer e aquelas que já fiz. Já dizia mamãe "duas medidas, dois pesos", não se pode comparar a vontade ao feito. Mas, sabem, não aprendo muito bem os ditados.

Entrei, quase que de supetão, em minha envelhecida e fraca memória - sabem, gosto de pensar que ela está gasta pelo excesso de uso, mesmo sabendo que não é verdade -, e vasculhei porta por porta, eram infinidades de inutilidades, montes e montes de cultura inútil acumuladas. Mas num cantinho escuro e embolorado, fora de todas as portas, em uma caixa de papelão um pouco destruída pela umidade, tinha algumas idéias, promessas, sonhos que precisavam ser lavados, secados, polidos e, enfim, guardados em prateleiras dignas de grandes obras de arte.

No meio dessas idéias, sonhos e promessas tinha um papel amarelado e enrolado, escrito com letras infantis diversas coisas a se fazer, a se ter, a se conquistar. Depois pude ver um pequeno caderninho, com letras já melhoradas pela prática de escrever, com outras listas, maiores e mais ambiciosas. Depois achei outro caderno, agora maior e com uma lista quase infinita e ainda mais ambiciosa que última. E por último um livro, grosso, com listas tão grandes que cansavam a vista, tinham letra mais legível e, as palavras utilizadas agora, mais madura e bem pensada.


Saí correndo pela porta dos fundos de minha memória, que passava pelo meu sistema límbico me arrastando pelo forte sentimento de vergonha e frustração. Pulei para fora de minha cabeça e fique me lamentando por dias a fio. Deixei a auto-piedade me acariciar devagar, mesmo sabendo o asco que sentia ao ser tocada por ela, deitei a cabeça sobre os seios do amor-próprio, deixando de ele me erguesse e me livrasse das falsidades incessantes da auto-piedade, senti que o amor-próprio empurrava, lenta e despercebidamente, aquelas mãos repugnantes que, aos poucos, sentindo que não era bem vinda, se afastou.
Logo o amor-próprio deu espaço para que o ego - o eu melhor que eu - levantasse minha cabeça e deixasse que algumas gotas de vigor tocasse minha pele em forma de raios solares. E pouco tempo depois, minha humildade - fiel companheira e prestimosa conselheira - me disse que eu já podia espalhar aos quatro ventos a minha terrível sensação de que tudo estaria acabado antes de cumprir a minhas promessas feitas a mim mesma, afinal se em 20 anos, nada fiz, o que me garante que viverei até os 50 para fazer algo?!

"Acabou?", pensava inevitavelmente, "Acabou?". Mas logo ecoava nas paredes dos ouvidos "Acabou de começar!"

Num mundo sem saída.

"Escolhi certo!" - Logo pensei. Não podia ser melhor, não podia estar errada, não quanto aquilo que parecia e era tão bom. Era um mundo muito bem visto, principalmente pelos mais velhos e sábios - e isso era fato, afinal, pude ver nos olhos daqueles que sabiam pelo menos 30 ou 40 anos mais. Aquele mundo era muito diferente, quer dizer, podia ser muito diferente, mas com toda a certeza poderia ser igual - para o bom ou para o mau - a este mundo aqui.

Se essa decisão tivesse que ser tomada há alguns poucos anos atrás, certamente teria hesitado e talvez não passaria para o "lado de lá", mas esperei o tempo certo para me dar a chance de optar entre me perder por "lá" ou permanecer para sempre somente aqui.

Acontece que não existe exatamente o "lá" e o "aqui", pois tudo é "aqui", mas era difícil demais notar, até porque somente, nos breves momentos de página em página, o "lá" era muito mais palpável e concreto que o "aqui", mas quando as páginas - feito uma enorme porta pesada que fecha rudemente na cara de convidados - se fechava entre duas capas, ora grossa e dura, ora fina e maleável. Escolhi certamente as incertezas das páginas desconhecidas. Para chegar "lá" existem vários caminhos, e só se volta após o último ponto final da última página. A forma que mais gosto de viajar até lá é dentro do meu (suposto) refúgio.

Minha casa fica em frente à praia, quando você entra tem uma enorme varanda de vidro que forma um "L", saindo do elevador há um pequeno hall de entrada com uma porta de madeira - que raramente é fechada -, saindo do hall, logo em frente, se encontra a (quase extensa) sala, que se divide pela mobília entre sala de jantar (à esquerda) e sala de estar (à direita). Virando à direita, passando à sala de estar há uma porta branca - também raramente fechada - que dá para um curto corredor que leva aos quartos. A primeira porta à esquerda é um quarto pequeno, de paredes azuis claras, à direita há um armário embutido na parede em cor marfim, seguido de uma cama de solteiro que termina na outra parede, onde fica a janela. No canto direito, ao lado da janelinha de vidro, há um velho e turbulento ar-condicionado, na parede, logo abaixo dele, há uma mesinha cinza. Acima dela há um suporte de televisão - momentaneamente vazio, muito embora não me faça falta - ao lado da mesa cinza há uma sapateira e acima dela prateleiras onde ponho livros e alguns bichos de pelúcia nostálgicos. E é bem no meio, no chão, que eu gosto de sentar e caminhar para o outro mundo. O meu outro mundo.

