sexta-feira, 19 de junho de 2009

A sensação das palavras.

Postado por Vanessa Kairalla às 6/19/2009 06:11:00 PM
As palavras são criadas a partir das impressões que elas passam. Quero dizer que, a palavra FEIÚRA nos passa uma sensação de algo desagradável aos olhos, o FEDOR, algo desagradável ao olfato, etc. As palavras descrevem exatamente aquilo o que elas querem nos dizer, por isso, embora muito claras, devem ser utilizadas com sabedoria, afinal, às vezes não devemos dizer exatamente o que queremos, e para isso, existem as palavras certas.

Em parte, fico feliz em saber que o direito à liberdade de expressão está sendo acariciada pelo governo que diz não ser mais necessário obter o diploma do curso superior em jornalismo para gritas aos quatro cantos pelas folhas de jornais e revistas. O problema é que a outra parte de mim, essa fica triste, pois sei o quanto o uso errado das palavras podem trazer um efeito inesperado para o bem e para mal. Acho o curso de jornalismo importante, justamente por isso, é lá que se aprende a sentir as palavras, a saber como elas vão repercutir na sociedade, dando assim menos margem de erro à má interpretação. Porém também acho que, para assuntos mais específicos, não é exatamente necessário esse tipo de diploma, ora, para falar de direito você tem que saber a linguagem do ramo jurídico apenas, bem como, para matérias sobre medicina é necessário saber a linguagem técnica da medicina, e assim segue.

As palavras têm poderes que podem ter efeitos devastadores, são tão poderosas que convencem, iludem, ludibriam, encantam, nos transformam. Não sei se concordo com a desnecessidade desse curso, mas sei que com certeza à uma salva ao direito à liberdade de expressão.


---
Raios, não me acostumo com a nossa nova ortografia

Depois escrevo algo interessante :)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Postado por Vanessa Kairalla às 6/17/2009 07:15:00 AM
louca. estressada. São as palavras do momento.
Sejam bem vindos à minha cabela enrolada!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Trechos.

Postado por Vanessa Kairalla às 6/08/2009 02:36:00 PM
Lembram? Estou tentando escrever um livro.
Não está bom, sei que não. Mas estou caminhando. Resolvi separar em capítulos, para me ajudar a não confundir demais ao longo das páginas. Aliás, tem apenas um capítulo e meio pronto.

Vou colocar o começo do segundo capítulo, por favor, me corrijam, me dêem idéias, dicas e se estiver chato demais, me mandem parar! Obrigada :D

"II- CAINDO NA TEIA DOS SONHOS.

Estava abafado demais para permanecer dentro da tenda do circo itinerante, foi assim que decidiu se esgueirar até a porta em busca de ar fresco. A cada passo em direção a porta Abigail crescia mais e mais, e quando finalmente chegava ao lado de fora estava tão alta que precisava se agachar para passar pelas árvores cobertas de flores, algo que parecia não lhe importar. O calor só parecia aumentar, mesmo agora que estava do lado de fora, longe daquela lona grossa e pesada, então continuou a buscar um local mais fresco e arejado para recostar.

Foi, então, para debaixo de um imenso arco-íris que faiscava suas cores fortes e brilhantes no céu. Sentou ao lado de um pequeno pote dourado que reluzia – tão forte que parecia cegá-la – admirando sua bela vista do arco-íris flamejante no céu, Abigail então segurou um gravetinho – minúsculo em sua mão – e começou a arrastar pequenas nuvens, contornando-as, moldando-as, as fazendo parecer o que quisesse. Ora um coelho, ora uma caveira, da maneira que bem entendia ela brincava com aqueles pequenos pedaços de algodão.

– Mademoiselle! Está na hora – vinha gritando um palhaço desajeitado chamando a atenção de Abigail, que não fazia idéia do que se tratava.

– Hora? Hora de que? – perguntava a menina sem saber o que deveria fazer.

– Não seja tola mademoiselle! Está na hora da apresentação, vamos daminha! – dizia o palhaço fazendo estripulias.

O corpinho cheio e macio de Abigail levantou-se sem que seu cérebro o mandasse fazê-lo, e com apenas dois passos estava posta ao lado do – agora irritante – palhaço. Seu corpo movia-se sem que ela quisesse e em instantes a levara para uma parte do picadeiro onde o sol não a alcançava, e agora estava em seu tamanho normal. De repente duas mulheres ridiculamente lindas entraram e começaram a ajeitá-la para o espetáculo que ocorreria em um breve espaço de tempo. Antes que pudesse perceber estava maquiada, com roupas dignas de uma rainha, seu vestidinho era de seda branca, tão macia que tocava delicado sua pela tomada de feridinhas próprias de quem aprontava demais.

“Respeitável público!”, ouvia o Mestre de Cerimônia apresentando o próximo espetáculo enquanto era empurrada por entre os meios da lona escura e mal cheirosa que dividia o picadeiro.

– Onde estão me levando? O que devo fazer? Esperem! Estão me confundindo! – esbravejava Abigail que tinha seu corpo totalmente desvencilhado de seu cérebro.

