sexta-feira, 25 de julho de 2008

Sendo para o direito o que se diz advogado do réu, serás para o povo o que se chama advogado do diabo.

Postado por Vanessa Kairalla às 7/25/2008 11:31:00 AM
Ontem resolvi reler algumas revistas VEJA!, afinal de contas não custa nada usufruir das vantagens da assinatura, peguei uma edição que continha uma reportagem que falava sobre Jacques Vergès - algo sobre um novo documentário seu - e logo ao fim da reportagem dizia a revista VEJA!: " Vergès, enfim, é a acepção literal de um "advogado do diabo" – aquele que se candidataria a defender o próprio, por gosto e convicção.", quando li isso na hora me pus brava.

Ora, entendo que não saber sobre os termos, a matéria, sobre o direito em si, trás as pessoas ideias erroneas sobre as coisas, mas não se trata sobre a matéria em si, nem sobre os termos se trata sobre a profissão. A revista VEJA! diz a frase transcrita supra após uma reportagem que comentou até mesmo sobre alguns dos clientes de Vergès, como por exemplo Slobodan Milosevic - famoso genocida - que enquanto presidente da Sérvia promoveu a batalha de Bósnia e Kosovo com a intenção Hitleriana de fazer uma limpeza étnica que ocasionou cerca de 250.000 mortes CIVIS, e - sem perder a chance - comentou sobre o novo cliente de Vergès, Klaus Barbie, um dos lideres da Gestapo que atuou em completa barbárie na França ocupada, conhecido como "Açougueiro de Lyon" foi diretamente responsável por 4.000 mortes.

A primeira vista, Vergès realmente não é o tipo de pessoa que se queira convidar a entrar para o seu rol de amigos íntimos, porém o que a revista VEJA! e todos as pessoas se esquecem é que, no que se tratar de direito, não se pode simplesmente ignorar àqueles que comentem crimes sórdidos e absurdo, não se trata de defende-los ou acusa-los, muito menos de livrá-los da condenação.
A figura do advogado não está aí para livrar os culpados de suas punições, tão menos para condená-los. Acontece que a função do advogado é apenas garantir que a punição aplicada ao seu cliente seja a mais justa, que não seja maior do que a que ele merece, mas não seja menor.

Pouco importa o quão bruto tenha sido o crime, pouco importa o quão desumano é o autor do crime, todos tem direito de ser auxiliado por um advogado, portanto, essa história de "advogado do diado" não torna ninguém melhor ou pior, é simples. O advogado poderá sempre ser qualquer um, mas o diabo é sempre o mesmo. O advogado não deve levar a fama de seu cliente e vice-e-versa. Eis que o advogado é o tradutor do cliente. O juiz é uma pessoa que fala uma língua desconhecida para o criminoso e o advogado é quem faz a tradução para os dois.
Dessa forma, detesto o fato das pessoas não entenderem (ou não quererem entender) que o advogado não é mais um criminoso tentando livrar seus comparsas, seja como for, minha revolta singela em um blog largado aos quatros ventos que vai mudar a visão mundial sobre ser o advogado do diabo ou o advogado de Deus, de qualquer forma, desabafos são apenas desabafos se não tiverem contraproposta, certo?!


Jacques Vergès

Slobodan Milosevic

Klaus Barbie

Sendo para o direito o que se diz advogado do réu, serás para o povo o que se chama advogado do diabo.

Ontem resolvi reler algumas revistas VEJA!, afinal de contas não custa nada usufruir das vantagens da assinatura, peguei uma edição que continha uma reportagem que falava sobre Jacques Vergès - algo sobre um novo documentário seu - e logo ao fim da reportagem dizia a revista VEJA!: " Vergès, enfim, é a acepção literal de um "advogado do diabo" – aquele que se candidataria a defender o próprio, por gosto e convicção.", quando li isso na hora me pus brava.

Ora, entendo que não saber sobre os termos, a matéria, sobre o direito em si, trás as pessoas ideias erroneas sobre as coisas, mas não se trata sobre a matéria em si, nem sobre os termos se trata sobre a profissão. A revista VEJA! diz a frase transcrita supra após uma reportagem que comentou até mesmo sobre alguns dos clientes de Vergès, como por exemplo Slobodan Milosevic - famoso genocida - que enquanto presidente da Sérvia promoveu a batalha de Bósnia e Kosovo com a intenção Hitleriana de fazer uma limpeza étnica que ocasionou cerca de 250.000 mortes CIVIS, e - sem perder a chance - comentou sobre o novo cliente de Vergès, Klaus Barbie, um dos lideres da Gestapo que atuou em completa barbárie na França ocupada, conhecido como "Açougueiro de Lyon" foi diretamente responsável por 4.000 mortes.

A primeira vista, Vergès realmente não é o tipo de pessoa que se queira convidar a entrar para o seu rol de amigos íntimos, porém o que a revista VEJA! e todos as pessoas se esquecem é que, no que se tratar de direito, não se pode simplesmente ignorar àqueles que comentem crimes sórdidos e absurdo, não se trata de defende-los ou acusa-los, muito menos de livrá-los da condenação.
A figura do advogado não está aí para livrar os culpados de suas punições, tão menos para condená-los. Acontece que a função do advogado é apenas garantir que a punição aplicada ao seu cliente seja a mais justa, que não seja maior do que a que ele merece, mas não seja menor.

Pouco importa o quão bruto tenha sido o crime, pouco importa o quão desumano é o autor do crime, todos tem direito de ser auxiliado por um advogado, portanto, essa história de "advogado do diado" não torna ninguém melhor ou pior, é simples. O advogado poderá sempre ser qualquer um, mas o diabo é sempre o mesmo. O advogado não deve levar a fama de seu cliente e vice-e-versa. Eis que o advogado é o tradutor do cliente. O juiz é uma pessoa que fala uma língua desconhecida para o criminoso e o advogado é quem faz a tradução para os dois.
Dessa forma, detesto o fato das pessoas não entenderem (ou não quererem entender) que o advogado não é mais um criminoso tentando livrar seus comparsas, seja como for, minha revolta singela em um blog largado aos quatros ventos que vai mudar a visão mundial sobre ser o advogado do diabo ou o advogado de Deus, de qualquer forma, desabafos são apenas desabafos se não tiverem contraproposta, certo?!


Jacques Vergès

Slobodan Milosevic

Klaus Barbie
 

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