Quando começo a caminhar para "lá", as coisas concretas à minha volta se corroem, como se apodrecessem, e caem quase estantaneamente. É como se um terremoto, abalasse tão somente meu quarto. E logo um novo cenário está posto. Às vezes como uma pequena sacada onde se ouvem serenatas, outras como um castelo esplendoroso coberto de ouro por todos os lados, certas vezes como as profundezas oceânicas e em algumas como enormes e assustadoras florestas. Aos poucos as palavras se tornavam exatamente aquilo que queria dizer, sendo tão concreta e real que o pequeno quarto parecia ainda menor com tantas coisas novas entrando e saindo dele.

Mas não se pareciam com as coisas comummente tocáveis, os cheiros tinha cores que deixavam transparecer do outro lado. Os gostos possuíam formas, e os sons eram exteriorizados conforme o trimbe. Os pios dos pássaros era cristais cumpridos, enquanto o ronco de um motor eram pedaços broncos de metal enferrujado.


Entrei, dentro do mesmo quarto pequeno, muitas portas diferentes, nelas conheci alguns que - de longe - mesmo parecendo loucura posso até chamar de "amigos", pois essa é uma boa palavra, ô se é! Pois eles, raramente, me decepcionam ao fim, e certamente me ensinam lições valiosas, e sofro com eles, bem como divido as felicidades, sei os segredos deles, e com certeza se tivesse algum segredo, com eles estariam seguros. São pessoas de caráter duvidoso, outras firmes e dignas, alguns jovens demais, outro de menos, mas todos especiais, pois se fossem reais, seriam como qualquer um de nós.

Optei, e não me arrependo. E agora estou perdida, novamente, dentro das fantasias, de onde não sei se tem volta, mas com certeza - se não tiver - não me fará falta.





* Viciei.
Me perdi, novamente.
Dessa vez para sempre.
Sumirei na fantasia.
Talvez seja esse o meu país das maravilhas.
Apaixonada por pedaços de papel, com meia dúzia de letras.

O motivo perfeito para todos os outros motivos...

Ter um dia apenas seu. É... Acho que isso apetece as todos nós. Ser especial. Ser lembrado.

"Ora! Vanessa! É para isso que existem aniversários! Tolinha..." - pensam os raros leitores.

"Oh! Tola, eu?!" - pensa Vanessa aborrecida - "Ora! Aniversário não é tão especial assim! Vejam só! É um dia em que apenas lembram que você nasceu. Isso não significa de forma alguma merecimento!"

Foi assim que comecei a imaginar o motivo perfeito para entender o DIA DAS MÃES. Daí então a minha imaginação - a mesma da qual falei post passado - começou a se movimentar, como se fossem moléculas de água agitadas pelo calor excessivo. Logo imaginei que o dia poderia representar os sentimentos e a pessoa homenageada poderiam ser os sentidores.

De repente - em minha cabeça - estavam mulheres, muitas delas, em uma enorme sala totalmente branca e vazia. Estavam em pé, deitadas, sentadas e encostadas pelas paredes. Suas roupas também eram brancas, e estavam todas estáticas e sem afeições, não estavam tristes, estavam apenas sem sentimentos. As mulheres estavam fechadas e - embora tivessem diversas nacionalidades - todas sem cor. O silêncio era mortal, não se ouvia sequer as respirações, mas no instante seguinte, ouviu um riso pequeno e desajeitado. Ecoou pelas paredes até que, finalmente, caiu no chão e quebrou em milhões de pedaços. Os pequenos pedaços mancharam o chão branco de diversas cores, chamando a atenção daquelas mulheres. E novamente ouvi-se outro riso desajeitado, e foi acontecendo a mesma coisa repetidamente. Logo o chão estava coberto de cores. As mulheres pareciam nervosas, agitadas - bem como a minha imaginação - e logo começaram a tagarelar.

As vozes eram diferentes, umas roucas, outras agudas, outras graves e algumas suaves e aveludadas. Enquanto conversavam outro riso as pegou de sopetão, mas desta vez os pedacinhos cairam sobre as roupas das mulheres, e daí veio outro, mais outro e mais outro, em instantes estavam todas mergulhadas em cor. Partes que nem sabiam que existiam estavam sendo tocadas, de tal forma que parecia que partes muito intímas estavam sendo despidas. As cores invadiram com força as mulheres, que logo estavam reagindo à tanta mudança. Mergulhavam-se em lágrimas, ficavam sem ar de tanto rir, desvairavam-se em gritos e até mesmo agoniavam. As cores se misturavam e pulavam de mulher em mulher. Minutos depois cada cor era uma criança e, cada criança, tinha sua mulher.

As mulheres estavam tão ocupadas com suas crianças que não puderam perceber que a sala - antes vazia - agora estava dividida, separando cada uma delas. O vazio já havia passado e era tudo puro sentimento. Eram tantas sensações que inflavam cada célula do corpo, acelerava os corações e enchia os estomagos de borboletas. Estava tudo tão cheio que explodiu em forma de felicidade, que impregnou n'alma que todas elas.

Mães,

Imagino que - quando deram a luz - sentiram a explosão de felicidade tocar fundo dentro de si. Não sei como é ser mãe, nem como será, mas tenho certeza que é muito especial.
Nós - filhos - temos certeza de que somos suas cores, bem como vocês são as nossas. Sabemos que somos sentimentos, bem como vocês são. Sabemos que são especiais, e por isso merecem TODOS os dias.

Mamães, vocês são o motivo perfeito para todos os outros motivos que deram origem a esse dia tão especial. Vocês são o motivo perfeito para nossa existência, para nossa felicidade e para tudo.