Enquanto caminhava Abigail sentia uma sensação terrivelmente única, seu corpo vibrava de uma felicidade cruel, mas sua cabeça chorava de dor e tristeza, como se ela soubesse que o corpinho miúdo e infantil de Abigail estava a levando para um caminho sofrido e sem volta. Era como se fossem independentes, a cabeça era sensata, prudente, já o corpo era moleque, despreocupado e completamente impulsivo, e um não ligava para o outro. Como se o corpo ansiasse por aventura, enquanto a cabeça implorava pela sabedoria e cautela.

– Para onde vou? O que devo fazer? – perguntava tão confusa com a explosão de perguntas que sua cabeça formulava que mal sabia quando era sua boca e quando era sua mente falando.

– Vamos depressa daminha! A mademoiselle não pode se atrasar! Todos a esperam! Vamos, vamos! – diziam as duas mulheres que a ajudaram a se ornar.

Não demorou até que Abigail chegasse ao centro do palco redondo onde havia uma grande poltrona tão branca quanto seu impecável vestidinho de seda indiana, era acolchoada e revestida dum veludo macio, parecido com a pelugem de um leão albino. Quando se aproximou da poltrona pode ouvir os murmúrios inquietantes da platéia alvoroçada para ver o número o qual Abigail fazia parte."



(...)


Estou testando minha própria paciência. E não estou indo muito longe com isso. Preciso aprender a ser paciente. Mas a ansiedade é mais forte, bem como o tempo é mais forte a que a vontade... "Ah! Vamos Vanessa! Vamos! Não seja impaciente!", diz minha cabeça. "Já sei! Já ouvi! Sou paciente! Sou! Vamos logo com isso!", pensa meu coração! É um pé de guerra único, é um pé de guerra meu. E o ponto de choque entre minha cabeça e meu coração fica bem no meio da boca. Daí eu desembesto, falo demais, falo o tempo todo, encho todos com a minha cabeça cheia de caraminholas, minha boca cheia de palavras e meu coração cheio de vontades. Ai que confusão é esse meu pobre corpo humano!


Definitivamente, digna de realeza!


beijos meus corações ;*

Susto!

Postado por Vanessa Kairalla às 6/08/2009 01:28:00 PM
Gente!
Ontem eu resolvi dormir no sofá da sala, porque eu enjoei de dormir no quarto. Daí eu estava tendo um sonho legal até... mas não lembro dele direito, porque quando deu umas 3 da manhã eu ouvi um barulho MUITO, mas MUITO alto. Sério, muito alto mesmo.
Acordei assustada. Um acidente.

Fui até a varanda para ver, pois pensei logo na minha irmã que tinha saído, mas ela já havia chegado e eu não tinha visto. Continuei na varanda, preocupada, e se alguém estivesse muito ferido?
Em poucos minutos muitas pessoas, surgidas do nada, cercavam o local do acidente. Como se fosse um enxame de abelhas cercando um animal invasor de colméia.

O motorista havia virado em alta velocidade na esquina da minha casa, batera na lateral de três carros estacionados na minha rua, ultrapassou o canteiro da avenida atingindo mais dois carros estacionados no outro lado da praia, colidindo com mais um - afinal, estava na contra mão -, deixou um dos dois carros (que pertencia a um vizinho meu) por cima da calçada completamente amassado.
Pelo que pudemos notar - eu e minha irmã, que agora estava acorda e também assustada - o motorista ficou por um tempo desmaiado por cima do volante, uma vez que a buzina estava disparada, como se algo estivesse a apertando constantemente.
Depois ouvimos dizer que ele estava bêbado, sacou uma arma e ameaçou o rapaz do meu prédio que foi desesperado olhar seu carro. Mas acho que não era um fato muito real, quero dizer, pelo menos sobre a arma...

Apenas vinte minutos depois a CET, os bombeiros e a policia chegaram para dar assistência.

Ouvi minha sobrinha chorar e entrei, minha irmã veio logo atrás. Resolvi não voltar mais para a varanda, mas acho que - por sorte - ninguém se machucou. Isso me deixou mais aliviada.

Só sei que passei um baita SUSTO!




---




Comentário:

Notem como funcionam as coisas... Todos os dias morrem milhares de pessoas no mundo por conta de acidente de trânsito, e somente os mais próximos ligam para tal tragédia, mas, quando se trata de um acidente aéreo, é sempre muito mais traumatizante. Quero dizer, o fato de quase trezentas pessoas morrerem juntas em condições tão inevitáveis torna a morte, sem dúvida, cruel demais.

Vejam bem, o acidente com o Airbus da Air France foi tão trágico quanto qualquer outro acidente que dê ensejo à vítimas. Acharam apenas 16 corpos, e isso, é ainda mais triste, pois imagino que os parentes, familiares, amigos, estejam todos arrasados e, pior do que saber da morte de um ente querido, é não ter certeza dessa morte, ou melhor, não ver o corpo morto de seu ente amado. Acontece que quando vemos o corpo morto, nos obrigamos a aceitar que aquilo aconteceu. Mas quando não temos o corpo para lamentar, a esperança fica latente, gritando, explodindo, querendo escapar do peito. O coração bate forte a cada notificação de mais um corpo encontrado, e quando não é o corpo esperado, o coração vai parar na boca, que se controlar para não vomitar toda aquela ansiedade.

