quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

"O poeta é um fingidor,finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente." ( Fernando Pessoa)

Postado por Vanessa Kairalla às 2/12/2009 01:41:00 PM
Ando com vontade de escreve coisas sem nexo, sem elo, sem verdade, e não sei como fazer isso porque a cada passo que minha estúpida e lúcida cabeça dá, minha consciência - essa sim, maldita - me lembra de quão ridículo é tudo aquilo que escrevo ou jamais pensei em escrever.

Uma voz, minha própria voz, ecoa nojentamente por todos os cantos de minha cabeça me dizendo que não importa o quanto eu pense, escreva, diga ou faça, jamais serei tão boa quanto desejo, minto para mim mesma dizendo "Ora! Que bobagem!" ou "Isso é ótimo, pois jamais deixarei de me superar!", mas em seguida - assim, de sopetão - vem aquele estalo que me faz perceber que era só eu mesma, mais uma vez me enganando. E não para por aí, de forma alguma! Minha estúpida e ridícula consciência sempre me lembra de que não importa o quanto eu tente eu jamais escreverei como Shakespeare, ou como Fernando Pessoa, diz que não tenho talento nem para José das Couves que por vezes ousa escrever suas próprias cartas de amor à Mariazinha! Sempre chega sorrateira e me dá um tapa com luvas de pelica me dizendo que meu português é ruim, me falta organização e não sei me utilizar muito bem de parágrafos.

Daí então, revirando meu arquivo, por vezes falho, de bons escritores e sempre paro nessa mesma frase de Fernando Pessoa, nesse mesmo versos que me faz pensar que até mesmo alguém como eu pode ser um poeta, adormecido pela covardia da consciência. Pense bem, eu também finjo tão completamente, que finjo sentir uma dor, a dor que devo sentir... é basicamente dizer que estou vivendo no tédio pelo prazer da tortura Oswaldiana, pela necessidade de complicações prazerosamente doloridas, pela vontade da marca. E nessas horas penso eu "Lispector que se cuide!", afinal, qualquer é um o poeta de sua própria dor surreal.

E assim, sem notar, aquela dor que não passa de mais uma inverdade, vai sumindo levemente, assim como os ruídos e barulhos insuportáveis das cidades poluídas que passam à sinfonias orquestradas por Joãos e Marias, e conforme essa e aquela sensação ruim vão passando lenta e quase imperceptivelmente, a cabeça e o corpo vão implorando por mais sensações boas, transforma o terrível cheiro de vala e doce cheiro de flora, e aquelas ridículas construções acinzentadas viram lindas campinas verdes, o povo feio e maltratado se passa facilmente por realeza e, no fim dessa história, aquela dor imaginada some tão completamente que os antigos poetas fingidores deixam sua poesia para viver a sua incrível e repulsiva realidade, até outra dor - tão falsa quanto a anterior - venha bater à porta inesperadamente, em busca de um novo poeta.

Por isso, aqui, sentada em cima de um sofá embolorado e desconfortável de tédio, espero ouvir o som do fingimento poético a quem tanto aguardo, e depois de me satisfazer das delícias da boa escrita, vou poder - enfim - esperar o despertar de minh'alma para a minha incrível e repulsiva realidade, repleta das doces distorções surgidas da total ausência de minha própria consciência. ¦}

"O poeta é um fingidor,finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente." ( Fernando Pessoa)

Ando com vontade de escreve coisas sem nexo, sem elo, sem verdade, e não sei como fazer isso porque a cada passo que minha estúpida e lúcida cabeça dá, minha consciência - essa sim, maldita - me lembra de quão ridículo é tudo aquilo que escrevo ou jamais pensei em escrever.

Uma voz, minha própria voz, ecoa nojentamente por todos os cantos de minha cabeça me dizendo que não importa o quanto eu pense, escreva, diga ou faça, jamais serei tão boa quanto desejo, minto para mim mesma dizendo "Ora! Que bobagem!" ou "Isso é ótimo, pois jamais deixarei de me superar!", mas em seguida - assim, de sopetão - vem aquele estalo que me faz perceber que era só eu mesma, mais uma vez me enganando. E não para por aí, de forma alguma! Minha estúpida e ridícula consciência sempre me lembra de que não importa o quanto eu tente eu jamais escreverei como Shakespeare, ou como Fernando Pessoa, diz que não tenho talento nem para José das Couves que por vezes ousa escrever suas próprias cartas de amor à Mariazinha! Sempre chega sorrateira e me dá um tapa com luvas de pelica me dizendo que meu português é ruim, me falta organização e não sei me utilizar muito bem de parágrafos.

Daí então, revirando meu arquivo, por vezes falho, de bons escritores e sempre paro nessa mesma frase de Fernando Pessoa, nesse mesmo versos que me faz pensar que até mesmo alguém como eu pode ser um poeta, adormecido pela covardia da consciência. Pense bem, eu também finjo tão completamente, que finjo sentir uma dor, a dor que devo sentir... é basicamente dizer que estou vivendo no tédio pelo prazer da tortura Oswaldiana, pela necessidade de complicações prazerosamente doloridas, pela vontade da marca. E nessas horas penso eu "Lispector que se cuide!", afinal, qualquer é um o poeta de sua própria dor surreal.

E assim, sem notar, aquela dor que não passa de mais uma inverdade, vai sumindo levemente, assim como os ruídos e barulhos insuportáveis das cidades poluídas que passam à sinfonias orquestradas por Joãos e Marias, e conforme essa e aquela sensação ruim vão passando lenta e quase imperceptivelmente, a cabeça e o corpo vão implorando por mais sensações boas, transforma o terrível cheiro de vala e doce cheiro de flora, e aquelas ridículas construções acinzentadas viram lindas campinas verdes, o povo feio e maltratado se passa facilmente por realeza e, no fim dessa história, aquela dor imaginada some tão completamente que os antigos poetas fingidores deixam sua poesia para viver a sua incrível e repulsiva realidade, até outra dor - tão falsa quanto a anterior - venha bater à porta inesperadamente, em busca de um novo poeta.

Por isso, aqui, sentada em cima de um sofá embolorado e desconfortável de tédio, espero ouvir o som do fingimento poético a quem tanto aguardo, e depois de me satisfazer das delícias da boa escrita, vou poder - enfim - esperar o despertar de minh'alma para a minha incrível e repulsiva realidade, repleta das doces distorções surgidas da total ausência de minha própria consciência. ¦}
 

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