FELIZ DIA PARA VOCÊS.

Dançando sobre a linha tênue que divide a minha realidade de toda e qualquer fantasia...

... acho que está passando. O meu receio quanto a minha própria forma de escrever, finalmente, está passando!

Não digo que estou escrevendo bem, pois mamãe sempre dizia que "Mentir é feio, menina!", mas com certeza agora não me repugno tanto. Erro, e não me xingo mais por isso. É como se o "Grilo Falante" tivesse se disvenciliado de Pinócchio e passasse a ser agora - somente - minha consciência, e ao invés de me mandar parar de mentir, ele me diz para não me martirizar por tão pouco.

E isso desde que me encantei pela trilogia "Fronteiras do Universo" - muito embora eu esteja ainda no segundo livro - de Philip Pullman. Depois que conheci a história da menina chamada Lyra - a qual me identifiquei muito - minha mente desvairada não para de fantasiar. E tudo o que vejo, ouço, cheiro, como, tudo se tornou surtos fantásticos de imaginação. Depois que li o primeiro (dos três) livros, comecei a escrever uma histórinha que ficou - inevitavelmente - parecida. Daí então os surtos imaginativos viraram pânico.
"Como ser tão sem criatividade" repetia a mim mesma. "Obviamente, é por isso não escrevo bem", tornava a me chicotear. Mas os surtos que viraram pânico passou - imperceptível - a nada. Sabe quando todos os picos de violentas emoções negativas passam a exatamente NADA, e você simplesmente não percebe?! Pois bem, isso me ocorreu. E foi tão rápido e faceiro que sequer notei quando.

Daí, a linha tênue entre realidade e todas as fantasia - onde eu me encontrava sentada, estagnada e completamente estática - começou lentamente a se movimentar, e antes que pudesse me dar conta eu estava de pé, em cima dela, dançando em ritmo lento, como se uma valsa vienense tocasse branda me convidando para dançar. Conforme meu corpo - ainda duro - se mexia e rodopiava, seguindo o clássico "dois para cá, dois para lá", podia ver dum lado a realidade e doutro a fantasia. Era a dança mais deliciosa da qual pude participar.

Do meu lado direito havia o carregado cinza das coisas concretas, eu via as possibilidades, sentia a firmeza das coisas que eu sabia, que se quisesse, podia tocar e carregar comigo para onde fosse. Eu via as tristezas e as felicidades, elas também eram concretas e - estranhamente - andavam de mãos dadas, mas eram simples passageiras, por isso, a cada volta dada elas iam e vinham de formas diferentes, dissipando-se no ar cada vez que eu lhes dava as costas.

Já o lado esquerdo as cores se confrontavam o tempo todo e formavam um tecido degrade brilhante, que podia ser mais bonito que a própria aurora boreal. Havia animais e monstros que jamais se poderiam ver do lado direito, o lado real. Algumas fumaças caiam do céu com cheiros de avelã, outros rios subiam para o céu, formando uma cachoeira anti-gravitacional. Os cheiros eram fortes e completamente distintos daqueles que vinham do lado oposto. Eram tudo completamente intocável, nada podia ser carregado ou guardado. E, coincidentemente, no lado da fantasia também haviam tristezas e felicidades. Elas também andavam de mãos dadas e se dissipavam ao dar as costas, mas elas não impregnavam na roupa, como as da realidade faziam.

De repente, aquilo que era uma valsa, explodiu em forma de samba - e as músicas vinham de ambos os lados - e a linha, que já era tênue, se tornava cada vez mais invisível e indesejável. Conforme meus pés dançavam por contra própria, o cinza era encharcado pelas cores da fantasia, e essas impregnavam de tal forma que me deixava com a certeza de que nunca mais sairiam. O tecido degrade e brilhantes de cores começaram a tocar tudo o que havia na minha realidade. O samba aumentava o ritmo cada vez mais, e a linha ia se apagando.

Quando o samba passou a ballet já era tarde demais, a fronteira que a minha realidade havia criado para afastar a insanidade da minha fantasia já havia desaparecido, como se um muro tivesse sido derrubado, sem dó ou piedade.
Os cheiros - todos eles - se intensificaram. Os perfumes cítricos eram puro limão, os doces eram o mel recém-fabricado. Os sons estão mais nítidos, o pio dos pássaros são óperas bem cantadas, e o ranger de peças enferrujadas de metal é o rock mais pesado de todos.

Foi a melhor coisa que eu fiz. Abrir as porteiras da minha fantasia. Até os meus momentos de insanidade me rendem deliciosos momentos de sonhos e, na maior parte deles eu estou incrivelmente acordada.


Chega né!? ahahaha parei de viajar. :B

Descrições.

Eu gosto de acreditar que há em meu - já adormecido - cérebro uma nítida divisão (sem ser a de lobos e sulcos), onde 90% está reservado - por tempo indeterminado - para futilidades, enquanto os outros 10% aguardam instruções para receptar sinais de maturidade e responsabilidade.

Bem, os 90% são - obviamente - mais utilizados. E acabo de descobrir que eles amam descrições e odeiam nomes, compreendam que o amor e o ódio estão sempre muito próximo. Uma vez me disseram (não me lembro quem), que a maior dificuldade de compreensão dos homens surgem a partir do momento que ele dá nome às coisas. A partir do exato momento em que o local onde sentamos, que possui quatro matrizes de sustentação e pode ser de madeira, metal ou até mesmo plástico, passa a ser uma simples "cadeira", a filosofia morre e apenas somam-se números.