É sempre trágico. A perda nunca é boa. Mas com certeza, pior do que a perda, é a esperança que não se acaba, mesmo quando tudo indica que àqueles presentes no vôo não voltarão mais em vida.

Eu sinto, de verdade, por todos aqueles que estavam no vôo AF 447, e sinto igualmente por aqueles que tiveram pedaços de si desmanchados pelo mesmo vôo.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Grilo falante...

Postado por Vanessa Kairalla às 6/05/2009 03:28:00 PM
Gosto de pseudônimos. Eles erram e não levam a culpa por nada, acertam e ainda sim te dão o prazer do orgulho próprio pela fama, esbravejam sem serem cobrados pela ausência da educação, e ainda sim, quando choramingam suas tristezas, sentem o carinho dos que lhe aconselham tocando n'alma. Os pseudônimos são a consciência reprimida, o super-ego que brada aos ventos aquilo que inconscientemente não deixamos escapar pelos lábios que apertamos antes mesmo de pensar naquilo que - sabemos - nunca diremos.

Os pseudônimos não possuem aquilo que chamamos de várias formas, aquela coisa que - para as crianças - foi ilustrada como o Grilo Falante para Pinocchio, que os novos conformistas chamam de Trato Social, e que - o resto do mundo - chama de consciência. Alcunhas nos dão a liberdades que sequer imaginamos. Sem epitetos não temos românticos, sonhadores, corajosos. Afinal, não se trata de ausência de coragem temer aquilo que pode ser punido, é apenas auto-preservação. Agir com temeridade quando se está revestido de uma camada protetora tão inquebrável é muito mais aceitável. É certo que o velho ditado diga para não agir com temeridade e sim com coragem, uma vez que a primeira é afoita, enquanto a segunda é prudente, mas de certo todos somos, mesmo que no fundo, ousados e imprudentes demais para sermos corajosos.

Utilizar-se de algo que não é seu, nem de ninguém, para abrir portas que escondem toneladas de insultos não proferidos, elogios que não viram oportunidade para escapar por entre os lábios, brados raivosos que não puderam bloqueados pela parede da educação chamada de educação de berço; nunca é algo errado demais. Afinal, quantas não foram as vezes que brilhou nos olhos um desejo incontrolável de despejar algumas infinidades de estupidez e grosseria em cima de outrem? Esses desejos são comuns à todos, ele devem ser. Pois não há no mundo quem jamais passou por situação que abalasse sua estrutura física ou mental. Mas, todos somos educados, todos temos que engolir algumas coisas que não nos agradam, pois não queremos decepcionar nossas fontes criadoras, afinal, elas são nossos pilares, e a decepção corrói.

Seja como for, desejo uma alcunha, e que só ela carregue minha má fama.

# ________.


Não tentem entender, talvez nem eu entenda hahaha :D



Bem, sabem quando desperta - quase de repente - aquela terrível vontade de salvar o mundo? Quero dizer... Não exatamente de salvá-lo, mas sim carregá-lo nas costas, sabem?! Pois bem, mais uma vez fui atingida. Andei doando alguns trocados, muitas roupas, participando de movimentos (de longe) para salvarmos o que ainda resta do nosso pobre maravilhoso meio ambiente, e todo o tipo de coisa que posso. Não tenho ficado tempo demais no banho, continuo separando o lixo reciclável (e minha empregada continua juntado tudo o que eu separei), tenho andado mais a pé e estou decidida a criar uma ONG, agora só me falta um tema concreto, pois tudo o que penso abrange coisa demais, tenho que ser mais especifica.

