terça-feira, 26 de maio de 2009

Apaga tudo!

Postado por Vanessa Kairalla às 5/26/2009 02:04:00 PM
Com papel, lápis e uma - já gasta - borracha, comecei a jornada. Era, inicialmente, uma idéia de prazer, onde tudo o que já havia passado seria revisto com apenas meus olhos. Seria só de um ponto de vista e, certamente inquestionável. Estaria tudo certo, o meu certo.
Se o vento soprasse brando demais para os outros, pouco importaria, seria a minha tempestade. E somente eu a enfrentaria tão bravamente, daquela mesma forma de antes. Acontece que no meio dos meus pensamentos, de todos eles, eu achei que o meu ponto de vista sobre mim seria o deturpado, me favorecendo, me vangloriando dos meus imaginados feitos; na verdade não era. Nada era imaginado, e como isso doía. A minha personagem interpretada por mim era fraca, estúpida, mal educada, repleta de defeitos, exatamente igual à realidade. Meus olhos não eram mais vivos, tampouco mais bonitos. Meus cabelos não brilhavam mais, se quer eram mais lisos. Meu amor-próprio também era fictício, e minhas qualidades inexistentes.

Imaginei que o braço seria forte, capaz de atitudes hercúleas, mas era franzinos e sequer levantavam o mesmo lápis usado para escrever. As minhas tempestades eram devastadoras; as lágrimas começaram a escorrer diante de tamanha desgraça, e logo estava formada a minha enchente particular, e ela parecia sentir um prazer absurdo em me sufocar. Engoli litros de lágrimas até que, enfim, me afoguei, morrendo dolorosamente.

Senti que qualquer resquício de felicidade que pudesse estar presente em qualquer célula escondida de meu corpo, fugia e escapava com muita facilidade, por entre meus dedos, através de meus olhos, ouvidos ou boca, sumindo à cada respiração. Apertei meus braços e pernas e eram reais, o papel estava vazio, assim como eu. As letras se contorciam entre pequenas expressões de dor, os "ais" ficavam mais freqüentes, até que não mais me incomodavam.

Fechei os olhos com força, tomando o cuidado de esfregá-los bem forte antes de abri-los novamente, mas tudo estava embaçado demais. As cores escapavam para longe o mais rápido que podiam. E tudo que me rodeava morria rapidamente. O cheiro era tão podre quanto a aparência, era tudo desagradável aos sentidos. Nada prestava, e em nada eu era boa. Corria para todos os lados implorando ajuda, mas tudo o que eu tocava morria, e - antes que fosse perceptível - eu também já estava morta. Eu havia apodrecido, igual ao meu cenário macabro e solitário, e de dentro para fora.

O medo finalmente passava, e agora não era possível ouvir mais som algum, tudo estava sem cor, sem cheiro, sem vida. Minha pele era pálida e fria, meus olhos fundos e opacos e minha mente, agora, era inerte. O meu ponto de vista era realmente só meu.

Larguei o lápis. Peguei a borracha mínima e apaguei tudo.



(esqueçam... desisto de escrever... ahahaha)

Tenho uma nova teoria. Uma nova equação. Família + TPM = depressão profunda e amarga.

Implorando por um minuto de esquecimento.

Apaga tudo!

Com papel, lápis e uma - já gasta - borracha, comecei a jornada. Era, inicialmente, uma idéia de prazer, onde tudo o que já havia passado seria revisto com apenas meus olhos. Seria só de um ponto de vista e, certamente inquestionável. Estaria tudo certo, o meu certo.
Se o vento soprasse brando demais para os outros, pouco importaria, seria a minha tempestade. E somente eu a enfrentaria tão bravamente, daquela mesma forma de antes. Acontece que no meio dos meus pensamentos, de todos eles, eu achei que o meu ponto de vista sobre mim seria o deturpado, me favorecendo, me vangloriando dos meus imaginados feitos; na verdade não era. Nada era imaginado, e como isso doía. A minha personagem interpretada por mim era fraca, estúpida, mal educada, repleta de defeitos, exatamente igual à realidade. Meus olhos não eram mais vivos, tampouco mais bonitos. Meus cabelos não brilhavam mais, se quer eram mais lisos. Meu amor-próprio também era fictício, e minhas qualidades inexistentes.

Imaginei que o braço seria forte, capaz de atitudes hercúleas, mas era franzinos e sequer levantavam o mesmo lápis usado para escrever. As minhas tempestades eram devastadoras; as lágrimas começaram a escorrer diante de tamanha desgraça, e logo estava formada a minha enchente particular, e ela parecia sentir um prazer absurdo em me sufocar. Engoli litros de lágrimas até que, enfim, me afoguei, morrendo dolorosamente.

Senti que qualquer resquício de felicidade que pudesse estar presente em qualquer célula escondida de meu corpo, fugia e escapava com muita facilidade, por entre meus dedos, através de meus olhos, ouvidos ou boca, sumindo à cada respiração. Apertei meus braços e pernas e eram reais, o papel estava vazio, assim como eu. As letras se contorciam entre pequenas expressões de dor, os "ais" ficavam mais freqüentes, até que não mais me incomodavam.

Fechei os olhos com força, tomando o cuidado de esfregá-los bem forte antes de abri-los novamente, mas tudo estava embaçado demais. As cores escapavam para longe o mais rápido que podiam. E tudo que me rodeava morria rapidamente. O cheiro era tão podre quanto a aparência, era tudo desagradável aos sentidos. Nada prestava, e em nada eu era boa. Corria para todos os lados implorando ajuda, mas tudo o que eu tocava morria, e - antes que fosse perceptível - eu também já estava morta. Eu havia apodrecido, igual ao meu cenário macabro e solitário, e de dentro para fora.

O medo finalmente passava, e agora não era possível ouvir mais som algum, tudo estava sem cor, sem cheiro, sem vida. Minha pele era pálida e fria, meus olhos fundos e opacos e minha mente, agora, era inerte. O meu ponto de vista era realmente só meu.

Larguei o lápis. Peguei a borracha mínima e apaguei tudo.



(esqueçam... desisto de escrever... ahahaha)

Tenho uma nova teoria. Uma nova equação. Família + TPM = depressão profunda e amarga.

Implorando por um minuto de esquecimento.
 

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