É como se, só pelo fato de saber que o lugar onde eu sento, que tem quatro matrizes de sustentação e pode ser de madeira, metal ou plástico, se chama cadeira, eu não precisasse mais entendê-la. Porque é o que acontece! Nós paramos de querer entender depois que sabemos o nome. Eu não preciso saber o que é um sapato, porque eu já sei que aquilo que eu ponho em meus pés para caminhar se chama sapato. Daí ficamos estagnados, porque somos apenas informantes de pontos de referência. Não precisamos saber o que são as coisas, desde que possamos apontá-las.

Logo pensa-se que "apenas uma descrição à menos, não fará mal algum", mas fará, as pessoas precisam de nomes, não as coisas, na verdade não se aprende mais a descrever e pensar nas coisas, elas aprendem a decorar nomes, e isso deixa meus 90% simplesmente irados. Porque dói saber que a cansativa base da nossa vida, a bendita filosofia, se perde entre curtas frases mencionadas raramente pelos que ainda se lembram que - algum dia há muito tempo - algumas filosofavam e pensavam sobre tudo, todos, todo o tempo. Porque o que agora é simplesmente ridículo, um dia foi uma descoberta impressionante, pois se "no meio do caminho havia uma pedra, havia uma pedra no meio do caminho" é porque um dia Carlos Drummond de Andrade pensou muito. E, como já dizia Socrates, "Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância."

Também não estudo nunca, e sequer me dou ao trabalho de pensar o tempo inteiro, mas as pessoas apertaram um botão de "pause" muito grande e - pelo visto - ele travou, ou será que é o play que não quer funcionar?! Agora, preciso pensar.




*~ Mudando de assunto.

Nomes de pessoas. Preciso de nomes bonitos, fortes e MUITO brasileiros.

As curtas palavras feias de parabenização...

... Sofro um dos males que parecem estar quase extintos hodiernamente, o mal da falta de afeição pública. Notem que o mundo passou a amar demais e demonstrar isso demais, porém, algumas pessoas - como eu - continuam ridiculamente contaminadas pelo mal das curtas palavras feias.

Exemplificando o mundo enxerga melhor, então vamos lá. Hoje é aniversário de meu pai, e tenho certeza que alguém com certeza escreveu um SUPER cartão ou irá dar um belíssimo discurso, mas eu... Ah! Eu não! Eu empaco.
Não sei dizer as palavras lindas dentro de imensos textos de gratidão. Não mesmo. Também não sei abraçar alguém por mais do que dois minutos enquanto recito poemas de amores infindáveis, não dá! Não passa! Não sei dizer que amo alguém, escrever eu consigo, mas dizer, nunca. Não saí!

Eu tentei escrever um cartão lindo, daqueles que nos fazem chorar, peguei uns papéis e um lápis velho e mal apontado, sentei e rascunhei algumas frase, mas de que adianta?! Sou seca, e não consigo me expressar sem me sentir no mínimo ridícula.

Todas as vezes que penso em dizer para as pessoas - como hoje por exemplo, no aniversário do meu pai - o quão elas são importantes para mim tudo o que se passa em minha mente são frases completamente clichês. E, sempre me vem a cabeça que é óbvio que não consigo explicar para as pessoas o quanto eu gosto delas, uma vez que não importa o quanto e sim o porque... Quem disse que consigo?! É claro que não consigo! Como é que vou explicar hoje pro meu pai que eu não amo ele mais que alguma coisa... Porque eu amo ele. É tipo, ridículo, ninguém ama uma pessoa mais que algo, as pessoas amam por motivos... E para minha infelicidade, não sei quais são os motivos.

Daí minhas parabenizações ficam assim, pobres, mixurucas, curtas com palavras feias.
Preciso umedecer a esponja que chamo de coração, porque seca desse jeito, nunca sairei dos "Parabéns! Felicidades! Tudo de bom".

Mas... C'est la vie.

Mitos que não são tão mitícos assim...

Sabem aquelas piadas que deixam as mulheres azuis de raiva? Exatamente as machistas do tipo "Mulher no volante, perigo constante" ou "Pra saber se é mulher dirigindo conte o número de buzinadas que à segue"?

Então, eu gostaria de dizer que: Meninas! Eles estão certos! Pelo menos em razão a mim.

Gente, sem brincadeira fiz três dias de aula já, e juro por Deus que eu simplesmente não consigo me manter em linha reta! Meu carro faz zigue-zagues involuntários, o tempo inteiro. Quando eu me irrito eu tiro as mãos do volante (e se ele não reto com as mãos no voltante, imagine sem elas lá), eu sou o típico MITO FEMININO DE FALTA DE HABILIDADES AUTOMOBILÍSTICAS! Chega a ser ridículo!
Eu faço todas as cagadas que os homens - injustamente - atribuem às mulheres. Eu faço JUS a nossa má fama!

Por isso... CUIDADO AO SAIR NA RUA!


Mudando de assunto: Tá rendendo!
Isso mesmo, minha histórinha já está na 34º página - mesmo que a fonte seja média e que eu pule linhas, está grande, afinal eu sempre começava e parava no máximo na terceira página... sem contar que eu só escrevo quando dá tempo (quase nunca ultimamente, afinal tenho provas, trabalhos, o estágio, etc).
E até que eu estou enrolando bem XD tipo, não parece TÃO cansativa hahaha

Acho que já deu :D

Obs: Pupo, no seu níver vai ser um post meio a meio, meio "MEU AMIGO PUPO" e meio "MINHA AMIGA MAIRA" :D

Hoje é dia de... LORRAINE!!