Acho que ganhei meu próprio Grilo Falante. E estou feliz com ele. Tenho ajudado mais as pessoas na rua, para para escutá-las, mesmo quando não tenho dinheiro para dar em troca. Bom, é claro que isso aumenta o risco de me assaltarem, mas com certeza, das vezes que não me assaltaram fiquei muito feliz - exceto pelo velhinho que vende lenços de papel no Gonzaga que jogou uma caixa de lenços na minha cara e me chamou de pobre desgraçada, mas isso não vem ao caso -, o importante é: estou finalmente me sentindo importante. Fui votar no novo conselheiro tutelar e, mesmo sem estudar, estou melhorando na faculdade. Não sei como, nem por que, mas minha concentração para algumas coisas melhorou muito - para outras não só não melhorou, como está pior -, minha memória continua ruim e estou fazendo questão de sorrir mais para as pessoas na rua. Algumas não gostam, outras ignoram, alguns fazem cara de nojo, outros me acham louca e alguns - poucos e raros - me sorriem de volta. Vou continuar tentando, quem sabe um dia a cidade de Santos se torne a mais cortês e feliz e eu terei orgulho de saber que eu posso ter ajudado um pouco nisso!
Estou tentando ignorar aquilo de me irrita, para não forçar a criação de uma alcunha precoce, e estou tentando absorver as coisas que me agradam. Descobri que amo todas as pessoas, exatamente todas, e por isso, às vezes, penso em odiá-las. Gosto de observá-las, gosto do cheiro das pessoas, das cores, da imagem delas, das vozes, de tudo nelas. Acho que estou vivendo em uma casa de bonecas no tamanho real, e estou amando. Não consigo achar mais nenhum ser humano que vejo feio, são todos tão diferentes e peculiares, que não consigo me encantar.
Aliás, tenho evitado o espelho, ele me lembra que ler revista para adolescentes dos 13 aos 15 anos não me fez bem. Depois de muitas Caprichos, Atrevidas, e outras revistas das quais nem lembro mais o nome, descobri que elas te destroem por dentro, sugam sua auto-estima e fazem seu amor-próprio despedaçar em pedaços ínfimos e irrecuperáveis. Bem, como eu já não era provida de grandes auto-estima e amor-próprio, a irrecuperabilidade se tornou infinitas vezes maior. Mas não ligo. Toda regra tem exceções, e eu sou a exceção a minha própria regra de que não consigo achar as pessoas feias. Até porque, ultimamente não tenho gostado de algumas atitudes que venho tomando e, meu Grilo Falante que me perdoe, mas tenho que me policiar mais.
Descobri que amo quase todas as ciências e vou querer estudar muitas coisas diferentes até o dia da minha, enfim, morte. Quero saber mais do que jamais saberei à vida toda. Estou mais eclética com tudo, e isso é bom. Quero dizer, antes eu pensavam "Ah! Ecléticos amam tudo, e quem ama tudo não tem tempo para amar nada direito!" e, acreditem em mim, eu estava errada! Ser eclética é uma delicia! Se você quiser você pode experimentar de tudo um pouco e depois apenas não repete aquilo que não te agrada, imagino que é um efeito muito próximo das drogas, mas ser eclética com certeza não vai destruir meu corpo a longo prazo.
Resumo do post: De bem comigo e com a vida, mais uma vez! :)


Observações:
1. Preciso reduzir meus posts.
2. Preciso reler o que eu escrevo.
3. Não reparem nos excessivos erros, digamos que eu andei brigando com o bom e velho português ;P


Beijos pessoas maravilhosas que, com certeza, eu adoro. :*

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Se assustou e, num pulo, pôs o pé sem querer naquele mundo que era e não era seu...

Postado por Vanessa Kairalla às 6/01/2009 04:00:00 PM
Esfregava e abria com força os olhos. Não conseguia acreditar, mas era tudo muito real - o beliscão que dera em si doía demais para não ser real. Os ouvidos estavam atentos, assim como os olhos, as mãos e o nariz. É, era mesmo real.

Era capaz de ver a música tocando, as notas corriam como crianças que brincam de pega-pega, os tons graves eram vozes grossas de pai repreendendo, os agudos eram mães murmurando palavras doces. Sua mãos eram capazes de pegar os cheiros, e eram muitos. O cheiro do caramelo era pegajoso e melado, mergulhava as mãos até os cotovelos no crítico do limão, e podia até mesmo banhar-se completamente no delicioso cheiro da manga depositada na banca de frutas do outro lado da rua. Era tudo mágico demais. E como era!
Sentia gostos, cheiros, ouvia, tocava, tudo era sentido, e tudo era sentimento. Pensou que teria uma overdose deliciosa de emoção, e estava preparada para isso, aliás, nunca esteve preparada para nada, nunca em toda a sua vida, até aquele momento. Não sabia o que faria, mas sabia que faria algo, dessa vez tinha de fazer.

Sentiu de repente algo tomar-lhe debaixo para cima com muita força, era intenso e estranho. Num susto deu um pulo para frente colocando, sem querer, o pé naquele mundo que era e não era seu. Em muito se parecia com seu mundo, as ruas eram iguais, as lojas eram as mesmas e nos mesmos lugares, as árvores eram tão verdes e resplandecentes ao sol quanto as de seu mundo, mas eram diferentes. Olhou para os pés tentando enxergar o que lhe assustara, mas nada via. Quando olhou de volta para frente, finalmente, percebeu que não haviam pessoas ali - exceto por ela mesma -, não haviam sequer animais, fazendo um sentimento forte de solidão surgir e tomar conta do coração, que logo se afundou nas lágrimas que não conseguiram escapar pelos olhos.
A tristeza invadiu - ao mesmo tempo - ela e esse mundo estranho, que logo se encontrou em tons cinzas e azulados, com nuvens carregadas que indicavam uma tempestade terrível. Foi tão simultâneo, tão inesperado quanto aquele sentimento que lhe atingiu, e então ela percebeu: esse mundo - que era e não era seu - era ela, esse era o mundo dela. Logo seu coração - que por pouco não se afogara - estava seco e flutuando com a leveza de uma fada, novamente, no mesmo instante, o tempo clareou, as nuvens foram embora e o sol brilhou; agora tudo resplandecia, bem como ela própria.

