quinta-feira, 17 de setembro de 2009

"Você é tão útil quanto uma lâmpada queimada!" - disseram em coro a ela...

Postado por Vanessa Kairalla às 9/17/2009 10:30:00 AM
... e certamente aquilo não era um elogio. Não se sabia ao certo o que tinha acontecido, mas o fato era: ela odiava o mundo, que também a odiava. E a reciprocidade era tão natural que, mesmo nos dias privilegiados pelo bom humor, ambos evitavam se enconstar, pois já era sabido que, no final, um lado estaria fatalmente ferido. Sempre foi assim, desde o seu nascimento, e sempre seria, até que sua morte chegasse, era o que ela pensava. Sempre foi assim, desde o nascimento dela, e sempre será, até que a morte dela chegue, era o que dizia o mundo.

E a guerra, constante e sangrenta, não cessava, nem mesmo na hora de dormir. O mundo dispunha dos agentes secretos que figiam perfeitamente o amor e o carinho por ela, mas ela - que nunca foi boba - sabia que, se deixasse que eles percebessem o conhecimento que ela tinha daquilo, estaria encrencada, afinal, não há maior injustiça do que lutar só contra um imenso e repugnante mundo. Ela estava sendo sempre vigiada, mas - fazendo-se de tonta - também vigiava.

A inteligência e observação sempre foram seus pontos fortes, porém ela não conseguia entender porque, dentre tantas pessoas, ela era a única diferente... era a única "lâmpada queimada".

"Você é tão útil quanto uma lâmpada queimada!" - disseram em coro a ela...

... e certamente aquilo não era um elogio. Não se sabia ao certo o que tinha acontecido, mas o fato era: ela odiava o mundo, que também a odiava. E a reciprocidade era tão natural que, mesmo nos dias privilegiados pelo bom humor, ambos evitavam se enconstar, pois já era sabido que, no final, um lado estaria fatalmente ferido. Sempre foi assim, desde o seu nascimento, e sempre seria, até que sua morte chegasse, era o que ela pensava. Sempre foi assim, desde o nascimento dela, e sempre será, até que a morte dela chegue, era o que dizia o mundo.

E a guerra, constante e sangrenta, não cessava, nem mesmo na hora de dormir. O mundo dispunha dos agentes secretos que figiam perfeitamente o amor e o carinho por ela, mas ela - que nunca foi boba - sabia que, se deixasse que eles percebessem o conhecimento que ela tinha daquilo, estaria encrencada, afinal, não há maior injustiça do que lutar só contra um imenso e repugnante mundo. Ela estava sendo sempre vigiada, mas - fazendo-se de tonta - também vigiava.

A inteligência e observação sempre foram seus pontos fortes, porém ela não conseguia entender porque, dentre tantas pessoas, ela era a única diferente... era a única "lâmpada queimada".
 

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