Como diria a Xuxa Meneguel:
"Hoje vai ter uma festa, bolo e guaraná, muitos doces pra você-ê!
É o seu aniversário, vamos festejar e os amigos recebe-er!
Que felicidade, o amor no coração, que a sua vida seja sempre doce emoção!
Bate, bate palmas que é hora de cantar... Agora todos juntos vamos lá!

PARABÉNS! UHUL
PARABÉNS! UHUL

Hoje é o seu dia que dia mais feli-iz!

PARABÉNS! UHUL
PARABÉNS! UHUL

Cante novamente que a gente pede bi-iz!"


Pois é gente (vocês já notaram como eu escrevo como se milhões de pessoas lessem isso aqui?! hahahaha) hoje (14 de abril de 2009) a minha amiga linda completa 21 primaveras.
Dessas 21 primaveras de existência linda e feliz, tive o prazer de participar das últimas 7.

Eu falei com a Lorraine pela primeira vez no primeiro dia de aula do primeiro ano colegial no Jean Piaget! Ela tava fazendo aqueles desenhos fofinhos que ela sempre faz de mangá (que eu amo e tenho vários guardados há tempos) e eu vi - e logicamente babei um ovo fodido né!? - daí eu comecei a falar com ela... Aposto que ela se assustou, afinal de contas quem era aquela menina louca que sentou do lado dela e começou a falar coisas desinteressantes no primeiro dia de aula?! EU, CLARO!

Daí a gente passou os três anos do colegial (que não sei mais que séries são... tá mó complexo agora) juntas, aprontando, rindo, indo ali e aqui, e quando acabou o colegial eu pensei "Ai, será que a gente vai se ver menos?" e fiquei meio pra baixo, mas no finalzinho do 3º colegial a Lo me mandou uma mensagem assim no celular "Van, tenho uma notícia, não sei se vc vai gostar... bjo Lo", daí eu pensei "O que será que é?! Pra eu não gostar, ela deve ter cagado no meu travesseiro", daí no dia seguinte ela veio na minha casa MUITO envergonhada e disse que achava que tá grávida, mas não tinha certeza e não sabia que teste era melhor comprar... daí a gente perguntou pra minha irmã mais velha, porque a amiga dela já tinha ficado grávida e ela quem tinha comprado o teste... daí minha irmã comprou o teste e em alguns minutinhos
TCHÃ-RÃ! CONFIRMADO.
Esse foi o maior e melhor presente que eu tinha ganhado - depois teve meu segundo maior e melhor presente que veio só dois meses depois que foi a minha irmã me dizer que também tava grávida.

Daí no dia 28 de setembro de 2006, eu estava no primeiro ano da faculdade e era dia de prova, eu recebi outra mensagem da Lo assim "Nasceu!", gente, eu gritava tanto, todo mundo já sabia que a minha amiga linda estava grávida, e pelos berros que eu estava soltando todos já sabiam que uma menininha muito linda e graciosa tinha nascido!

Mas eu ainda ficava pensando "Mas será!? Será que a gente vai continuar se falando que nem no colegial? Cada um escolheu um caminho, uma faculdade, será que vamos ter tempo?" E adivinhem! Tivemos e temos! Esse foi o outro enorme presente que eu ganhei da Lorraine (da Maira também), e a gente continua se falando SEMPRE, todo fim de semana a gente faz alguma coisa e quando dá durante a semana também! E eu amo isso!
E agora eu posso dizer com muito orgulho de nesses 7 anos que eu conheço a Lorraine eu vi grandes mudanças que tornaram ela uma mulher e mãe muito forte e especial. :D

Lo, parabéns!
Que você esteja e seja muito feliz e tudo de bom e melhor aconteça e venha para você!
Te amoooo (hahaha acho que deu pra notar já né?!)
Beijos no seu coração :D

(entre parenteses) ?

Pois bem, não sou tão adaptável quanto eu imaginava...
Pelo que tenho visto e escrito, naturalmente, já sei que não vou me adaptar nem um pouco as novas regras ortográficas... CARA! EU GOSTO DE ACENTUAR! Desculpa, mas a minha crase faz falta quando eu leio. E quando eu tenho uma idÉia, ela tem ACENTO, porque é uma idÉia, senão seria "idÊia" e isso nada se parece com uma representação mental de algo concreto ou abstrato...
Vai ser difícil escrever sem acentuar as palavras, é quase impossível, pois eu - o que faz me sentir uma idosa - acostumei assim, é automático. É como se te dissessem de repente para não por mais pingos em I's... É estranho.

Ai que saudade de todos os acentos retirados. Todos eles. Até os que não sabia onde colocar ou porque estavam ali. Saudade até mesmo daqueles que nunca utilizava, como a pobre trema que, em meus textos defasados em gramática, era tão esquecida quanto Macaulay Culkin em todos os três mil e duzentos "Esqueceram de mim".