Deu mais alguns passos para frente, e foi correndo se perdendo nas profundezas de sua própria felicidade.



***

Apenas deu vontade de escrever. Nada à reclamar ou a comentar.
beijos :*

A sensação das palavras.

As palavras são criadas a partir das impressões que elas passam. Quero dizer que, a palavra FEIÚRA nos passa uma sensação de algo desagradável aos olhos, o FEDOR, algo desagradável ao olfato, etc. As palavras descrevem exatamente aquilo o que elas querem nos dizer, por isso, embora muito claras, devem ser utilizadas com sabedoria, afinal, às vezes não devemos dizer exatamente o que queremos, e para isso, existem as palavras certas.

Em parte, fico feliz em saber que o direito à liberdade de expressão está sendo acariciada pelo governo que diz não ser mais necessário obter o diploma do curso superior em jornalismo para gritas aos quatro cantos pelas folhas de jornais e revistas. O problema é que a outra parte de mim, essa fica triste, pois sei o quanto o uso errado das palavras podem trazer um efeito inesperado para o bem e para mal. Acho o curso de jornalismo importante, justamente por isso, é lá que se aprende a sentir as palavras, a saber como elas vão repercutir na sociedade, dando assim menos margem de erro à má interpretação. Porém também acho que, para assuntos mais específicos, não é exatamente necessário esse tipo de diploma, ora, para falar de direito você tem que saber a linguagem do ramo jurídico apenas, bem como, para matérias sobre medicina é necessário saber a linguagem técnica da medicina, e assim segue.

As palavras têm poderes que podem ter efeitos devastadores, são tão poderosas que convencem, iludem, ludibriam, encantam, nos transformam. Não sei se concordo com a desnecessidade desse curso, mas sei que com certeza à uma salva ao direito à liberdade de expressão.


---
Raios, não me acostumo com a nossa nova ortografia

Depois escrevo algo interessante :)
louca. estressada. São as palavras do momento.
Sejam bem vindos à minha cabela enrolada!

Trechos.

Lembram? Estou tentando escrever um livro.
Não está bom, sei que não. Mas estou caminhando. Resolvi separar em capítulos, para me ajudar a não confundir demais ao longo das páginas. Aliás, tem apenas um capítulo e meio pronto.

Vou colocar o começo do segundo capítulo, por favor, me corrijam, me dêem idéias, dicas e se estiver chato demais, me mandem parar! Obrigada :D

"II- CAINDO NA TEIA DOS SONHOS.

Estava abafado demais para permanecer dentro da tenda do circo itinerante, foi assim que decidiu se esgueirar até a porta em busca de ar fresco. A cada passo em direção a porta Abigail crescia mais e mais, e quando finalmente chegava ao lado de fora estava tão alta que precisava se agachar para passar pelas árvores cobertas de flores, algo que parecia não lhe importar. O calor só parecia aumentar, mesmo agora que estava do lado de fora, longe daquela lona grossa e pesada, então continuou a buscar um local mais fresco e arejado para recostar.

Foi, então, para debaixo de um imenso arco-íris que faiscava suas cores fortes e brilhantes no céu. Sentou ao lado de um pequeno pote dourado que reluzia – tão forte que parecia cegá-la – admirando sua bela vista do arco-íris flamejante no céu, Abigail então segurou um gravetinho – minúsculo em sua mão – e começou a arrastar pequenas nuvens, contornando-as, moldando-as, as fazendo parecer o que quisesse. Ora um coelho, ora uma caveira, da maneira que bem entendia ela brincava com aqueles pequenos pedaços de algodão.

– Mademoiselle! Está na hora – vinha gritando um palhaço desajeitado chamando a atenção de Abigail, que não fazia idéia do que se tratava.

– Hora? Hora de que? – perguntava a menina sem saber o que deveria fazer.

– Não seja tola mademoiselle! Está na hora da apresentação, vamos daminha! – dizia o palhaço fazendo estripulias.

O corpinho cheio e macio de Abigail levantou-se sem que seu cérebro o mandasse fazê-lo, e com apenas dois passos estava posta ao lado do – agora irritante – palhaço. Seu corpo movia-se sem que ela quisesse e em instantes a levara para uma parte do picadeiro onde o sol não a alcançava, e agora estava em seu tamanho normal. De repente duas mulheres ridiculamente lindas entraram e começaram a ajeitá-la para o espetáculo que ocorreria em um breve espaço de tempo. Antes que pudesse perceber estava maquiada, com roupas dignas de uma rainha, seu vestidinho era de seda branca, tão macia que tocava delicado sua pela tomada de feridinhas próprias de quem aprontava demais.

“Respeitável público!”, ouvia o Mestre de Cerimônia apresentando o próximo espetáculo enquanto era empurrada por entre os meios da lona escura e mal cheirosa que dividia o picadeiro.

– Onde estão me levando? O que devo fazer? Esperem! Estão me confundindo! – esbravejava Abigail que tinha seu corpo totalmente desvencilhado de seu cérebro.