Mas a dó fica para os Portugueses, tadinhos, perderam alguns "C's" por aqui e por ali... Imaginem vocês se do nada a palavra FATO virasse "faCto", agora inverta a situação e sinta-se um português com a nova reforma ortográfica. Entendo a importância dessa reforma, unificar a língua portuguesa vai trazer mais importância internacional a língua e tudo o mais, mas que vai ser difícil, isso vai.

curtindo um pouquinho xD

Até que tô curtindo a histórinha que estou fazendo... quero dizer não está boa, mas estou gostando de ver que ela está rendendo, mesmo que por pura enrolação...
Vou por uns pedaços (ok, vou por o começo mesmo hahaha) só pra me sentir uma super escritora dando uma pequena prévia de seu futuro lançamento haahahaha

"Foi fácil demais até mesmo para Abigail, tão fácil quanto andar. Nunca havia atravessado tão rapidamente de um lado para o outro daquela quadra, tampouco chego com fôlego, como desta vez. Geralmente era o inverso, Abigail se esforça terrivelmente e só chegava ao outro lado cansada, brava e sem ar. Em dias normais ela estaria comemorando junto de Conrado – que também chegara pela primeira vez ao outro lado daquela imensa quadra sem dar nenhum tropeção – mas nenhum dos dois tinham motivos para comemorar, não enquanto ainda estivessem lá dentro.

- Corra Abigail, vamos! Corra! – dizia Conrado desesperadamente enquanto a puxava pela manga do casaco de veludo escuro e já meio surrado.

- Estou tentando, não tenho mais forças! Minhas pernas! Mal posso senti-las... Conrado, precisamos parar um pouco – implorava Abigail enquanto bufava meio raivosa.

- Ora Abigail! Qual é o seu problema?! Até parece que não viu as mesmas coisas que eu lá dentro! Se eles te pegarem... se eles nos pegarem... se souberem o que vimos... Ah! Estamos mortos entendeu?! – dizia Conrado ainda mais irritado que a própria Abigail.

Se tudo estivesse ocorrendo cerca de três ou quatro meses atrás ambos estariam mais tranqüilos, afinal, a mãe de Abigail ainda estaria viva e os protegeria no Parlamento Brasileiro – até porque a influência de sua mãe era a maior jamais vista –, mas com certeza, agora o máximo de proteção que conseguiriam seria um abrigo abandonado perto de algum armazém ruído no porto."



Pois é... um começo ruim para uma história ruim, mas quem liga?! Tá rendendo hahaahahaha
Ai ai, eu sei EU PROMETI ESCREVER ALGO LEGAL... mas a criatividade me falha por esses dias xD
futuramente, quem sabe!?

beeeeijoooos :**

abando, retorno, abando, retorno, abandono, refaço.

pois é... eu tinha dado um tempo aqui né?!
E pelo visto darei muitos outros tempos.
Bom, lembram que eu tinha comentado (séculos atrás) que eu estava escrevendo (tentando) uma hitórinha? Pois bem, eu havia desistido dela, não que tivesse muitas páginas, só tinha três folhinhas mal escritas - e sem nada de bom sendo contado. Daí então, ontem eu resolvi começar outra história que - para a minha NÃO surpresa - está bem inspirada em "A bússola de Ouro" de Philip Pullman... e essa histórinha, não sei como, em menos de um dia já tem 11 páginas, que não estão tão chatas quanto as três da história anterior... mas também não me dão orgulho, afinal, estão tão sem criatividade, é como se eu tivesse fazendo uma quase-cópia do Philip Pullman... quero dizer... não está igual, não mesmo. Mas também não está muito criativo.
É esse tipo de situação que me faz acreditar fielmente na minha inabilidade para esrever coisas, ou até mesmo para criar coisas inovadoras. Sim, isso me frustra.
Mas quem se importa? Eu é que não. Pelo menos tento não me importar. Só que... AH! Como odeio me frustrar e não saber fazer nada direito, pelo menos nada do que eu queria saber fazer...
Meu português é nojento, bem como todo o resto necessário para a composição de um livro bom, e isso me dá tanta raiva!!

Tenho que parar de fazer reclamações desse tipo aqui... Tenho que parar de fazer reclamações. xD

PRONTO! Parei.

Vejamos algo bom... Quem está afim de sair comigo esse fim de semana?
Me liguem :)

Bom... tenho que ir trabalhar :/
beijos :***

Não quero calor, não quero chuva, o que faço em santos?!

essa minha terra é fogo viu!?
Se não está um calor infernal, está chovendo... Será que algum dia Santos vai estar no meio termo?!
Posts curtos por falta de tempo... depois posto algo mais legal :D

Ficando LOUCA...

Gente tô ficando LOUCA!
Meu pai acha que eu sou o Magaiver ou Highlander, sei lá... ele acumulou acho que uns 5 anos de papel pra arquivar e agora ele me deu TUDO de uma única vez, e ainda me chamou de DESORGANIZADA, só porque eu não consigo achar um documento no meio de 3 montanhas de papel!
Ai socorro!!! ;_;

Vende-se bom senso à preço de custo!

"Tente colocar bom senso na cabeça de um tolo e ele dirá que é tolice."
(Eurípedes)

"O bom senso existia; mas estava escondido, por medo do senso comum." (Alessandro Manzoni)

Eis logo acima duas frases que me agradam nesse exato momento. Ocorre que minha professora de Prática Jurídica Cívil pediu que a classe fizesse em grupos um trabalho sobre "O Sistema de Cotas para Universidades", e adivinhe se eu me irritei com esse tema? Obviamente, ora, com todo o respeito aos que concordam com essa idéia demasiada estúpida de que é necessário - para quebrar o preconceito - a criação de COTAS que facilitem a entrada de negros, pardos, mestiços, pobres e deficientes nas universidades. De certo, alguns devem estar lendo esse primeiro parágrafo pensando que quem necessita de um pouco de bom senso ou eu, mas sei que não preciso e explicarei porque.