Enquanto caminhava Abigail sentia uma sensação terrivelmente única, seu corpo vibrava de uma felicidade cruel, mas sua cabeça chorava de dor e tristeza, como se ela soubesse que o corpinho miúdo e infantil de Abigail estava a levando para um caminho sofrido e sem volta. Era como se fossem independentes, a cabeça era sensata, prudente, já o corpo era moleque, despreocupado e completamente impulsivo, e um não ligava para o outro. Como se o corpo ansiasse por aventura, enquanto a cabeça implorava pela sabedoria e cautela.

– Para onde vou? O que devo fazer? – perguntava tão confusa com a explosão de perguntas que sua cabeça formulava que mal sabia quando era sua boca e quando era sua mente falando.

– Vamos depressa daminha! A mademoiselle não pode se atrasar! Todos a esperam! Vamos, vamos! – diziam as duas mulheres que a ajudaram a se ornar.

Não demorou até que Abigail chegasse ao centro do palco redondo onde havia uma grande poltrona tão branca quanto seu impecável vestidinho de seda indiana, era acolchoada e revestida dum veludo macio, parecido com a pelugem de um leão albino. Quando se aproximou da poltrona pode ouvir os murmúrios inquietantes da platéia alvoroçada para ver o número o qual Abigail fazia parte."



(...)


Estou testando minha própria paciência. E não estou indo muito longe com isso. Preciso aprender a ser paciente. Mas a ansiedade é mais forte, bem como o tempo é mais forte a que a vontade... "Ah! Vamos Vanessa! Vamos! Não seja impaciente!", diz minha cabeça. "Já sei! Já ouvi! Sou paciente! Sou! Vamos logo com isso!", pensa meu coração! É um pé de guerra único, é um pé de guerra meu. E o ponto de choque entre minha cabeça e meu coração fica bem no meio da boca. Daí eu desembesto, falo demais, falo o tempo todo, encho todos com a minha cabeça cheia de caraminholas, minha boca cheia de palavras e meu coração cheio de vontades. Ai que confusão é esse meu pobre corpo humano!


Definitivamente, digna de realeza!


beijos meus corações ;*

Susto!

Gente!
Ontem eu resolvi dormir no sofá da sala, porque eu enjoei de dormir no quarto. Daí eu estava tendo um sonho legal até... mas não lembro dele direito, porque quando deu umas 3 da manhã eu ouvi um barulho MUITO, mas MUITO alto. Sério, muito alto mesmo.
Acordei assustada. Um acidente.

Fui até a varanda para ver, pois pensei logo na minha irmã que tinha saído, mas ela já havia chegado e eu não tinha visto. Continuei na varanda, preocupada, e se alguém estivesse muito ferido?
Em poucos minutos muitas pessoas, surgidas do nada, cercavam o local do acidente. Como se fosse um enxame de abelhas cercando um animal invasor de colméia.

O motorista havia virado em alta velocidade na esquina da minha casa, batera na lateral de três carros estacionados na minha rua, ultrapassou o canteiro da avenida atingindo mais dois carros estacionados no outro lado da praia, colidindo com mais um - afinal, estava na contra mão -, deixou um dos dois carros (que pertencia a um vizinho meu) por cima da calçada completamente amassado.
Pelo que pudemos notar - eu e minha irmã, que agora estava acorda e também assustada - o motorista ficou por um tempo desmaiado por cima do volante, uma vez que a buzina estava disparada, como se algo estivesse a apertando constantemente.
Depois ouvimos dizer que ele estava bêbado, sacou uma arma e ameaçou o rapaz do meu prédio que foi desesperado olhar seu carro. Mas acho que não era um fato muito real, quero dizer, pelo menos sobre a arma...

Apenas vinte minutos depois a CET, os bombeiros e a policia chegaram para dar assistência.

Ouvi minha sobrinha chorar e entrei, minha irmã veio logo atrás. Resolvi não voltar mais para a varanda, mas acho que - por sorte - ninguém se machucou. Isso me deixou mais aliviada.

Só sei que passei um baita SUSTO!




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Comentário:

Notem como funcionam as coisas... Todos os dias morrem milhares de pessoas no mundo por conta de acidente de trânsito, e somente os mais próximos ligam para tal tragédia, mas, quando se trata de um acidente aéreo, é sempre muito mais traumatizante. Quero dizer, o fato de quase trezentas pessoas morrerem juntas em condições tão inevitáveis torna a morte, sem dúvida, cruel demais.

Vejam bem, o acidente com o Airbus da Air France foi tão trágico quanto qualquer outro acidente que dê ensejo à vítimas. Acharam apenas 16 corpos, e isso, é ainda mais triste, pois imagino que os parentes, familiares, amigos, estejam todos arrasados e, pior do que saber da morte de um ente querido, é não ter certeza dessa morte, ou melhor, não ver o corpo morto de seu ente amado. Acontece que quando vemos o corpo morto, nos obrigamos a aceitar que aquilo aconteceu. Mas quando não temos o corpo para lamentar, a esperança fica latente, gritando, explodindo, querendo escapar do peito. O coração bate forte a cada notificação de mais um corpo encontrado, e quando não é o corpo esperado, o coração vai parar na boca, que se controlar para não vomitar toda aquela ansiedade.

É sempre trágico. A perda nunca é boa. Mas com certeza, pior do que a perda, é a esperança que não se acaba, mesmo quando tudo indica que àqueles presentes no vôo não voltarão mais em vida.

Eu sinto, de verdade, por todos aqueles que estavam no vôo AF 447, e sinto igualmente por aqueles que tiveram pedaços de si desmanchados pelo mesmo vôo.

Grilo falante...

Gosto de pseudônimos. Eles erram e não levam a culpa por nada, acertam e ainda sim te dão o prazer do orgulho próprio pela fama, esbravejam sem serem cobrados pela ausência da educação, e ainda sim, quando choramingam suas tristezas, sentem o carinho dos que lhe aconselham tocando n'alma. Os pseudônimos são a consciência reprimida, o super-ego que brada aos ventos aquilo que inconscientemente não deixamos escapar pelos lábios que apertamos antes mesmo de pensar naquilo que - sabemos - nunca diremos.

Os pseudônimos não possuem aquilo que chamamos de várias formas, aquela coisa que - para as crianças - foi ilustrada como o Grilo Falante para Pinocchio, que os novos conformistas chamam de Trato Social, e que - o resto do mundo - chama de consciência. Alcunhas nos dão a liberdades que sequer imaginamos. Sem epitetos não temos românticos, sonhadores, corajosos. Afinal, não se trata de ausência de coragem temer aquilo que pode ser punido, é apenas auto-preservação. Agir com temeridade quando se está revestido de uma camada protetora tão inquebrável é muito mais aceitável. É certo que o velho ditado diga para não agir com temeridade e sim com coragem, uma vez que a primeira é afoita, enquanto a segunda é prudente, mas de certo todos somos, mesmo que no fundo, ousados e imprudentes demais para sermos corajosos.

Utilizar-se de algo que não é seu, nem de ninguém, para abrir portas que escondem toneladas de insultos não proferidos, elogios que não viram oportunidade para escapar por entre os lábios, brados raivosos que não puderam bloqueados pela parede da educação chamada de educação de berço; nunca é algo errado demais. Afinal, quantas não foram as vezes que brilhou nos olhos um desejo incontrolável de despejar algumas infinidades de estupidez e grosseria em cima de outrem? Esses desejos são comuns à todos, ele devem ser. Pois não há no mundo quem jamais passou por situação que abalasse sua estrutura física ou mental. Mas, todos somos educados, todos temos que engolir algumas coisas que não nos agradam, pois não queremos decepcionar nossas fontes criadoras, afinal, elas são nossos pilares, e a decepção corrói.

Seja como for, desejo uma alcunha, e que só ela carregue minha má fama.

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Não tentem entender, talvez nem eu entenda hahaha :D



Bem, sabem quando desperta - quase de repente - aquela terrível vontade de salvar o mundo? Quero dizer... Não exatamente de salvá-lo, mas sim carregá-lo nas costas, sabem?! Pois bem, mais uma vez fui atingida. Andei doando alguns trocados, muitas roupas, participando de movimentos (de longe) para salvarmos o que ainda resta do nosso pobre maravilhoso meio ambiente, e todo o tipo de coisa que posso. Não tenho ficado tempo demais no banho, continuo separando o lixo reciclável (e minha empregada continua juntado tudo o que eu separei), tenho andado mais a pé e estou decidida a criar uma ONG, agora só me falta um tema concreto, pois tudo o que penso abrange coisa demais, tenho que ser mais especifica.