A população negra - com razão - se sente (desde sempre) marginalizada e sofredora de grande preconceito, porque de fato era mesmo, mas NUNCA houve preconceito para o ingresso nas universidades, uma vez que no sistema Brasileiro são feitas provas onde não há nenhum tipo de indicação ou analise a não ser a quantidade de conhecimento ou de acertos do candidato. Bom, de qualquer forma, há 121 anos o Brasil aboliu a escravidão e transformou o afro-brasileiro de objeto à ser humano, sem dar nenhum tipo de assistência depois - fato contra a minha revolta eu sei - mas em contra-ponto é visto que no Brasil a falta de apoio educacional não é apenas para os negros, é também à toda a população pobre "Ora Vanessa, mas você disse que o decreto-lei também ampara o pobre, o mestiço, etc...", pois é, ampara mesmo, mas nosso sistema jurídico existe uma hierarquia de leis, sendo a lei suprema a Constituição Federal, e essa mesma lei diz que se ela não discriminar nada nenhuma outra lei poderá discriminar, ou seja, se a Constituição Federal não diz "DEVEM EXISTIR COTAS NAS UNIVERSIDADES PARA A POPULAÇÃO NEGRA, MESTIÇA, POBRE E PARDA", então nenhuma outra lei poderá dizer...

E não é só isso, mais ou menos 63 anos depois do fim da escravidão no Brasil, houve na Africa do Sul - se não me engano - um fenômeno chamado APARTHEID, onde tudo era divido entre os negros e os brancos, os ônibus tinham acentos para negros e para brancos, as ruas eram um lado pra negros outro pra brancos, as escolas ou eram de negros ou eram de brancos, exatamente tudo era dividido, como se uma das duas "raças" - que era claramente a negra, sofrendo mais uma vez preconceito - fosse uma praga. Bom, para o azar da pessoa que instaurou esse regime político bizarro, no mesmo ano (1948 se não me engano)foi criada a Declaração Internacional dos Direitos Humanos que diz que TODOS são iguais e devem agir uns com os outros com espírito de fraternidade. Bom, alguns anos depois -acho que em 1973 ou algo assim - a Europa chocada com o Apartheid (chega a ser engraçado, afinal cerca de 28 anos antes eles haviam sofrido com a presença devastadora do Nazismo Hitlerista praticante de um genocídio assustado, mas isso não vem ao caso) resolveu criar uma CONVENÇÃO DE PUNIÇÃO E SUPRESSÃO DO CRIME DO APARTHEID, e essa convenção diz no seu primeiro artigo que seja para PREJUDICAR ou para BENEFICIAR qualquer "raça", ou seja, as ações afirmativas criadas nos EUA e adaptadas para o Brasil não são apenas inconstitucionais como também uma ofensa à uma Convenção Internacional - que aqui é mais fraca que a constituição obviamente.

De qualquer forma, as únicas cotas que defendo são as cotas para deficientes, pois segundo o princípio da Igualdade (art.5 da CF "caput" e inciso I) nós devemos "tratar desigualmente os desiguais para que possamos igualá-los no plano jurídico", ou seja, exigir que um deficiente tenha a mesma capacidade de uma pessoa considerada dentro dos padrões de normalidade é querer demais, mas virar pra mim e dizer que o negro não se iguala ao branco e por isso precisa de cotas é simplesmente revoltante, é tão preconceituoso quanto tratar os negros como objetos - como era feito na escravidão - pois dizer para minha pessoa que eles estão marginalizados e por isso merecem tratamento especial é cuspir e pisotear o bom senso.

E o pior, eles pedem 'CHEGA DE RACISMO! CHEGA DE PRECONCEITO' mas vestem a camisa de "sabemos menos que vocês, nos deêm cotas" é simplesmente se desdizer... para mim, o sistema de cotas universitárias não passa de mais uma política "cala boca" do governo, é mais uma forma de fazer as pessoas esquecerem que era pro ensino fundamental e ginasial estar em ótimas condições... ora pra que bom ensino médio se eu sou da cota universitária né?!

Desculpem, mas esse trabalho me irritou demais! Precisava desabafar hahaaha
Juro que não falarei mais de Direito :D

Santa Paciência...

... cara, eu não nasci pra trabalhar sabe?! E mesmo assim trabalho, trabalho pra ouvir merda de quem não trabalha, e isso me deixa bem aborrecida. Fico azeda, fico sem saco para nada.
As pessoas são mal agradecidas, são estúpidas e me aborrecem...
Fico pensando, nos tempos de hoje - eu que não nasci para o trabalho - não tenho dinheiro e, portanto, preciso trabalhar, se fosse na antiguidade - eu que também não teria nascido para o trabalho - seria uma camponesa mal acabada com doze filhos que precisava limpar a bunda dos nobres e ainda levar uma cusparada na cara por isso. Hahaha ok, foi meio dramático, mas acontece que quando não se deseja trabalhar, mas mesmo assim tem que se fazê-lo, tudo fica mais asqueroso. É como se os dias sol, com pássaros cantando, flores perfumadas, animais e crianças brincando virassem dias infernais de calor escaldante com pássaros grunhindo, flores enfestando o ar com um cheiro nojento, animais e crianças se atacando...
E toda essa minha revolta surgiu apenas pela crítica de meu trabalho... SIM! Mimada?! SIM! Fresca?! SIM!... Ora! Já não desejo trabalhar, já o faço com a menor vontade, e ainda ousam me criticar?! Ora, faço não faço?! Mesmo contrariada, faço! Pra que vem me criticar não é!? ¬¬
Ai que saco viu!?
Não gosto de ser empregada, não gosto de fazer aquilo que não quero, portanto, não me perturbem!