Acho que ganhei meu próprio Grilo Falante. E estou feliz com ele. Tenho ajudado mais as pessoas na rua, para para escutá-las, mesmo quando não tenho dinheiro para dar em troca. Bom, é claro que isso aumenta o risco de me assaltarem, mas com certeza, das vezes que não me assaltaram fiquei muito feliz - exceto pelo velhinho que vende lenços de papel no Gonzaga que jogou uma caixa de lenços na minha cara e me chamou de pobre desgraçada, mas isso não vem ao caso -, o importante é: estou finalmente me sentindo importante. Fui votar no novo conselheiro tutelar e, mesmo sem estudar, estou melhorando na faculdade. Não sei como, nem por que, mas minha concentração para algumas coisas melhorou muito - para outras não só não melhorou, como está pior -, minha memória continua ruim e estou fazendo questão de sorrir mais para as pessoas na rua. Algumas não gostam, outras ignoram, alguns fazem cara de nojo, outros me acham louca e alguns - poucos e raros - me sorriem de volta. Vou continuar tentando, quem sabe um dia a cidade de Santos se torne a mais cortês e feliz e eu terei orgulho de saber que eu posso ter ajudado um pouco nisso!
Estou tentando ignorar aquilo de me irrita, para não forçar a criação de uma alcunha precoce, e estou tentando absorver as coisas que me agradam. Descobri que amo todas as pessoas, exatamente todas, e por isso, às vezes, penso em odiá-las. Gosto de observá-las, gosto do cheiro das pessoas, das cores, da imagem delas, das vozes, de tudo nelas. Acho que estou vivendo em uma casa de bonecas no tamanho real, e estou amando. Não consigo achar mais nenhum ser humano que vejo feio, são todos tão diferentes e peculiares, que não consigo me encantar.
Aliás, tenho evitado o espelho, ele me lembra que ler revista para adolescentes dos 13 aos 15 anos não me fez bem. Depois de muitas Caprichos, Atrevidas, e outras revistas das quais nem lembro mais o nome, descobri que elas te destroem por dentro, sugam sua auto-estima e fazem seu amor-próprio despedaçar em pedaços ínfimos e irrecuperáveis. Bem, como eu já não era provida de grandes auto-estima e amor-próprio, a irrecuperabilidade se tornou infinitas vezes maior. Mas não ligo. Toda regra tem exceções, e eu sou a exceção a minha própria regra de que não consigo achar as pessoas feias. Até porque, ultimamente não tenho gostado de algumas atitudes que venho tomando e, meu Grilo Falante que me perdoe, mas tenho que me policiar mais.
Descobri que amo quase todas as ciências e vou querer estudar muitas coisas diferentes até o dia da minha, enfim, morte. Quero saber mais do que jamais saberei à vida toda. Estou mais eclética com tudo, e isso é bom. Quero dizer, antes eu pensavam "Ah! Ecléticos amam tudo, e quem ama tudo não tem tempo para amar nada direito!" e, acreditem em mim, eu estava errada! Ser eclética é uma delicia! Se você quiser você pode experimentar de tudo um pouco e depois apenas não repete aquilo que não te agrada, imagino que é um efeito muito próximo das drogas, mas ser eclética com certeza não vai destruir meu corpo a longo prazo.
Resumo do post: De bem comigo e com a vida, mais uma vez! :)


Observações:
1. Preciso reduzir meus posts.
2. Preciso reler o que eu escrevo.
3. Não reparem nos excessivos erros, digamos que eu andei brigando com o bom e velho português ;P


Beijos pessoas maravilhosas que, com certeza, eu adoro. :*

Se assustou e, num pulo, pôs o pé sem querer naquele mundo que era e não era seu...

Esfregava e abria com força os olhos. Não conseguia acreditar, mas era tudo muito real - o beliscão que dera em si doía demais para não ser real. Os ouvidos estavam atentos, assim como os olhos, as mãos e o nariz. É, era mesmo real.

Era capaz de ver a música tocando, as notas corriam como crianças que brincam de pega-pega, os tons graves eram vozes grossas de pai repreendendo, os agudos eram mães murmurando palavras doces. Sua mãos eram capazes de pegar os cheiros, e eram muitos. O cheiro do caramelo era pegajoso e melado, mergulhava as mãos até os cotovelos no crítico do limão, e podia até mesmo banhar-se completamente no delicioso cheiro da manga depositada na banca de frutas do outro lado da rua. Era tudo mágico demais. E como era!
Sentia gostos, cheiros, ouvia, tocava, tudo era sentido, e tudo era sentimento. Pensou que teria uma overdose deliciosa de emoção, e estava preparada para isso, aliás, nunca esteve preparada para nada, nunca em toda a sua vida, até aquele momento. Não sabia o que faria, mas sabia que faria algo, dessa vez tinha de fazer.

Sentiu de repente algo tomar-lhe debaixo para cima com muita força, era intenso e estranho. Num susto deu um pulo para frente colocando, sem querer, o pé naquele mundo que era e não era seu. Em muito se parecia com seu mundo, as ruas eram iguais, as lojas eram as mesmas e nos mesmos lugares, as árvores eram tão verdes e resplandecentes ao sol quanto as de seu mundo, mas eram diferentes. Olhou para os pés tentando enxergar o que lhe assustara, mas nada via. Quando olhou de volta para frente, finalmente, percebeu que não haviam pessoas ali - exceto por ela mesma -, não haviam sequer animais, fazendo um sentimento forte de solidão surgir e tomar conta do coração, que logo se afundou nas lágrimas que não conseguiram escapar pelos olhos.
A tristeza invadiu - ao mesmo tempo - ela e esse mundo estranho, que logo se encontrou em tons cinzas e azulados, com nuvens carregadas que indicavam uma tempestade terrível. Foi tão simultâneo, tão inesperado quanto aquele sentimento que lhe atingiu, e então ela percebeu: esse mundo - que era e não era seu - era ela, esse era o mundo dela. Logo seu coração - que por pouco não se afogara - estava seco e flutuando com a leveza de uma fada, novamente, no mesmo instante, o tempo clareou, as nuvens foram embora e o sol brilhou; agora tudo resplandecia, bem como ela própria.

Deu mais alguns passos para frente, e foi correndo se perdendo nas profundezas de sua própria felicidade.



***

Apenas deu vontade de escrever. Nada à reclamar ou a comentar.
beijos :*
 

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