Pronto acabou meu post mal criado de menina mimada contrariada.

Três passos em direção ao paraíso...

... sonhei que escrevia um livro, não qualquer livro, um bom, ou melhor, um ÓTIMO livro. Daqueles que as pessoas se apaixonam, sentem o cheiro, a emoção, daqueles que as pessoas ouvem as palavras que estão escritas, vêem os objetos que estão descritos. E meu livro se tornava um BEST-SELLER, e eu me lembro que no meu sonho eu doava 70% do valor que eu recebia, mas não para instituições, mas para pessoas que moravam em palafitas, favelas e ruas, e uma das pessoas para quem eu doava uma quantia em dinheiro, ao invés de torrar tudo em roupas, carros, etc., investia o que sobrará da reforma de sua casa, em sua educação. E eu ficava tão feliz que me tornara amiga pessoal daquela menina fofa e muito inteligente.

Depois de muitos anos - eu, agora velha, em meu sonho - ela escrevia então um livro, e eu - já perto da cegueira da morte - pedia para que ela (agora em sua melhor idade) lesse o tal livro, que também se tornara um best-seller. Lembro que ela começava a ler - enquanto minhas palpebras relutavam para se manterem erguidas - e era um livro sobre mim, mas não uma biografia, somente um livro sobre mim. Mas antes que ela o terminasse eu morria e, depois de alguns anos, eu (detalhe : eu já havia morrido! mas tudo bem, era um sonho mesmo xD) escrevia um livro chamado "Três passos em direção ao paraíso". E esse livro, era outro best-seller, e daí eu acordei.

Eu acho que estava na hora de eu não ter mais sonhos estranhos. xD
Não sei porque meus sonhos são tão bizarros - deve ser a minha imaginação pedindo socorro! hahaahaha

:*

"O poeta é um fingidor,finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente." ( Fernando Pessoa)

Ando com vontade de escreve coisas sem nexo, sem elo, sem verdade, e não sei como fazer isso porque a cada passo que minha estúpida e lúcida cabeça dá, minha consciência - essa sim, maldita - me lembra de quão ridículo é tudo aquilo que escrevo ou jamais pensei em escrever.

Uma voz, minha própria voz, ecoa nojentamente por todos os cantos de minha cabeça me dizendo que não importa o quanto eu pense, escreva, diga ou faça, jamais serei tão boa quanto desejo, minto para mim mesma dizendo "Ora! Que bobagem!" ou "Isso é ótimo, pois jamais deixarei de me superar!", mas em seguida - assim, de sopetão - vem aquele estalo que me faz perceber que era só eu mesma, mais uma vez me enganando. E não para por aí, de forma alguma! Minha estúpida e ridícula consciência sempre me lembra de que não importa o quanto eu tente eu jamais escreverei como Shakespeare, ou como Fernando Pessoa, diz que não tenho talento nem para José das Couves que por vezes ousa escrever suas próprias cartas de amor à Mariazinha! Sempre chega sorrateira e me dá um tapa com luvas de pelica me dizendo que meu português é ruim, me falta organização e não sei me utilizar muito bem de parágrafos.

Daí então, revirando meu arquivo, por vezes falho, de bons escritores e sempre paro nessa mesma frase de Fernando Pessoa, nesse mesmo versos que me faz pensar que até mesmo alguém como eu pode ser um poeta, adormecido pela covardia da consciência. Pense bem, eu também finjo tão completamente, que finjo sentir uma dor, a dor que devo sentir... é basicamente dizer que estou vivendo no tédio pelo prazer da tortura Oswaldiana, pela necessidade de complicações prazerosamente doloridas, pela vontade da marca. E nessas horas penso eu "Lispector que se cuide!", afinal, qualquer é um o poeta de sua própria dor surreal.

E assim, sem notar, aquela dor que não passa de mais uma inverdade, vai sumindo levemente, assim como os ruídos e barulhos insuportáveis das cidades poluídas que passam à sinfonias orquestradas por Joãos e Marias, e conforme essa e aquela sensação ruim vão passando lenta e quase imperceptivelmente, a cabeça e o corpo vão implorando por mais sensações boas, transforma o terrível cheiro de vala e doce cheiro de flora, e aquelas ridículas construções acinzentadas viram lindas campinas verdes, o povo feio e maltratado se passa facilmente por realeza e, no fim dessa história, aquela dor imaginada some tão completamente que os antigos poetas fingidores deixam sua poesia para viver a sua incrível e repulsiva realidade, até outra dor - tão falsa quanto a anterior - venha bater à porta inesperadamente, em busca de um novo poeta.

Por isso, aqui, sentada em cima de um sofá embolorado e desconfortável de tédio, espero ouvir o som do fingimento poético a quem tanto aguardo, e depois de me satisfazer das delícias da boa escrita, vou poder - enfim - esperar o despertar de minh'alma para a minha incrível e repulsiva realidade, repleta das doces distorções surgidas da total ausência de minha própria consciência. ¦}
 

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